O ISIS é uma "ameaça grave a
curto e médio prazo" para a Europa
O diretor-geral do Serviço de
Informações de Segurança (SIS), Adélio Neiva da Cruz, afirmou, esta
terça-feira, em Braga, que a Europa "não está livre de um novo ataque
terrorista de larga escala".
Neiva da Cruz alertou que a
organização terrorista Estado Islâmico "continua a ser uma ameaça grave a
curto e médio prazo", apesar da morte do seu líder, Abu Bakr Al-Baghdadi,
divulgada em outubro.
"Continuamos a avaliar que a
Europa não está livre de um novo ataque de larga escala nem essa hipótese está
sequer excluída", vincou.
O diretor-geral do SIS falava na
Universidade do Minho, durante um congresso internacional sobre
"Prevenção, policiamento e segurança - Implicações nos direitos
humanos", promovido pela Escola de Direito daquela academia.
Admitindo que a "derrota
territorial" e, sobretudo, a morte do seu líder significaram um
"golpe significativo" para o Estado Islâmico, Neiva da Cruz frisou
que não consubstanciam "o fim ou a derrota da organização".
"A organização terrorista
Estado Islâmico continua a ser uma ameaça grave a curto e médio prazo (...).
Seria imprudente descansar", referiu, sublinhando que a morte de Abu Bakr
Al-Baghdadi "não terá impacto nos planos da organização para a
Europa".
No entanto, Neiva de Cruz
considera que os estados estão hoje "coletivamente mais preparados do que
nunca", já que "aprenderam com os seus erros, colmataram as suas
vulnerabilidades e de forma concertada e articulada gizaram mecanismos céleres
e eficientes para detetar e reprimir a concretização de ameaças
terroristas".
Neiva da Cruz disse que, no
espaço específico dos sistemas de informações de segurança interna, "a
cooperação europeia assumiu patamares de confiança e partilha que no passado
recente teriam sido considerados irrealistas e simplesmente impossíveis".
No âmbito da cooperação nacional,
Neiva da Cruz destacou que a "transfiguração e a severidade" da
ameaça levaram a uma "mudança de mentalidades" e à adoção de
estratégias e ferramentas que "reforçam a dependência recíproca" e
que "robustecem a capacidade coletiva de identificar e reprimir as
ameaças".
Admitindo que Portugal ainda não
tem todas aquelas ferramentas, adiantou que o esforço conjunto está já
traduzido em "inúmeros casos concretos, longe dos holofotes do mediatismo,
em que o pior cenário não se concretizou".
"Estamos hoje mais fortes e
inequivocamente mais preparados e mais capacitados para combater a ameaça
terrorista que se desenha no futuro", rematou.
TSF | Lusa | Imagem: © Google Maps
Sem comentários:
Enviar um comentário