Football Leaks
O hacker gaiense Rui Pinto acusou
um procurador português de ter ocultado "deliberadamente" a sua
colaboração com outros países, que terá originado a abertura de um processo do
Eurojust, agência europeia criada para lutar contra formas graves de criminalidade
organizada.
Na sua conta pessoal de Twitter,
o jovem começou por relatar que, no passado dia 19 de fevereiro, houve uma
conferência de imprensa na sede do Eurojust, com a presença dos procuradores
franceses Jean Yves Lourgouilloux e Eric Russo, e de representantes de vários
Estados-membros, incluindo Portugal.
"Nessa ocasião, foi
anunciada a abertura de um processo Eurojust que visa investigar, entre outros, os
crimes de branqueamento de capitais, fraude fiscal e associação
criminosa. Foi ainda explicitamente referido pelos procuradores franceses que
apenas foi possível iniciar esse processo devido à minha colaboração como
testemunha junto do Parquet National Financier, e da entrega de 12 milhões de
documentos. Ainda assim, esse facto foi deliberadamente ocultado do
processo em que sou investigado em Portugal", acusa, na mensagem publicada
esta tarde (31.10).
"José Eduardo Guerra,
adjunto do membro nacional de Portugal no Eurojust, limitou-se a confirmar a
existência de um processo com número de identificação 50566, registado por
França no Eurojust, para obter o auxílio de diversos Estados-membros, e referiu
que 'da documentação e informação que nos foi disponibilizada não resultam
elementos que nos permitam confirmar ou infirmar a colaboração com autoridades
de outros Estados-membros que alega ter prestado'", escreveu ainda Rui
Pinto, acrescentando que o procurador foi oficiado, em julho, "para
esclarecer a que diz respeito esse processo e qual o envolvimento do gabinete
de Portugal no mesmo", não tendo ainda respondido.
"É para dizer, ou o Senhor
Guerra é uma pessoa muito desatenta, ou há aqui marosca à portuguesa",
rematou.
Rui Pinto, colaborador do
Football Leaks, foi acusado pelo Ministério Público de 147 crimes, 75 dos quais
de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados,
um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão.
Além dos acessos ilegais aos
servidores do Sporting e da Doyen Sports, fundo de investimento alvo da
tentativa de extorsão, a acusação deduzida também abrange crimes envolvendo outros
organismos.
Jornal de Notícias | Imagem:
Getty Images
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