Macau, China, 13 ago 2019 (Lusa)
- A ligação marítima entre Macau e o aeroporto internacional de Hong Kong,
efetuada habitualmente ao início da noite, foi hoje cancelada pelo segundo dia
consecutivo, anunciaram as autoridades do território.
A Direção dos Serviços de
Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) indicou que a ligação direta das 19:45
(12:45 em Lisboa) entre o Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior
(Macau) e o Aeroporto Internacional de Hong Kong (HKIA) não se vai realizar, na
sequência da decisão das autoridades de Hong Kong de cancelarem voos com
partida da região administrativa especial chinesa.
"A última viagem" com
destino ao HKIA "partiu do Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa às
15:55", informou a DSAMA, num comunicado idêntico ao emitido na
segunda-feira, primeiro dia em que o as autoridades aeroportuárias de Hong Kong
cancelaram voos, primeiro com partida e depois a chegar ao território, na
sequência de manifestações no terminal.
As autoridades de Hong Kong
anunciaram que os serviços de 'check-in' para voos que partem do aeroporto
internacional, situado na ilha de Lantau, foram suspensos às 16:30 (09:30 em
Lisboa).
Os restantes voos que já tinham
concluído o processo de 'check-in' continuaram a operar, bem como algumas
ligações previstas para chegar ao aeroporto. Dezenas de voos destinados à
região administrativa especial chinesa foram já cancelados.
As autoridades aconselharam o
público em geral a não se deslocar para o aeroporto.
Este é o segundo cancelamento do
tráfego aéreo e o quinto dia consecutivo de protestos em Lantau. Iniciadas em
junho, as manifestações foram a resposta à apresentação de uma proposta de alteração
à lei da extradição, que permitiria às autoridades de Hong Kong a extradição de
suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da
China continental.
A proposta foi, entretanto,
suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os
manifestantes afirmam ser uma "erosão das liberdades" na antiga
colónia britânica, reivindicando também medidas para a implementação do
sufrágio universal.
Desde meados de junho que os
manifestantes exigem a demissão da atual chefe do Governo, um inquérito
independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos
protestos.
A transferência de Hong Kong e
Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente,
decorreu sob o princípio de "um país, dois sistemas", precisamente o
que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.
Para as duas regiões
administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com
elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o
Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.
EJ (JMC) // VM
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