O PCP fez hoje um paralelo entre
a revolução dos cravos e a atualidade, considerando que tal como a luta
"foi imprescindível para derrotar o fascismo", também hoje a luta
"é indispensável para avançar nos direitos".
Falando na Assembleia da
República, em Lisboa, na sessão solene que comemora o 45.º aniversário do 25 de
Abril de 1974, a
deputada Diana Ferreira destacou que, "tal como no passado, a luta foi
imprescindível para derrotar o fascismo, também hoje a luta é indispensável
para avançar nos direitos e garantir progresso e justiça social".
"Num país fustigado por mais
de quatro décadas de política de direita, com especial brutalidade durante o
período da política dos PEC e do Pacto de Agressão, foi preciso lutar muito
para derrotar os planos daqueles que, a partir dos grupos económicos e do
Governo PSD/CDS-PP, pretendiam eternizar a política de cortes de direitos,
agravamento da exploração e empobrecimento", salientou.
Foi preciso lutar muito,
acrescentou, "mas com a luta dos trabalhadores e a ação decisiva do PCP
conseguiu-se esse objetivo imediato, hoje claramente traduzido na recuperação
de direitos e rendimentos".
Para o PCP, "é muito o que
se conquistou e foi destruído por responsabilidade dos sucessivos governos que
puseram em causa as conquistas de Abril e o cumprimento do que está consagrado
na Constituição da República Portuguesa".
Diana Ferreira defendeu, por
isso, que ainda "é preciso ir mais longe e avançar decisivamente no
sentido de uma verdadeira política alternativa, comprometida com os valores de
Abril, que dê resposta aos problemas estruturais que atingem o povo e o país,
não andar para trás".
Para os comunistas, "a
revolução de Abril é a prova viva de que vale a pena lutar, de que a força de
um povo derrota inevitabilidades".
"São muitos os momentos, ao
longo destes 45 anos, que demonstram bem que pela luta é que vamos e que
avançar é preciso", assinalou a deputada Diana Ferreira, apontando que
"a luta dos trabalhadores e do povo é imprescindível para a transformação
social porque Abril pertence ao povo, foi a sua força que o construiu, será a
sua força que o consolidará".
A parlamentar defendeu também que
"será com os valores de Abril que se construirá o futuro de Portugal, um
país mais livre, mais democrático, mais desenvolvido, mais justo e
solidário".
No seu discurso, a comunista
assinalou o "momento ímpar da história" de Portugal, mas não esqueceu
"os tenebrosos 48 anos da ditadura fascista", referindo que o
fascismo existiu e semeou "pobreza, fome, miséria, analfabetismo e doença,
impôs o trabalho infantil, subjugou as mulheres".
"Foi o poder de meia dúzia
de famílias multimilionárias, fez da corrupção política do Estado, censurou e
oprimiu, perseguiu e prendeu opositores antifascistas, ergueu o campo de
concentração do Tarrafal -- campo da morte lenta -- torturou e matou",
afirmou a deputada.
"Não esquecemos isto, como
não esquecemos o papel do Partido Comunista Português, de gerações de
comunistas, de outros democratas e resistentes antifascistas que, de forma
firme, corajosa e abnegada, enfrentaram a ditadura fascista e, mesmo na
clandestinidade, mesmo sob o chicote da censura, da repressão e da tortura,
lutaram para a derrubar, muitas vezes pagando com a própria vida",
declarou Diana Ferreira.
Considerando que "Abril não
é só um dia", a parlamentar salientou que são "dezenas de anos de um
caminho desbravado e trilhado passo a passo por quem sempre acreditou que
Portugal não estava condenado a viver amordaçado, nem o seu povo a viver
esmagado e oprimido pelos grilhões da ditadura fascista".
Lusa | Notícias ao Minuto
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