Hong Kong, China, 30 ago 2019
(Lusa) - A polícia de Hong Kong confirmou hoje a detenção de Joshua Wong e
Agnes Chow, dois líderes pró-democracia do território, noticiou o jornal South
China Morning Post.
De acordo com o jornal de Hong
Kong, que cita fonte policial, os dois ativistas foram acusados de
"reunião ilegal" e detidos para interrogatório na sede da polícia em
Wan Chai.
As detenções já tinham sido
avançadas esta manhã pelo partido Demosisto, co-fundado por Wong, que defende a
autodeterminação do território.
O mesmo jornal noticia ainda que
o ativista pró-independência Andy Chan foi detido na quinta-feira à noite,
depois de ter sido impedido de embarcar num avião no aeroporto de Hong Kong,
por suspeitas de motim e agressão a um agente da polícia.
Os três são vistos como
figuras-chave dos movimentos antigovernamentais em Hong Kong nos últimos anos.
Na quinta-feira, a polícia de
Hong Kong proibiu a manifestação e a marcha pró-democracia agendadas para
sábado pelo movimento que tem liderado os protestos na ex-colónia britânica,
sublinhando que quem desobedecer pode enfrentar até cinco anos de prisão.
A decisão das autoridades foi
justificada à Frente Cívica de Direitos Humanos (FCDH) por razões de segurança,
dada a natureza violenta que tem caracterizado desde o início de junho muitas
das manifestações em Hong Kong, segundo um documento à qual a agência Lusa teve
acesso.
Wong, que chegou a ser indicado
para o prémio Nobel da Paz em 2018 e que lidera o Demosisto, tinha sido
libertado em junho da prisão, na sequência das manifestações de 2014 em Hong
Kong, conhecidas como a "Revolução dos guarda-chuvas", uma campanha
de desobediência civil que durou mais de dois meses e na qual se exigia o
sufrágio universal na ex-colónia britânica administrada pela China.
Desde então, voltou a envolver-se
num movimento pró-democracia "para fazer pressão sobre o Governo", apostado
"em mostrar ao mundo a determinação do povo de Hong Kong para lutar pela
liberdade", explicou, em entrevista à Lusa, no dia 20 deste mês.
O cofundador do partido
pró-democrata elogiou a decisão da chefe do Governo de criar uma plataforma de
diálogo com a sociedade, mas colocou sérias dúvidas sobre a capacidade de
Carrie Lam para a liderar.
"É uma boa decisão e boa
oportunidade para as pessoas de Hong Kong encetarem um diálogo com os decisores
de poder", comentou.
FST (JMC) // FST
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