O presidente da Assembleia
Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, deu ontem início à
sessão parlamentar para discutir o programa do Governo, sem os deputados do
PAIGC.
Cipriano Cassamá adiou o início
da sessão para o final da tarde de quinta-feira (19.09) numa unidade hoteleira
de Bissau, devido à falta de condições técnicas e legais no Parlamento nacional
por causa da greve dos funcionários da instituição.
A sessão teve início às 19:30 com
a presença dos 27 deputados do Movimento para a Alternância Democrática
(MADEM-G15), 21 do Partido de Renovação Social (PRS) e três da Assembleia do
Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), num total de 51
deputados.
O hemiciclo guineense tem 102
deputados. Na sessão não estiveram parlamentares do Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Num discurso proferido na
abertura da sessão, Cipriano Cassamá salientou que o programa de Governo deve
ser "sufragado pelo Parlamento, enquanto órgão de orientação e
fiscalização da política nacional".
"Nesta hora queremos
aproveitar a oportunidade para apelar ao Governo para uma realidade atroz das
nossas finanças públicas", afirmou o presidente do Parlamento, sublinhando
que não se combate os "males sociais" sem recursos económicos e
financeiros.
O presidente do Parlamento
referiu também a apreensão de quase duas toneladas de cocaína e a alegada e
"inquietante implicação de altos responsáveis políticos".
"A voz e a ação desta
instituição parlamentar deve ser ouvida e verificada, tanto no apuramento da
veracidade dos factos como em sindicância das ações políticas e apoios públicos
concedidos à nossa polícia de investigação criminal pelo executivo, tal como as
eventuais interferências verificadas nos trabalhos de investigação", afirmou.
Segundo Cipriano Cassamá, o crime
organizado "deve merecer sempre ações de repúdio e combate da classe
política e não contar com a sua promiscuidade, o que torna assim imperativo que
se apure o nível de envolvimento dos responsáveis políticos do país e
consequente responsabilização política e criminal".
Durante a atual sessão
parlamentar, os deputados vão debater também a questão do tráfico de droga no
país.
A sessão será retomada
segunda-feira (23.09) na Assembleia Nacional Popular.
Agência Lusa, gcs | Deutsche
Welle
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