Nancy Pelosi anunciou, esta
quinta-feira, que a Câmara dos Representantes irá avançar para a votação de
artigos com vista à destituição de Trump. Está a ser preparado 'terreno' para
que votação aconteça ainda antes do Natal.
A Câmara dos Representantes
irá avançar para a votação de artigos com vista à destituição de Trump. A
garantia foi dada pela democrata Nancy Pelosi, esta quinta-feira, que
revelou um cronograma célere onde se prepara o 'terreno' para que a votação
aconteça ainda antes do Natal.
Para a presidente da Câmara dos
Representantes, revela o New York Times, ficou claro que, ao longo de dois
meses de investigação, o presidente dos EUA violou o juramento que
fez na tomada de posse, pressionando uma potência estrangeira.
Num discurso formal, Nancy Pelosi vincou
que é "a democracia que está em jogo" e que Trump "não
deixa outra escolha a não ser agir porque está a tentar corromper, mais uma
vez, a eleição em seu próprio benefício".
Com esta decisão, Donald Trump
torna-se o quarto presidente a ser sujeito a uma votação de 'impeachment',
depois de Andrew Johnson (1865-1869), Richard Nixon (1969-1974) e Bill Clinton
(1993-2001), nenhuma delas tendo tido sucesso - Nixon demitiu-se ainda antes de
uma votação no Senado ter acontecido, após o caso Watergate.
Na quarta-feira, três dos quatro
especialistas em Direito Constitucional ouvidos pelo Comité Judiciário
consideraram que as tentativas de Donald Trump para pressionar o Presidente
ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, a investigar o filho de um seu rival
político, Joe Biden, são motivo suficiente para destituição.
O quarto jurista, o único
convocado pelos Republicanos, alertou para as falhas do inquérito de
destituição, considerando que ele apresenta riscos, por estar demasiado baseado
em informações em segunda mão.
Os artigos de destituição deverão
referir que Donald Trump procurou obter ganhos políticos pessoais, para a sua recandidatura presidencial
em 2020, abusando do exercício do seu cargo na Casa Branca, ao ameaçar reter
uma importante ajuda financeira à Ucrânia se o governo de Zelenskiy não
investigasse o filho do seu adversário eleitoral.
Mas este argumento está a dividir
profundamente os dois partidos no Congresso, com os Democratas a dizer que não
existem dúvidas sobre os factos que sustentam o 'impeachment' e os Republicanos
a alinharem com a tese de Trump de que tudo não passa de uma "caça às
bruxas" motivada politicamente para fragilizar as ambições
eleitorais do presidente.
A votação decisiva neste processo
terá lugar no Senado, que se constitui como uma espécie de tribunal, onde
será necessária uma maioria de 2/3 para a demissão de Trump do cargo de
presidente.
O cenário da remoção de Trump é
pouco provável, tendo em conta a maioria Republicana na câmara alta do
Congresso (53 senadores contra 47 do lado Democrata).
Notícias ao Minuto | Na imagem: Nancy Pelosi
/ © Reuters
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