Já é a segunda vez que o
presidente francês apresenta propostas para reformar a União Europeia. E, de
novo, a Alemanha, seu principal parceiro, não dá uma resposta adequada, opina o
jornalista Rupert Wiederwald.
Rupert Wiederwald | opinião
Quando finalmente conheceremos a
resposta da Alemanha às propostas de Emmanuel Macron? Essa questão é corrente
em Berlim desde que o presidente francês esboçou pela primeira vez seus planos
de reforma da União Europeia (UE) e suas instituições, num discurso na
Sorbonne, em setembro de 2017.
Desde então, fortalece-se a
imagem de um presidente francês reformista que esbarra numa chanceler
alemã sem vontade alguma de reformar. A resposta de Angela Merkel está até
hoje em aberto, apesar de alguns vagos acenos.
Essa imagem se repete agora: com
a eficiência midiática de sempre, o presidente francês explicou na semana
passada, num texto publicado em todos os 28 países-membros da UE, quais são os
seus planos para melhorar a cooperação europeia. Pelo menos desta vez houve –
algo pouco usual – uma resposta rápida alemã. Só que não da chanceler federal,
mas da sua sucessora no comando dos cristão-democratas.
Ou seja, uma presidente
partidária sem cargo no governo respondeu a um chefe de Estado – o adversário
político chamou isso, de forma debochada, de "incompatível com as regras
do vestuário".