sexta-feira, 1 de novembro de 2019

'Guerra fria pode ficar quente': análise de estratégias dos EUA para conter a Rússia


EUA estão desenvolvendo estratégias para atacar a península da Crimeia e o Extremo Oriente russo, escreve mídia americana.

Em entrevista ao serviço russo da Radio Sputnik, o analista político-militar da Associação de Cientistas Políticos e Militares Oleg Glazunov comentou sobre o que pode estar relacionado com o desenvolvimento de tais projetos.

"Tendo em conta que ultimamente as nossas relações com os EUA e seus aliados da OTAN se agravaram, da parte deles se pode esperar de tudo, a guerra fria pode ficar quente. Washington e a OTAN realizam exercícios militares no mar Negro, perto das fronteiras russas, e o número de tais exercícios aumentou significativamente, isto é uma tendência muito má", disse o analista militar.

O governo dos EUA está desenvolvendo novas estratégias de contenção da Rússia e da China, uma delas prevê um ataque à Crimeia e a outra uma agressão contra o Extremo Oriente russo, de acordo com a edição Foreign Policy.

"Se um país tem uma postura amigável em relação a outro, nesse caso ele não realiza esse tipo de eventos e não desenvolve planos de ataque. Estes planos agravam mais ainda a situação, que já é muito complicada no mundo de hoje", concluiu Glazunov.


Segundo o artigo americano, Washington está querendo se preparar para um "período de rivalidade entre superpotências". Neste contexto, alguns políticos influentes no governo estão promovendo "uma estratégia de escalada horizontal e inflição de gastos".

De acordo com esta teoria, a ameaça de eliminação e captura de forças posicionadas a grande distância pode fazer com que o inimigo se abstenha de seus objetivos iniciais, desistindo de uma invasão, diz o artigo na edição americana. Especificamente, se a Rússia ocupar os Países Bálticos, os Estados Unidos poderão atacar tropas russas na Crimeia ou na Síria.

De acordo com os autores do artigo, esta concepção tem poucas probabilidades de ser bem-sucedida. Segundo eles, se tal plano for aplicado, isso poderia causar consequências catastróficas, tendo em conta que a Rússia e a China têm muitas possibilidades de resposta, entre as quais o uso de armas nucleares.

Sputnik | © Sputnik / Sergey Melkonov

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