quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Angola | Crime sem castigo


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

Os recentes crimes praticados em viaturas que prestavam serviço de táxi, referidos, em mais do que uma ocasião neste e noutros espaços do Jornal de Angola, não podem cair no esquecimento sob o risco de constituírem incentivo.

O problema levanta, desde logo, uma série de questões, o tempo, por exemplo, que a Polícia leva a localizar uma viatura roubada, como refere o editorial de ontem deste diário, mas, igualmente, o à-vontade com que qualquer indivíduo, sem estar devidamente habilitado, se transforma, de um segundo para o outro, em taxista. Luanda tem, cada vez mais, viaturas de todos os tamanhos, feitios e cores, a fazer serviço de táxi sem nada que as distingam das de uso privado. O que não impede que quem as conduz, entre outras ilegalidades, as estacione em qualquer sítio, com frequência perante a indiferença de agentes da Polícia, quando, não mesmo, com o auxílio deles.

A situação dos táxis ilegais encerra vários crimes, de que são exemplos a “isenção” de multas por infracção ao código de estrada, fuga aos impostos pela facturação dos serviços prestados e, o pior de todos, servir de capa a ladrões e assassinos, como atestam casos recentes.

Perante tudo isto, pergunta-se por qual motivo a Polícia não faz operações constantes de identificação de viaturas que fazem serviço de táxi, principalmente, das que não estão referenciadas. Deixar as coisas como estão é, no mínimo, incentivo ao crime sem castigo.

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