Hong Kong, China, 13 ago 2019 (Lusa) - Um contingente da
polícia entrou pelas 22:45 locais (15:45 em Lisboa) no aeroporto internacional
de Hong Kong, onde decorre um protesto antigovernamental pelo quarto dia
consecutivo.
A polícia antimotim já se posicionou no exterior, onde foi
efetuada pelo menos uma detenção, constatou a agência Lusa no local.
Centenas de jovens rodearam os primeiros agentes no Terminal
1 e tentaram bloquear o acesso à zona onde se efetua o 'check-in', recorrendo
aos carros de transporte de bagagem do aeroporto e a algumas grades, que
limitam habitualmente os balcões das companhias aéreas.
À chegada das carrinhas que transportavam os polícias, os manifestantes
dirigiram-se aos balcões de 'check-in' onde se encontram muitos passageiros
retidos, aconselhando-os a deslocarem-se para alguns locais que consideravam
serem mais seguros.
Cerca de 20 minutos depois da primeira entrada do
contingente policial, as forças de segurança, aparentemente bloqueadas por
centenas de manifestantes, abandonaram o terminal, para logo depois se
posicionar a polícia antimotim, que permanece no exterior das instalações do
aeroporto, onde foram posicionadas também viaturas de emergência médica.
As autoridades aeroportuárias têm, ao longo da tarde
aconselhado os passageiros a abandonarem o aeroporto, repetindo a informação de
que os voos tinham sido cancelados e aconselhando-os a obterem informações com
as respetivas companhias aéreas.
Esta tarde, e pelo segundo dia consecutivo, as autoridades
aeroportuárias de Hong Kong cancelaram a saída de todos os voos devido a mais
um dia de protesto, o quarto consecutivo, que ocupou os terminais do aeroporto
internacional e aconselharam o público em geral a não se deslocar para o local.
Os protestos em Hong Kong duram há mais de dois meses, têm
sido marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, com
recentes dados a apontarem para um impacto económico na indústria de viagens na
ex-colónia britânica.
O clima de contestação social em Hong Kong resulta da
apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria
ao Governo e aos tribunais a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições
sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações
generalizaram-se e denunciam agora uma "erosão das liberdades" na
antiga colónia britânica.
JMC // EL
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