«Os trabalhadores da TSF
decidiram conceder um prazo de dez dias para obter uma resposta – por escrito –
por parte dos destinatários, findo o qual se reservam o direito de utilizar
todas as formas de luta ao seu dispor, incluindo o recurso à greve», lê-se num
comunicado divulgado ontem.
Segundo o texto, «desde o anúncio
da nova reestruturação [do Global Media Group], a instabilidade na TSF tem sido
grande, agravada por atrasos no pagamento de salários a trabalhadores efectivos
e colaboradores».
Reunidos em plenário na
sexta-feira, os trabalhadores da TSF decidiram, «com o apoio» do Sindicato dos
Jornalistas e do Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Comunicação
Audiovisual (CGTP-IN), exigir ao presidente do Global Media Group, Daniel
Proença de Carvalho, e aos accionistas Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Rolando
Oliveira um esclarecimento, por escrito e no prazo de dez dias, a várias
questões que querem ver clarificadas.
Desde logo, os trabalhadores
daquela rádio querem «um esclarecimento claro e cabal de quem tem poder de
decisão dentro da empresa sobre a reestruturação anunciada, incluindo rescisões
por mútuo acordo e um eventual despedimento colectivo, número de trabalhadores
a dispensar, critérios para esses despedimentos e datas para que esta reestruturação
avance».
Exigem também a divulgação
imediata das contas de 2018, «com as devidas explicações sobre as opções de
gestão que levaram ao actual estado do Global Media Group, nomeadamente
investimentos feitos em áreas que não tiveram o retorno esperado, prejudicando
todo o grupo».
Também a demissão do director da
TSF, Arsénio Reis, anunciada no passado dia 7 de Novembro e contestada pelos
trabalhadores, é alvo de um pedido de clarificação, uma vez que as explicações
avançadas pela empresa para esta saída «não convenceram os trabalhadores». Na
direcção da rádio desde Julho de 2016, Arsénio Reis vai ser substituído
interinamente por Pedro Pinheiro, atualmente director-adjunto.
Os trabalhadores reivindicam
ainda «um esclarecimento cabal sobre o futuro do grupo, nomeadamente em termos
editoriais, e em especial daquilo que se pretende para a TSF – Rádio Notícias»,
o cumprimento do pagamento de salários aos trabalhadores, «efectivos e
colaboradores», e o «cumprimento do pagamento de subsídio de Natal».
Em 2014, quando a TSF era detida
pela Controlinveste Conteúdos, uma reestruturação do grupo levou ao despedimento
de 160 trabalhadores, 64 dos quais jornalistas.
AbrilAbril, com agência Lusa
| Imagem: António Cotrim
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