Assistimos a muitos maus dias na
Venezuela, hoje também o mau dia é incluído, amanhã e nos dias seguintes assim
acontecerá. Vem lá muito pior, dizem certos e inesperados analistas.
Aqui, pelo que inserimos em baixo –
o Expresso Curto –, Ricardo Marques abre com a Venezuela e o título sobre “tempo
e espaço”. Sim, os EUA, a UE, os tais 1% que se apoderaram e usufruem de todo o
mundo têm tido e têm todo o tempo e espaço para se apoderarem das riquezas e
recursos da Venezuela. O negócio vai dar para todos esses, incluindo políticos.
Depois admiramo-nos como é que eles enriquecem tão depressa. Ora, roubando. Corrompendo
e corrompendo-se. Guaidó e os seus irão ter uma vidinha pomposa, luxuriante.
Afinal receberá todo o esforço de se ter chegado à frente para abrir as portas
da Venezuela aos 'papões' (ladrões) que a hão-de comer.
Fala-se e planeia-se invadir a
Venezuela. A invasão está
em marcha. Portugal também fará parte da planeada
invasão de país estrangeiro por ordens dos EUA, UE e 1%. Tropas portuguesas já
em preparação para viajarem para o país bolivariano. Com todo o descaramento e
sem respeitar o direito internacional “o ministro da Defesa João Gomes
Cravinho,
admitiu
o envio de tropas para a Venezuela para garantir a segurança dos
milhares de cidadãos portugueses e luso-descendentes que lá vivem.” Que
pretexto tão engraçado. No Iraque houve outro pretexto qualquer, untado por
mentiras para “escorregar” melhor.
E lá vão militares portugueses
servir os EUA, os da UE - que são servidores dos tais 1% também piratas do petróleo
e etc. Sabemos que não é a primeira vez, nem sequer a décima. Upa, upa, muitas
mais. O servilismo e o seguidismo aos EUA e aos tais asquerosos e desumanos1% a
que uns quantos vendidos de Portugal já nos habituaram nem causam mossa nem
contestação porque o treino de anos seguidos a borregar e a chafurdar no fútil
e na alienação faz dos portugueses uns carneiros que vão com os
outros a balir, seguindo os pastores que os conduzem ao precipício e aos matadouros
sem que se oponham. Coisas de carneirada.
Só por se tomar conhecimento de
tanto carneirismo de dirigentes e dirigidos portugueses, assim como de tantos
vendidos, o recomendado é dirigirmo-nos ao ‘vomitorium’… com urgência.
Pela nossa parte ficamos a saber:
militares portugueses perfilados para invadir a Venezuela.
Siga para o Curto, do Expresso.
Leia o bom, também o que é mau e digno de vilões. Tem de tudo isso. (PG)
Bom dia este é o seu Expresso
Curto
Venezuela no tempo e no espaço
Ricardo Marques | Expresso
Uma criança de 11 anos, ainda a
dar os seus primeiros passos como analista de política internacional,
disse-me ontem à noite, pouco antes das nove e meia, que Juan Guaidó, com
o seu fato escuro e a sua gravata azul, é “parecido com o Barak Obama”. Também
se referiu a ele como o “presidente bom”, a Nicolás Maduro, “o do
bigode de camisola verde”, como o “presidente mau” e tentou discutir
comigo que razões teria o “mau” para não organizar eleições na Venezuela,
tal como quer o “bom” e as pessoas todas que “estão na rua”.
Obviamente, mandei-a para a
cama.
O assunto é sério. E por muito
que tentemos não conseguimos deixar de lado a ideia de que há uma espécie de relógio
em contagem decrescente. O mais preocupante é que ninguém sabe bem o que vai
acontecer quando o tempo acabar.
Neste momento, mais de 60
países já reconheceram Guaidó como presidente interino, deixando cada vez mais
isolado Nicolás Maduro. O presidente no poder, por seu lado, conta com o
apoio de Cuba, da China (que se encontra também numa
intensa
ronda negocial com os EUA a propósito do acordo comercial) e da
Rússia -
o
misterioso avião Boeing 770 da Nordwind Airlines que partiu de
Caracas já chegou a Moscovo. Ninguém sabe o que lá vinha dentro, mas há
palpites de todo o tipo: a) vinha vazio depois de ter levado tropas russas para
a Venezuela; b) vinha carregado com toneladas de ouro; c) trazia
Nicolás Maduro.
Ontem foi o
Parlamento
Europeu - não obstante a oposição dos eurodeputados do PCP, que
falaram de póster em punho a
exigir
que deixem a Venezuela em paz - a reconhecer Guaidó. E estamos a
poucas horas de terminar o
ultimato dado
pela União Europeia ao regime. Isso significa que, a menos 24 horas
das grandes manifestações previstas para Caracas, em várias capitais europeias já
estão em cima da mesa todos os cenários. A diplomacia portuguesa tem sido
cautelosa, mas o ministro da Defesa João Gomes Cravinho,
admitiu
o envio de tropas para a Venezuela para garantir a segurança dos
milhares de cidadãos portugueses e luso-descendentes que lá vivem.
[A última operação do género, a
Operação Crocodilo, aconteceu há cerca de 20 anos. Em junho de 1998, militares
dos três ramos das Forças Armadas portuguesas foram empenhados para
garantir a evacuação em segurança de portugueses e outros cidadãos
estrangeiros que se encontravam na Guiné Bissau.]
Independentemente do que possa
suceder hoje, amanhã será um dia de alta tensão em Caracas e um pouco por
toda a Venezuela. Os analistas acreditam que poderá ser a maior
manifestação de sempre da oposição ao regime - que, por sua vez, já
garantiu que também terá apoiantes na rua. Se não se cruzarem, não faltará
quem faça as contas aos apoiantes de cada lado.
Caso contrário, e o mundo
inteiro espera que não, pode começar algo que talvez seja melhor as
crianças não verem.
OUTRAS NOTÍCIAS
A Ministra da Saúde admitiu
ontem vir a
recorrer a “meios
jurídicos”, sem dizer quais nem como, para lidar com a greve dos enfermeiros.
Em
cima da mesa está a possibilidade de avançar para uma requisição
civil ou recorrer à PGR para analisar o modo como está a ser organizada e
‘financiada’ a atual greve cirúrgica.
Na Rádio Renascença, o
constitucionalista Reis Novaisapontou
dois
possíveis caminhos que podem ser seguidos: a duração da greve e o
tipo de serviços mínimos. Se decidir mesmo avançar para a Justiça, será
útil que Marta Temido, a ministra da Saúde, se certifique de que não há nenhuma
greve marcada nos tribunais…
Uma paralisação semelhante, no
final do ano passado, levou ao adiamento de milhares de cirurgias -
incluindo 500 cirurgias urgentes em dois centros hospitalares, um em Lisboa e
outro em Coimbra. Hoje, é provável que surjam os primeiros números
consolidados, embora já ontem se falasse em mais de duas centenas de cirurgias
canceladas.
A dominar a atualidade está
também o relatório da Inspecção-geral da Administração Interna ao incêndio
de Mação, no ano passado, e que detetou a cobrança à Protecção Civil de
milhares de refeições superiores ao numero de bombeiros no terreno,
como
escreve o Público. O Jornal de Noticia adianta em manchete que “os
bombeiros cobraram quatro vezes mais por refeições-fantama”.
Todos os partidos de acordo e
dentro da caixa. Todos? Não. O irredutível PCP não alinha e por isso
vai ficar de fora do texto comum que
define o
âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Um
assunto de que certamente vai ouvir falar nas próximas horas. Até porque Paulo
Macedo vai ao Parlamento entregar o relatório final da auditoria ao banco
público. Será pelas 14h30 a hora do dinheiro.
Cinco freguesias de Lisboa com
preços superiores a 3500 euros / metro quadrado, de acordo com o
INE.
Sabe aquelas casas de
25 metros quadrados que as lojas de mobiliário
gostam de decorar tão bem que achamos possível viver ali para sempre? 87.500
euros. Oitenta e sete mil e quinhentos. Euros.
Esta é aquela pequena rubrica a
que podemos chamar jornalismo de serviço público, direto e útil (embora
num assunto que preferíamos não discutir). De qualquer modo, pode ler
este
artigo do Expresso para saber tudo sobre o IRS e os prazos para o
pagar. Já não falta muito.
As autoridades portuguesas
garantem que
foi detetada a tempo e destruída a carne polaca imprópria para
consumo que chegou a Portugal.
A Polícia Judiciária anunciou
a apreensão de
2,5
toneladas de cocaína a bordo de um navio que se encontrava a cerca de 300
quilómetros da ilha de São Vicente,
em Cabo Verde. Onze
homens foram detidos numa operação que envolveu também militares da Marinha
e da Força Aérea.
De acordo com os jornais, a
droga apreendida está avaliada em 125 milhões de euros - uma informação
que me permite antecipar, em alguns parágrafos, a rubrica ‘O que ando a ler’.
Isto porque é com uma conta semelhante que começa o livro “Narconomics,
como gerir um cartel de droga”, de Tom Wainwrigth, editor da revista Economist.
Ou seja, Wainwright recorda o dia
em que viu queimar 134 toneladas de marijuana no México e em que o general
garantiu que estavam a reduzir a cinza e fumo qualquer coisa como 340 milhões
de dólares. O problema é que a conta estava a ser feita ao valor da droga na
rua, não aos custos de produção.
Seria o mesmo que a partir de um
bife de 200 gramas
vendido a 50 euros num restaurante imaginar que uma vaca de 500 quilos vale 100
mil euros. Ou, como escreve Wainwrighth, “o golpe de 340 milhões infligido ao
crime organizado (…) foi uma fantasia; a perda sofrida pelos criminosos
donos da droga foi provavelmente inferior a 3 por cento desse montante”.
Adiante.
Os jornais americanos estão a dar
muito atenção à vaga de frio que assola o país. O NYT tem
conselhos para
quem quer sobreviver – com selo de garantia da malta que mora
em Chicago. Em
alternativa, pode ouvir
o
que contam os portuguesesque por lá moram. E ver o que se
passa
na Europa que treme.
Vale a pena,
tendo
em conta o que aí vem. Não é que cheguemos aos -30º americanos, longe
disso, mas com chuva forte, mar ainda mais forte e o vento a competir com ambos,
mais a temperatura a descer, podemos sempre encontrar consolo e dizer: pelo
menos o meu presidente não é o Trump.
Por falar nele, parece que o
inquilino da Casa Branca está numa birra de recreio com os responsáveis máximos
dos serviços secretos americanos. Diz Donald que
eles
são “ingénuos” na forma como leem o mundo, alertando para o perigo que
representa o Daesh e a China (pode ler o
relatório
anual na íntegra aqui - e vale a pena espreitar).
A Itália está oficialmente em
recessão e, como
nota o
El Pais, já soaram os alarmes em Bruxelas.
Uma
reportagem do
El Mundo, nas Filipinas, onde Rodrigo Duterte, o presidente que declarou
guerra à droga sem se importar com as consequências, está agora em choque com
os bispos católicos - e já disse publicamente que mais vale
“matá-los”.
Se está a caminho de Barcelona,
lembre-se que, a partir de hoje, a Uber e a Cabify
deixam de
operar naquela cidade.
Foi precisamente há vinte anos e
um dia a publicação Lei do Mirandês. Esta noite, em Miranda do Douro, há
uma série de conversas sobre o tema. Ou, como eles diriam: “Fui
percisamente hai binte anhos i un die que fui publicada
la Lei de l Mirandés. Esta nuite,
an Miranda de l Douro, hai ua série de cumbersas subre l tema.” Se quiser
divertir-se, use e abuse
deste tradutor
online de mirandês.
Jim Yong Kim, o presidente do
Banco Mundial,
deixa hoje
o cargo.
Teodora Cardoso, a presidente do
Conselho Superior do Conselho das Finanças Públicas, faz o mesmo no final
de fevereiro. Despede-se, como diz este
artigo
do Expresso, com um texto sobre o financiamento do sistema de pensões.
Nazaré
Costa Cabral é a senhora que se segue.
Na
Tribuna
pode ler tudo o que aconteceu até ao último segundo do mercado de
transferências do futebol nacional.
Joan Baez toca esta noite no Coliseu
dos Recreios,
em Lisboa.
São 60
anos de carreira.
Se tiver 9,5 milhões de euros aí
à mão, pode ter a certeza de que vai passar umas
incríveis
férias no espaço. Se não for o caso, não desespere. Já pensou que pode
entrar para uma das unidades de elite da Scotland Yard? A sério. Basta
fazer
o teste e, enquanto espera pelo resultado, ler a incrível reportagem
que publicamos amanhã na revista do Expresso.
A propósito, fica a saber que amanhã,
quando chegar à bancapara comprar o Expresso, irá encontrar ali ao lado à venda
a revista “Expresso Extra” - uma selecção de alguns dos melhores
artigos que foram publicados em 2018 no seu jornal. Uma edição de luxo,
para comprar, guardar e ler ou reler com toda a calma.
O QUE ANDO A LER
O tempo. O livro chama-se a “A
ordem do tempo”, está publicado em português, e é uma espécie de redenção
para todos aqueles que nunca foram grandes alunos a Física. Muito graças à
deliciosa escrita do físico italiano Carlo Rovelli, é possível descobrir um
mundo novo, onde nada é o que parece.
Já alguma vez pensou por que
razão nos lembramos do passado e não do futuro? A pergunta pode parecer
louca, mas depois de ler este livro é mais provável que os loucos sejamos
nós. Trocadilhos à parte, Rovelli abre as portas às teorias científicas
mais modernas e explica-as de modo acessível. Atente neste exemplo (a
tradução, sofrível, é minha, a partir do livro em inglês).
“A diferença entre coisas e
eventos é que as coisas persistem no tempo; os eventos têm uma duração
limitada. Uma pedra é o protótipo de uma coisa: podemos perguntar onde estará
amanhã. Um beijo é um evento. Não faz sentido perguntar onde estará esse beijo
amanhã. O mundo é feito de redes de beijos, não de pedras.”
Antes fosse, Carlo. Antes fosse.
Tenha uma excelente sexta-feira,
um bom fim de semana e um grande mês de fevereiro. O mundo, o
espaço e o tempo estão em
www.expresso.pt