Depois de muito debate, os
representantes dos países que estão em Madrid finalmente conseguiram fechar um
texto no qual se comprometem a evitar que a temperatura média do planeta suba
1,5 graus Celsius este século.
Dois dias depois do previsto, os
países que participaram na 25ª Cimeira do Clima da ONU (COP25) chegaram a
um consenso para publicar um documento conjunto no qual se comprometem a
ampliar os esforços para combater as alterações climáticas já em 2020 e a
cumprir o Acordo de Paris.
O documento em causa traça um
plano de ação que abrange os setor social, político e económico de modo a
evitar que a temperatura média do planeta suba 1,5 graus Celsius este século. A
falta de consenso obrigou a organização do evento a adiar o encerramento da
COP, que seria na sexta-feira.
Objetivos
Além de exigir que haja uma maior
ambição no combate às alterações climáticas, o documento expressa que na 26ª
Cimeira do Clima (COP26) os países apresentem novas estratégias e resultados
mais satisfatórios relativos ao compromisso com a redução de emissões.
De acordo com a imprensa
internacional, o acordo assinado reconhece também que as políticas climáticas
devem ser permanentemente atualizadas com base nos avanços da ciência, dando
destaque ao papel do Painel Intergovernamental de Especialistas sobre as
Alterações Climáticas da ONU (IPCC) aos dois relatórios especiais publicados
este ano.
No que toca à transversalidade, a
cimeira de Madrid termina com o consenso de que a luta contra as alterações
climáticas que afeta âmbitos como o mercado financeiro, a ciência, a indústria,
a energia, o transporte, a agricultura, entre outros. Ministros de vários
países disseram na COP25 disseram que os seus governos assumem a agenda climática
como própria.
O acordo assinado também traz
referências ao impacto das alterações climáticas nos oceanos e ao uso dos solos
no clima e ao novo Plano de Ação de Género, que será mais uma vez revisto
em 2025. O objetivo é ampliar a participação de mulheres nas negociações
climáticas internacionais e promover o seu papel como agentes da mudança rumo a
um mundo livre de emissões.
No que toca ao financiamento, o
acordo prevê a criação de diretrizes para o Fundo Verde do Clima para que, pela
primeira vez, o órgão destine recursos às perdas dos países mais vulneráveis a
fenómenos climáticos extremos. Essa era a principal reivindicação dos pequenos países
insulares, que sofrem diariamente com os efeitos do aquecimento global.
O multilateralismo e a cooperação
internacional foram pontos destacado pela ministra da Transição Ecológica de
Espanha, Teresa Ribera. Para ela, a COP25 é uma reafirmação desses valores para
resolver um desafio global como as alterações climáticas. “Ainda que num
contexto global complexo, a COP25 não deixou a agenda climática cair num
momento fundamental para a implementação do Acordo de Paris. Pelo contrário,
exibiu um multilateralismo ativista”, disse.
Sublinhou-se ainda a importância
da dimensão social, defendendo que os países concordaram que as pessoas devem
estar no centro da resposta à crise climática.
Por fim, o documento reconhece a
importância dos atores não governamentais na ação climática e convida-os a
ampliar as ações para combater o problema. A existência de um marco de gestão
global como o Acordo de Paris abre um novo ciclo e faz com que a COP não seja
apenas um fórum para fixar regras.
Jéssica Sousa | Jornal Económico
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