domingo, 17 de novembro de 2019

Trabalhadores da TSF ameaçam com greve


«Os trabalhadores da TSF decidiram conceder um prazo de dez dias para obter uma resposta – por escrito – por parte dos destinatários, findo o qual se reservam o direito de utilizar todas as formas de luta ao seu dispor, incluindo o recurso à greve», lê-se num comunicado divulgado ontem.

Segundo o texto, «desde o anúncio da nova reestruturação [do Global Media Group], a instabilidade na TSF tem sido grande, agravada por atrasos no pagamento de salários a trabalhadores efectivos e colaboradores».

Reunidos em plenário na sexta-feira, os trabalhadores da TSF decidiram, «com o apoio» do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (CGTP-IN), exigir ao presidente do Global Media Group, Daniel Proença de Carvalho, e aos accionistas Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Rolando Oliveira um esclarecimento, por escrito e no prazo de dez dias, a várias questões que querem ver clarificadas.

Desde logo, os trabalhadores daquela rádio querem «um esclarecimento claro e cabal de quem tem poder de decisão dentro da empresa sobre a reestruturação anunciada, incluindo rescisões por mútuo acordo e um eventual despedimento colectivo, número de trabalhadores a dispensar, critérios para esses despedimentos e datas para que esta reestruturação avance».


Exigem também a divulgação imediata das contas de 2018, «com as devidas explicações sobre as opções de gestão que levaram ao actual estado do Global Media Group, nomeadamente investimentos feitos em áreas que não tiveram o retorno esperado, prejudicando todo o grupo».

Também a demissão do director da TSF, Arsénio Reis, anunciada no passado dia 7 de Novembro e contestada pelos trabalhadores, é alvo de um pedido de clarificação, uma vez que as explicações avançadas pela empresa para esta saída «não convenceram os trabalhadores». Na direcção da rádio desde Julho de 2016, Arsénio Reis vai ser substituído interinamente por Pedro Pinheiro, atualmente director-adjunto.

Os trabalhadores reivindicam ainda «um esclarecimento cabal sobre o futuro do grupo, nomeadamente em termos editoriais, e em especial daquilo que se pretende para a TSF – Rádio Notícias», o cumprimento do pagamento de salários aos trabalhadores, «efectivos e colaboradores», e o «cumprimento do pagamento de subsídio de Natal».

Em 2014, quando a TSF era detida pela Controlinveste Conteúdos, uma reestruturação do grupo levou ao despedimento de 160 trabalhadores, 64 dos quais jornalistas.

AbrilAbril, com agência Lusa | Imagem: António Cotrim

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