Hélder Pitta Grós quer queixas
"com provas fundamentadas", sobre alegadas perseguições e ameaças de
que dizem ser alvo em Angola.
O procurador-geral da República
Hélder Pitta Grós afirma que "eles [os filhos do ex-Presidente angolano] é
que têm que ser mais concretos e dizer qual o tipo de perseguição que existe.
Não podemos abrir processos sob coisas muito abstratas".
Em maio, Welwitschia 'Tchizé' dos
Santos, filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que em outubro perdeu o
mandato de deputada na legislatura (2017-2022) devido a ausência prolongada nas
reuniões plenárias, afirmou que estava "involuntariamente" fora do
país devido à doença da filha e que há vários meses estaria a ser
"intimidada" por dirigentes do MPLA, o partido no poder.
À agência de notícias Lusa,
'Tchizé', antiga deputada do MPLA afirmou ter sido ameaçada de morte, no
plenário, por um colega de partido, por não ter votado da forma que "ele
entendia" e que lhe disseram "para ter cuidado porque podia ser
envenenada", uma situação que a afeta a si e à sua família.
Na sexta-feira (27.12), quando
questionado se as denúncias apresentadas pelos filhos de José Eduardo dos
Santos "são infundadas", Hélder Pitta Grós considerou que as mesmas
"não apresentam qualquer prova" para o devido acompanhamento.
"Como posso avaliar, se as
denúncias são infundadas, se a pessoa que as apresenta, não apresenta qualquer
prova e nenhuma ponta do iceberg para podermos trabalhar", questionou o
PGR à margem de cerimónia de posse de 70 novos subprocuradores-gerais da República.
No país ou fora, notou o
procurador-geral, "o importante é fazer a denúncia e reunir ou contar as
provas necessárias".
Acusada de violar princípios dos
estatutos e código de ética partidária
O Bureau Político do MPLA aprovou
a 29 de novembro o afastamento de Welwitschia dos Santos de membro do comité
central do partido no poder e a suspensão por dois anos da condição de
militante.
As sanções propostas pela
comissão de disciplina e auditoria foram aprovadas na quarta reunião ordinária
do Bureau Político, orientada pelo líder do partido e também Presidente da
República, João Lourenço.
O órgão de decisão do MPLA
justifica a decisão tomada com o facto de a filha do ex-líder do MPLA, José
Eduardo dos Santos, ter violado os princípios básicos dos estatutos e código de
ética partidária.
Deutsche Welle | Agência Lusa, ni
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