quinta-feira, 25 de abril de 2019

Portugal | 45 x Abril


Maria Antónia de Almeida Santos | Diário de Notícias | opinião

Abril de 1974 foi a porta para um mundo melhor. Pela primeira vez, a governação começou a ser, pela liberdade e pelo voto, orientada para as pessoas. Abril institucionalizou pela prática a coragem da democracia e desenhou-nos uma nova identidade perante a Europa. Ainda hoje se associa a Portugal a imagem histórica da revolução sem armas que trocou o crivo da censura pelo cravo da liberdade, da poesia e da música. Há novidade para alguém nestas palavras? Idealmente, a resposta será "não". Mas nunca é de mais lembrar profilaticamente que a democracia tem de acreditar nas pessoas e na cultura democrática que só elas podem perpetuar.

Abril ditou também o fim do isolamento imposto por Salazar e permitiu a aproximação ao projeto europeu, até ao ponto da filiação. A nossa história e a nossa memória coletiva registam que o maior protagonista dessa transição foi o povo português no seu conjunto. Mas também registam, com justiça, todos aqueles que, acreditando, o coadjuvaram nessa adaptação e os que, sendo inicialmente eurocéticos, viriam depois também a orientar fundos e definir opções. Graças à Europa e quarenta e cinco anos depois de Abril, somos um país melhor e moderno. No entanto, tal como Portugal é hoje outro, também o mundo se modificou. São cada vez mais claros os sinais de que as ideologias do eixo do fascismo e do nacionalismo ganham novamente satélites. Que ninguém se iluda ou deixe iludir - as próximas eleições europeias definirão o diálogo que a Europa, no seu todo, terá no futuro para com a própria democracia.

Portugal | Catarina Martins destaca "construção revolucionária"


A coordenadora do BE, Catarina Martins, destacou hoje que o 25 de Abril não foi só o dia, mas "a construção revolucionária que veio depois", como o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a escola pública e a igualdade.

"E hoje, quando nos manifestamos, manifestamo-nos por essas condições. Pelo estado social universal, para toda a gente ter direito à escola, à pensão, ao apoio quando precisam e à saúde", afirmou.

Catarina Martins participou hoje na marcha que desceu a Avenida da Liberdade, em Lisboa, para assinalar o aniversário da Revolução dos Cravos de 1974, salientando que passam 45 anos sobre o 25 de Abril e também 40 anos sobre a fundação do SNS.

"É um ano muito importante, em que discutimos como vamos proteger o SNS, e eu lembro que ele hoje está muitas vezes nas mãos dos grupos privados, que têm ficado com o dinheiro que deveria estar no SNS", disse a coordenadora bloquista.

Portugal | "A defesa do SNS é uma batalha de todas as gerações"


O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, destacou hoje em Lisboa a presença de várias gerações, principalmente jovens, a defender os direitos conquistados em abril, entre os quais o Serviço Nacional de Saúde (SNS) gratuito.

Jerónimo participou numa marcha que desceu a avenida da Liberdade para assinalar os 45 anos da revolução de abril, ao lado de Heloísa Apolónia, de os Verdes.

O líder comunista destacou que a marcha "não se trata de uma romaria, de uma manifestação de saudosismo", mas "daquilo que continuam a ser os valores de abril, de liberdade, democracia, direitos sociais, combate às desigualdades".

"Por isso, tem esta particularidade, 45 anos depois, como é que tanto jovem, tanta gente nova que nem sequer era nascida no 25 de Abril, aqui está identificando-se com essas grandes aspirações, com essa realidade que abril trouxe ao nosso país. E quando se tem a juventude, tem-se futuro", disse.

Portugal | Abril na rua e na praia


Rafael Barbosa* | Jornal de Notícias | opinião

1. Comemora-se hoje mais um aniversário da Revolução de Abril. Já lá vão 45 anos desde esse dia libertador.

Para alguns, sobretudo entre os que são mais velhos do que a nossa democracia, é ainda um dia para relembrar a ditadura mesquinha e violenta, recuperar as propostas de futuro desenhadas a partir de armas enfeitadas com cravos, e até para sair à rua, reivindicando o compromisso contínuo com os três "d" de Abril: democratizar, desenvolver e descolonizar (a mentalidade de colono perdura). Para outros, sobretudo entre os que são mais novos do que a nossa democracia, é pouco mais do que uma efeméride histórica, com direito a folga e, quem sabe, onde abril não esteja para águas mil, um banho de sol e um mergulho no mar. Admiro os primeiros, não censuro os segundos. Foi também para democratizar o ócio que Abril se fez. Não é preocupante que metade dos inquiridos numa sondagem publicada hoje no JN tenha chumbado num teste sobre Abril (falhando mais de metade das oito perguntas). Não saberão de cor os nomes dos protagonistas, mas sentem, pelo menos em parte, os efeitos da generosidade dos capitães de Abril e de toda uma geração que transformou, no próprio dia, um golpe militar numa revolução popular.

Portugal | Luta "foi imprescindível" para derrotar o fascismo"


O PCP fez hoje um paralelo entre a revolução dos cravos e a atualidade, considerando que tal como a luta "foi imprescindível para derrotar o fascismo", também hoje a luta "é indispensável para avançar nos direitos".

Falando na Assembleia da República, em Lisboa, na sessão solene que comemora o 45.º aniversário do 25 de Abril de 1974, a deputada Diana Ferreira destacou que, "tal como no passado, a luta foi imprescindível para derrotar o fascismo, também hoje a luta é indispensável para avançar nos direitos e garantir progresso e justiça social".

"Num país fustigado por mais de quatro décadas de política de direita, com especial brutalidade durante o período da política dos PEC e do Pacto de Agressão, foi preciso lutar muito para derrotar os planos daqueles que, a partir dos grupos económicos e do Governo PSD/CDS-PP, pretendiam eternizar a política de cortes de direitos, agravamento da exploração e empobrecimento", salientou.

Foi preciso lutar muito, acrescentou, "mas com a luta dos trabalhadores e a ação decisiva do PCP conseguiu-se esse objetivo imediato, hoje claramente traduzido na recuperação de direitos e rendimentos".

Portugal | Bloco pergunta se SNS vai andar de cravo ou ceder à pressão presidencial


O BE questionou hoje se "o Serviço Nacional de Saúde pode voltar a andar de cravo ao peito" ou se haverá cedência à pressão presidencial na Lei de Bases da Saúde, considerando que "o espírito de Abril está bem vivo".

"Hoje passam 45 anos da revolução de Abril. Os cravos nos nossos peitos devem ser mais que um enfeite na lapela. A esperança que voltou a sair à rua com a solução governativa alcançada em 2015 olha para estes cravos e pergunta o que faremos nas decisões fundamentais", afirmou o deputado do BE Jorge Falcato na sessão solene comemorativa do 45.º aniversário do 25 de Abril de 1974, na Assembleia da República, em Lisboa.

A questão da Lei de Bases da Saúde não foi esquecida pelo BE nesta cerimónia e Jorge Falcato questionou se "o Serviço Nacional de Saúde pode voltar a andar de cravo ao peito, como [António] Arnaut e [João] Semedo o sonharam, ou manterá a porta aberta para o negócio dos privados em cedência à pressão presidencial".

Portugal | Chuva que vai e vem, queda de neve e agitação marítima. E a primavera?


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje sob aviso laranja os distritos do Porto, Viana do Castelo, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga devido à previsão de forte agitação marítima. Neste dia da Liberdade, saiba que pode contar com céu nublado, aguaceiros e até neve (acima dos 100/1200 metros).

O aviso laranja vai estar em vigor entre as 15:00 de hoje e as 03:00 de sexta-feira nestes seis distritos, onde estão previstas "ondas de noroeste com altura significativa de cinco a seis metros, podendo a altura máxima atingir nove metros", adianta o IPMA em comunicado.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocou ainda sob aviso amarelo os distritos de Bragança, Viseu, Porto, Guarda, Vila Real, Viana do Castelo, Castelo Branco, Braga devido à previsão de queda de neve e vento forte.

Estão ainda sob aviso amarelo, entre as 15:00 de hoje e as 15:00 de sexta-feira, os distritos de Faro, Setúbal, Beja e Lisboa devido à agitação marítima.

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