Primeiro ministro de São Tomé e
Príncipe diz ter concluído primeiros 12 meses de governação sem período de
graça, "enfrentado pressões internas de várias ordens".
"É com grande espirito de
responsabilidade e de humildade que não obstante o pesado fardo macroeconómico
e todas as dificuldades do percurso temos conseguido até hoje cumprir e
fazer cumprir a espinhosa, mas nobre missão que me foi confiada, para servir São
Tomé e Príncipe e não servir-se dele", disse Jorge Bom Jesus na
terça-feira (04.12), durante o balanço do primeiro ano do seu Governo.
O XVII Governo constitucional,
chefiado por Jorge Bom Jesus, tomou
posse a 3 de dezembro de 2018, depois de um acordo de coligação que
inclui o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social
Democrata (MLSTP-PSD), segunda força mais votada nas eleições de outubro do ano
passado, o Partido da Convergência Democrática (PCD), que concorreu às eleições
em coligação com a União para Democracia e Desenvolvimento (UDD) e o Movimento
Democrático Força da Mudança (MDFM).
"Conseguiu-se manter o clima
de estabilidade de paz social, enfrentando ou mitigando os problemas mais
candentes como o pagamento dos salários, a energia elétrica, a importação de
combustíveis, conclusão de obras indispensáveis à vida quotidiana das
populações, nomeadamente água, estradas, escolas, entre outras", defendeu
o primeiro-ministro.
Jorge Bom Jesus lembrou que
quando aceitou o cargo para chefiar o Executivo, havia "um clima de grande
clivagem e tensão política", tendo assumido o compromisso de dialogar com
todos os são-tomenses, de "falar a verdade ao povo".
Respeito pelas "bandeiras
sagradas"
"Foi nesta base que
apresentei o estado em que o país foi encontrado, sem camuflar as dificuldades,
buscando novas soluções para velhos e estruturais problemas, deixando promessa
de continuar a pautar e agir nesta linha de conduta, porque a prestação de
contas, a gestão de coisa pública e a luta contra a corrupção são para mim
bandeiras sagradas da governação", explicou.
O governante refletiu sobre as
principais realizações e constrangimentos, apontando as iniciativas tomadas e
ações concretizadas, lembrando que tudo foi feito dentro da execução
orçamental.
"Tornou-se necessário
intensificar-se a diplomacia económica, sensibilizar os parceiros de cooperação
para a atração de investimento direto estrangeiro, mobilização de
financiamentos concessionais e donativos de parceiros bilaterais e
multilaterais, associando a determinação na contenção de despesas públicas e o
esforço titânico na arrecadação de receitas", referiu Jorge Bom Jesus.
O balanço do primeiro ano de
governação foi feito na presença de representantes diplomáticos e de
instituições financeiras internacionais residentes no país, num diálogo
"direto e aberto" com a sociedade civil, ONG, confissões religiosas,
sindicatos e associação de estudantes.
Limites para a liberdade de
expressão?
O primeiro-ministro defendeu a
liberdade de expressão, que é hoje "uma realidade tangível",
lamentando, contudo, que tem sido "praticada intensamente ao ponto de
alguns cidadãos mal intencionados resvalarem para libertinagem, vilipendiando
dirigentes do Estado na praça pública, numa acintosa cultura antipatriótica com
intoxicações e mentiras que mancham a imagem do país, afugentando, muitas
vezes, investidores".
No evento que demorou mais de
seis horas, Jorge Bom Jesus advertiu que "há limites para tudo, na
dinâmica da vida em sociedade, mesmo em regime de direito democrático".
Em termos concretos de realização
durante o primeiro ano de governação, o primeiro-ministro referiu, sem
pormenorizar, que mesmo com pouco tempo de execução orçamental, "muito foi
feito pelo executivo fruto de trabalho árduo, com abnegação, perseverança e respeito
pelo património coletivo".
Bom Jesus garantiu que, para os
próximos três anos do seu governo, vai continuar a atrair capital privado
estrangeiro e promover o tecido empresariado de São Tomé e Príncipe como forma
de fazer recuar o desemprego e erradicar a pobreza.
Deutsche Welle | Agência
Lusa
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