Jornal de Notícias | editorial
A direção do Sport Lisboa e
Benfica decidiu não passar a acreditação a um jornalista do Jornal de Notícias
para o jogo de quarta-feira, frente ao Portimonense, e impedir o acesso ao
Estádio da Luz, numa flagrante violação da Lei. O direito de acesso à informação
foi ilegitimamente violado e é inegociável.
O repórter do JN, que se dedica
praticamente em exclusivo a noticiar as atividades do clube, numa relação
profissional clara e transparente ao longo dos anos, fez, mesmo assim, o que
lhe competia: foi ao estádio para trabalhar e, impedido pela direção do clube,
participou o caso às autoridades, para que este siga o seu caminho processual.
Pergunta o leitor: o que leva a
direção de um clube a proibir a entrada de um repórter cuja missão é informar?
Por escrito, a direção do Benfica só esta quinta-feira explicou, através da sua
newsletter, que aguardava um esclarecimento da Direção do JN sobre declarações
proferidas, na passada segunda-feira, por um jornalista numa conferência de
Imprensa no Rio de Janeiro. Antes, sem que o clube tenha assumido formalmente
as razões da proibição, o diretor de Comunicação ligou insistentemente para a
Administração da Global Media, detentora deste diário, e para a Redação,
exigindo um pedido de desculpa do JN, por escrito, mas que se manteria sob
reserva.
Em causa estão considerações
meramente pessoais de um outro jornalista do quadro do JN e expressas como tal
na conferência de Imprensa do treinador Jorge Jesus, após o jogo frente ao CSA.
Considerações pessoais que precederam a formulação de perguntas, essas sim
objetivas. E que, como todas as opiniões, em nada vinculam o Jornal de
Notícias, mas apenas quem as profere.
A opinião do jornalista em causa
também não foi refletida em qualquer texto ou vídeo publicados pelo JN, tendo a
notícia, na tradição secular da separação entre factos e opinião, respeitado
todos os procedimentos e regras deontológicas inerentes ao exercício da
profissão.
O Jornal de Notícias, instituição
centenária, orgulha-se dos pergaminhos de isenção, imparcialidade, seriedade e
honestidade que sempre pautaram esta marca, seja dos poderes económicos,
religiosos, políticos ou clubísticos.
O Jornal de Notícias não confunde
as instituições com quem temporariamente as representa. E não deixará, com
maior ou menor dificuldade, de prosseguir a sua missão.
A Direção
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