A deputada Janira Hopffer Almada
espera que o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição)
saia "cada vez mais fortalecido" após as eleições internas em que é
candidata única à sua própria sucessão.
"O importante é que o
partido saia cada vez mais fortalecido", disse este domingo (22.12) aos
jornalistas a recandidata a presidente do maior partido da oposição
cabo-verdiana, após votar numa mesa instalada numa escola no bairro de Achada
de Santo António, cidade da Praia.
Janira Hopffer Almada salientou
que o partido está num "momento muito particular", próximo de um
período eleitoral, que começa no próximo ano com as eleições autárquicas e no
ano seguinte com as legislativas.
"O importante é que cada militante,
amigo e simpatizante do PAICV tenha a consciência exata que o partido será
tanto ou mais forte quanto maior e melhor for a contribuição que cada um der. É
esse o apelo que faço, que cada um de nós tenha a entrega, o empenho de colocar
os interesses de Cabo Verde sempre em primeiro lugar, de dar a sua contribuição
para um partido cada vez mais forte para que possamos resgatar Cabo Verde, na
perspetiva de construirmos um país que seja para todos", pediu.
"Golpe de assalto" ao
poder do PAICV?
Janira
Hopffer Almada é candidata única para liderar o maior partido da oposição
cabo-verdiana, após o deputado José Sanches ter desistido de apresentar a
sua candidatura, alegando que está em curso um "golpe de assalto" à
liderança do partido.
A agora deputada da Nação foi
eleita pela primeira vez presidente do PAICV em 2014, altura em que ainda era
ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, tendo
conseguido 51,24% dos votos, contra 40,31% de Felisberto Vieira, que era líder
parlamentar do partido, e 8,45% de Cristina Fontes Lima, então ministra adjunta
e da Saúde.
Na reeleição, em 2017, como
candidata única e já com o PAICV na oposição, ganhou com mais de 90% dos votos
dos cerca de 35 mil militantes no país e na diáspora.
Dizendo que gostaria de aumentar
ou manter a percentagem de votos alcançada na eleição anterior, Janira Almada
sublinhou que o mais importante é o objetivo final, que é vencer. "A minha
motivação em ter e liderar um partido forte é na perspetiva de podermos ter
cada vez mais capacidades, competências e forças na defesa dos interesses de
Cabo Verde", reforçou a candidata, que voltou a tecer críticas à
governação do país por parte do atual Governo, liderado por Ulisses Correia e
Silva, e suportado pelo Movimento para a Democracia (MpD).
À procura de união
Após renovar o mandato, Janira
Hopffer Almada disse que vai estar determinada em trabalhar para a construção
de um PAICV sempre orgulhoso do seu passado, mas também assumindo como portador
de futuro.
"Mas também quero um partido
unido em torno de causas e valores e a nossa causa maior, aquela que nos deve
unir a todos, é a causa Cabo Verde, indubitavelmente", prosseguiu, pedindo
uma coesão baseada na contribuição que cada um pode dar para o partido.
Neste sentido, pediu igualmente a
mobilização de todos, não para trabalhar por esta ou aquela liderança, mas sim
"por Cabo Verde".
As 300 mesas de voto vão estar
abertas até às 17h00 locais em todo o país (240) e na diáspora (60), para a
votação de 34.773 militantes inscritos nos cadernos. Depois da eleição, o XVI
congresso ordinário vai decorrer entre 31 de janeiro e 02 de fevereiro de 2020,
que vai servir também para eleger os novos órgãos do partido.
Janira Hopffer Almada é o quinto
presidente e a primeira mulher a liderar o PAICV, depois de Aristides Maria
Pereira, Pedro Pires, Aristides Raimundo Lima e José Maria Neves.
Deutsche Welle | Agência Lusa, nn
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