Jornalista e ativista dos
direitos humanos Rafael Marques foi condecorado pelo Presidente angolano, João
Lourenço. Marques recebeu medalha de mérito pelo seu combate contra a corrupção
em Angola.
Rafael Marques foi uma das cerca
de 70 personalidades e instituições condecoradas esta quinta-feira (07.11) pelo
chefe de Estado angolano, João Lourenço.
O jornalista é o fundador do
portal online Maka Angola, especializado em investigações sobre corrupção,
e foi detido várias vezes durante o mandato de José Eduardo dos Santos,
uma delas por escrever num artigo que o ex-Presidente era um
"ditador".
Ao receber agora a medalha de
mérito das mãos de João Lourenço, Rafael Marques disse estar "bastante
satisfeito", porque já foi chamado de "vende pátria" e agora é
"patriota".
O jornalista e defensor dos
direitos humanos elogiou ainda a iniciativa de João Lourenço, por
ser "uma atitude de inclusão de todos os angolanos que muito têm
feito para o desenvolvimento de Angola, mas nunca foram reconhecidos",
afirmou Marques ao Novo Jornal.
Os condecorados foram
desportistas, empresários e membros da sociedade civil, como o jornalista Sousa
Jamba ou o músico Eduardo Paim.
Em setembro, numa entrevista à
agência de notícias Lusa, Rafael Marques elogiou o "maior espaço de
liberdade de expressão" em Angola, desde que João Lourenço é Presidente,
tal como o "fim da ideia de impunidade" no país.
Durante a cerimónia de entrega
das condecorações, no Palácio Presidencial, e a poucos dias da comemoração de
44 anos de independência, a 11 de novembro, o chefe de Estado João Lourenço
elogiou todos aqueles que, ao longo dos anos, não baixaram os
braços, apesar das dificuldades.
"Bravos são aqueles que ao
invés de se lamentarem internamente das dificuldades existentes fazem delas
oportunidades para vencer na vida, arregaçam as mangas e vão à luta pelo pão
para as suas famílias sem dependerem necessariamente de um patrão", disse
João Lourenço, citado pela agência noticiosa angolana Angop.
O Presidente angolano apelou
ainda a um país unido no combate à corrupção. Elogiou quem "desde
cedo" teve a coragem de o fazer. E admitiu que a homenagem desta
quinta-feira pode ter uma "leitura e reações díspares, a julgar pelos
estereótipos criados ao longo do tempo, quando a corrupção era encarada como
algo normal".
No entanto, opinião diferente
sobre esta homenagem terá uma "grande maioria" do povo angolano
e da comunidade internacional, rematou Lourenço.
Deutsche Welle | gcs, Agência Lusa
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