Mussa Abuda é o cabeça-de-lista
do MDM para a província de Nampula, contudo este nome não tem gerado consensos
dentro do partido. Daviz Simango mostra-se tranquilo e confiante num bom
resultado nesta província.
O líder do Movimento Democrático
de Moçambique (MDM), Daviz Simango, esteve em Nampula para preparar as eleições
de 15 de outubro e para apoiar o candidato local às eleições. Mussa Abudo é o
cabeça-de-lista escolhido para concorrer ao cargo de governador da província no
norte de Moçambique. Contudo, este divide consensos no seio do segundo maior
partido da oposição. Para já o líder do MDM desvaloriza a questão e
mostra-se confiante na vitória de Mussa.
Alguns dos membros que se
opuseram à eleição interna de Mussa Abudo não quiseram gravar entrevista
por temerem represálias. Mas disseram à DW África que o candidato escolhido é
uma figura "impopular" e sem "cunho político", ao contrário
de Luciano Tarieque, antigo delegado político, e Braz Malique, atual vice-presidente
do Conselho Político Provincial, ambos derrotados internamente.
O líder do MDM, Daviz Simango,
que está em Nampula desde segunda-feira (12.08) para preparar a corrida
eleitoral, desdramatiza a questão.
"É preciso compreender que
num processo de eleição as pessoas votam e quando votam esperam ter pelo menos
dois ou três resultados, um deles é das pessoas se absterem, outro as pessoas
votarem contra e finalmente votar a favor. O processo de votação significa
aceitar o resultado da maioria", explicou Simango.
Divisão dentro do partido
Para o presidente do segundo
maior partido da oposição em Moçambique, é normal a divisão de consensos,
porque a democracia funciona assim.
"Para nós, o MDM, não houve
registo de nenhuma turbulência eleitoral (interna), por isso a direção do
partido está satisfeita, congratula, parabeniza e encoraja o cabeça de lista
para que trabalhe, porque nós queremos conquistar a província de Nampula.
Estamos conscientes que escolhemos o melhor candidato possível; o candidato de
massas e que conhece a terra e as preocupações das populações de Nampula",
disse Daviz Simango.
Desde as últimas eleições
autárquicas, em outubro do ano passado, o MDM assistiu a várias saídas de
membros considerados influentes e de massas, mas também houve entradas de novas
caras e o regresso de antigos membros. É como no mundo do futebol, compara Daviz
Simango.
"É como se fosse uma equipa
de futebol: hoje alguém assina um contrato num clube e amanhã assina no clube
rival. Portanto, eu penso que o MDM não está centralizado e nem está
concentrado nas saídas e nas entradas. Nós estamos concentrados naquilo que
vamos propor aos moçambicanos como soluções para resolver os problemas do país.
Os moçambicanos hoje vivem num país desacreditado, num país falido e é preciso
tirar o país da situação em quem se encontra", esclareceu Daviz Simango.
O MDM parte para as eleições de
15 de outubro com maus resultados averbados nos últimos escrutínios. Além de
ter perdido a liderança conquistada em 2013, também ficou com menos 21 assentos
na Assembleia Municipal, ao conquistar apenas três contra 24 em 2018. Mas o
líder Daviz Simango diz que a luta agora é outra.
"As eleições intercalares e
as outras que aconteceram foram eleições municipais, portanto agora não se
coloca a questão de eleições municipais. As eleições provinciais, gerais e
presidenciais são outras eleições, por isso não se pode comparar de forma
alguma. E é preciso compreender que se tu trabalhas numa machamba e neste ano
não produzes o suficiente não significa que deves parar de trabalhar",
afirmou Simango.
Sitoi Lutxeque (Nampula) |
Deutsche Welle
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