Especialista há um mês e posto a
chefiar equipa, médicos de família nas Urgências infantis, pediatra com 100
casos num dia, crise de choro por medo de errar doses por cansaço ou clínico
que receita paracetamol e o doente morre são manifestações adversas de um mal
maior: uma medicina posta a soro
Uma equipa desfalcada não se
resume só a mais trabalho, pode traduzir-se em menos vida. “Os dois
anestesistas servem para ir à ‘gastro’ se o doente está a sangrar, para tirar a
dor nos enfartes, para ir ao recobro, para a Urgência ou para o bloco de
partos. Este ano já tivemos duas situações em que a equipa de anestesia não
conseguiu ajudar a cirurgia, a entubar por exemplo, e o doente morreu”,
denuncia o mesmo médico.
E recorrer a prestadores de
serviços indiferenciados para ter mais batas brancas nas Urgências pode ter
efeitos irreversíveis: “A formação de alguns colegas é muito fraca e morrem
pessoas. Ainda há pouco tempo, uma senhora foi medicada na Urgência com
paracetamol e um dia depois entrou no bloco com uma isquemia intestinal e
morreu”, conta um especialista do Amadora-Sintra.
Vera Lúcia Arreigoso – Raquel Albuquerque
| Expresso
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