domingo, 15 de setembro de 2019

BARBÁRIE EM PLENO SÉCULO XXI



Qualquer que seja a articulação do poder do império da hegemonia unipolar, independentemente de suas tensões e contradições internas, continua a haver um garante: a persistência da barbárie, ainda que esse poder sopre aos mil ventos que se decide e age em nome da democracia e da civilização!

A barbárie em pleno século XXI manifesta-se desde quando esse império estimulou a exaustão do planeta (neste ano, o que se devia ir buscar à Mãe Terra no período civil de 365 dias, foi exaurido num semestre), até aos gestos comuns palpáveis pelas vias dos seus relacionamentos para com os outros, numa prática constante de conspiração contra a humanidade, contra o planeta, contra a vida!... 
O império da hegemonia unipolar domina com um insano egoísmo, sem ética, sem moral e estende seus crimes abrindo caminho ao fim da vida, tal qual se conhece ainda hoje! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2015/12/iii-guerra-mundial-no-fulcro-dum.html).

1- Alguns analistas internacionais, com um nível de informação invejável, como Thierry Meyssan da Rede Voltaire, estão a fazer uma leitura optimista da evolução da administração republicana de Donald Trump, considerando que há da parte dela uma remota vocação para a paz. (https://www.youtube.com/watch?v=r0Pwv9fzzoY).

No artigo “Donald Trump, trará ele a paz?”, Thierry Meyssan considera, com base nos fundamentos que possui:

“Depois de dois anos e meio no Poder, o Presidente Donald Trump está a ponto de impor os seus pontos de vista ao Pentágono.

Ele que pôs fim ao projecto de «Sunistão», do Daesh, entende acabar com a doutrina Rumsfeld/Cebrowski de destruição das estruturas estatais do Médio Oriente Alargado.

Se o conseguir, a paz regressará à região assim como à Bacia das Caraíbas.

No entanto, os povos que tiverem sobrevivido ao imperialismo militar terão ainda de lutar pela sua soberania económica”…(https://www.voltairenet.org/article207511.html).


2- A paz global exige muito mais que uma aposta numa tendência intestina do exercício do império da hegemonia unipolar, por muito abnegada que ela possa parecer, por muito que ela possa aparentemente alijar a carga de fascismo que faz parte do carácter do poder dominante, por muito que procure a imagem e os conteúdos “soft” da sua última manifestação!...

A aristocracia financeira mundial tacteia nas suas práticas de conspiração e guerra psicológica (https://frenteantiimperialista.org/blog/2018/07/08/la-guerra-psicologica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar-en-africa/), pois no essencial persiste já muito acima das possibilidades dum planeta pequeno e esgotável como é a Mãe Terra, por via da busca insaciável de lucro face a qualquer tipo de concorrência ou de consequente racionalidade!

Entre capitalismo financeiro transnacional e capitalismo protecionista, tem havido muito ténue diversificação prática e o aumento de sanções têm penalizado criminosamente nações e povos, sobretudo no “Terceiro Mundo”, que nunca foi um mundo entre iguais!

Esse tactear vem desde o seu berço, desde a época do expansionismo, antes de se vislumbrar a natureza do império com projecções de domínio planetário! (http://paginaglobal.blogspot.com/2014/12/uma-fruta-que-nao-caiu-i.html).

Snowden alerta para propagação de mentiras na internet


Há seis anos, ex-analista da NSA causou terremoto político ao revelar atividades ilícitas do serviço secreto dos EUA. Em entrevistas a jornais alemães, Snowden conta que ainda almeja asilo político na Alemanha.

Seis anos após divulgar informações sigilosas da Agência de Segurança Nacional americana (NSA), revelando um amplo esquema de espionagem do governo dos Estados Unidos, o ex-colaborador do serviço secreto americano Edward Snowden alertou para a propagação de mentiras na internet e contou que ainda deseja conseguir asilo político na Alemanha.

"Se a Alemanha concedesse asilo para mim, isso não seria visto como um ato hostil em relação aos Estados Unidos", afirmou Snowden em uma entrevista ao jornal alemão Die Welt publicada neste sábado (14/09).

Desde que divulgou milhares de documentos secretos da NSA em 2013, expondo o sistema de vigilância mundial americano, o ex-analista, de 36 anos, vive exilado em Moscovo, na Rússia. Nos EUA, ele é considerado inimigo de Estado, acusado de divulgar segredo de Estado e pode pegar até 30 anos de prisão.

Na entrevista, Snowden criticou ainda a Alemanha e a França por não terem feito nada até agora para apoiá-lo e reiterou que não revelou nada que pudesse por vida de pessoas em risco. "Os governos dos dois países estavam procurando razões para me impedir de ir até lá", afirmou.

Snowden pediu asilo político em vários países, incluindo a Alemanha. Os pedidos não tiveram sucesso. Na época do vazamento, apenas a Rússia se dispôs a recebê-lo.

Senador dos EUA defende ataque contra refinarias do Irão: 'quebrará a base do regime'


O senador republicano Lindsey Graham defendeu que os EUA ataquem as refinarias de petróleo iranianas após drones incendiaram duas refinarias da petroleira estatal da Arábia Saudita.

"Agora é hora dos EUA colocarem sobre a mesa um ataque às refinarias de petróleo iranianas, se continuarem as provocações ou aumentarem o enriquecimento nuclear", escreveu Graham no Twitter.

Nas primeiras horas do sábado, duas refinarias da Saudi Aramco, em Abqaiq e Khurais, foram atacadas, causando incêndios e suspensão da produção de 5,7 milhões de barris de petróleo por dia, segundo a gigante do petróleo. O movimento rebelde houthi no Iémene assumiu a responsabilidade pelos ataques.

Graham afirmou que o Irão é a principal força por trás da recente atividade houthi.

"Os rebeldes houthis, apoiados pelo Irão, que atacaram as refinarias de petróleo sauditas são mais um exemplo de como o Irão está causando estragos no Oriente Médio", escreveu o senador republicano, acrescentando em outro post que "o Irão não interromperá seu mau comportamento até que as consequências se tornem mais reais, como atacar suas refinarias, o que quebrará a base do regime".

O movimento rebelde houthi é alvo de ataques aéreos realizados por uma coligação liderada pela Arábia Saudita desde 2015. A coligação interveio no Iémene depois que os rebeldes houthis removeram o governo do presidente Abdrabuh Mansour Hadi da capital Sanaa em 2014.

Os Estados Unidos abandonaram o acordo nuclear com o Irão em 2018 e reintroduziram sanções contra Teerão.

Sputnik | Foto: © AP Photo / Mark J. Terril

Reveladas imagens de Guaidó na Colômbia com narcotraficantes e paramilitares


Opositor venezuelano Juan Guaidó tirou fotos com lideranças narcoparamilitares colombianas enquanto teria recebido dos mesmos ajuda para cruzar a fronteira de seu país com a Colômbia em fevereiro.

As fotos se tornaram públicas mediante a denúncia de Wilfredo Cañizares, ativista e líder da Fundação Progresso no Norte de Santander (FPNS), organização não governamental colombiana de direitos humanos. Segundo Cañizares, a misteriosa passagem de Guaidó da Venezuela para a Colômbia foi feita com a ajuda de criminosos colombianos.

Na ocasião, Juan Guaidó foi para o país vizinho para participar de um evento popular chamado Venezuela Aid Live, cujo o propósito era levar ajuda humanitária para a Venezuela a partir do território colombiano em fevereito deste ano. Guaidó havia sido proibido pela Justiça da Venezuela de atravessar a fronteira.

Nas fotos publicadas no Twitter de Wilfredo, é possível ver Guaidó com Albeiro lobo Quintero, conhecido como Brother, e John Jairo Durán, conhecido como El Menor, ambos líderes da organização criminosa Los Rastrojos. As fotos foram tiradas em 22 de fevereiro, um dia antes de Guaidó comparecer ao evento que ocorreu em Cúcuta, Colômbia.

Dissemos desde o primeiro dia que a entrada de Juan Guaidó em 23 de fevereiro na Colômbia foi coordenada com os Los Rastrojos. Aqui estão Brother armado e o segundo no comando do grupo paramilitar, El Menor.

Organização criminosa

De acordo com Alberto Ravell, porta-voz de Juan Guaidó, o deputado e opositor venezuelano não sabia quem eram as pessoas que lhe ajudaram na travessia da fronteira.
Los Rastrojos é uma organização criminosa que lucra com o narcotráfico e o comércio ilegal de ouro na Colômbia, informou o portal Semana.

Sputnik | Foto: Juan Guaidó, com Brother (à esq.) e Menor (à dir), líderes dos 'Los Rastrojos' / Twitter

Venezuela faz manobras militares na fronteira com a Colômbia


Exercícios ocorrem em meio a crescentes tensões entre os dois países. Maduro acusa Bogotá de preparar agressão após presidente colombiano dizer que regime venezuelano oferece abrigo a rebeldes guerrilheiros.

A Venezuela iniciou na terça-feira (10/09) exercícios militares na fronteira com a Colômbia, atendendo a uma ordem dada na semana passada pelo presidente do país, Nicolás Maduro, em meio a uma crescente tensão com o governo da vizinha Colômbia.

Tanques, veículos blindados carregados com mísseis e dezenas de soldados começaram os exercícios no aeroporto de La Fría, no estado de Táchira. Ordenadas por Maduro após ele denunciar um suposto plano da Colômbia para lançar um "conflito militar", as manobras são planejadas para terminar no dia 28 de setembro.

Fontes ligadas à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) disseram a jornalistas que há 150 mil soldados e policiais na região da fronteira, mas não ficou claro se todos participarão dos exercícios.

Bogotá negou ter qualquer plano contra a Venezuela, pedindo "serenidade" nesta terça-feira, diante da escalada de acusações.

Pinochet, o triunfo do fascismo de mercado e a admiração mútua com o general Franco


Alejandro Torrús | opinião

Tal como sucede todos os anos em 11 de Setembro, os grandes media recordaram as Torres Gémeas de Nova Iorque e ignoraram o golpe fascista de 1973 no Chile. Há muitas razões de actualidade para não esquecer o fascismo chileno: a sua estreita articulação com a corrente neoliberal do capitalismo; o papel dos EUA no incentivo e preparação do golpe; o facto de este fascismo dos anos 70 se associar ao que ainda vinha da década de 30 (como o franquismo) e ser incensado por forças que integram, um pouco por toda a parte, o actual levantar da cabeça da extrema-direita.

Quarta-feira (11.8) marcou os 46 anos do golpe de Estado no Chile que derrubou Salvador Allende. O doutor em História Mario Amorós publica “Pinochet. Biografia militar y política”, uma obra que aspira a converter-se numa referência mundial para estudar a figura do ditador chileno desde o início da sua carreira no Exército até aos seus últimos dias de vida.

Era o 11 de Setembro de 1973. A República do Chile era a democracia mais avançada da América Latina, mas o contexto internacional era complicado. Muito complicado. Três anos antes, o candidato da Unidade Popular Salvador Allende havia-se imposto nas eleições presidenciais com a sua “via pacífica para o socialismo”. Mas os Estados Unidos tinham como muito claro que a Unidade Popular não podia triunfar. Tinha-o deixado muito claro o seu secretário de Estado, Kissinger, durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional realizada em 1970. “O sucesso de um governo marxista eleito pelo povo seria um claro exemplo (e até um precedente) para outras partes do mundo”. Ali mesmo, em 1970, começaram os ataques à economia chilena para a isolar, a enfraquecer e a desestabilizar até fazer do Chile um país ingovernável. Allende, porém, resistia.

A Unidade Popular permanecia no poder e mantinha o apoio social. Foi então, em 11 de Setembro, que se recorreu à violência. Às armas. Ao sangue. Quando o exército chileno conquistou o seu próprio país e Allende perdeu a vida encurralado no Palácio de la Moneda. “A história é nossa e fazem-na os povos”, lançou o socialista na sua última mensagem à nação chilena.

Nesse 11 de Setembro de 1973 consumou-se a infâmia. Um acto de guerra, como o bombardeamento do palácio de La Moneda, acabava com a democracia chilena. Os partidos políticos eram banidos, as liberdades e os direitos dos cidadãos eram suprimidos. Chegavam o exílio e a repressão sistemática. Acabavam também o controlo dos preços, a distribuição de leite nas escolas e a proteção laboral dos trabalhadores. O império do terror era imposto. No topo da ditadura brutal e como seu rosto visível foi-se impondo a figura de Augusto Pinochet, que havia sido o chefe máximo das Forças Armadas durante a presidência de Allende. Esse militar apresentava-se assim perante o mundo como um paradigma de ditador impiedoso e entronizado pela traição. Como escreveu o historiador Josep Fontana, Pinochet simbolizou como ninguém a imagem do fascismo na América Latina.

Agora, quando passam 46 anos sobre esse momento crucial, o Doutor em História da Universidade de Barcelona, ​​Mario Amorós, publica Pinochet. Biografia militar y política (Edições B), a primeira biografia histórica do ditador documentada em arquivos e bibliotecas de quatro países diferentes, centenas de artigos e referências na imprensa, discursos, entrevistas, testemunhos e opiniões de familiares e colaboradores. Em suma, um trabalho de mais de 800 páginas que aspira a converter-se em referência mundial para tratar uma das figuras mais importantes do século XX: Augusto Pinochet.

258 milhões de crianças no mundo não vão à escola


Um sexto das crianças e adolescentes de entre 6 e 17 anos em todo o mundo não frequentam a escola, segundo dados de 2018 publicados pela ONU. O progresso foi «mínimo ou zero» na última década.

O progresso na escolaridade foi «mínimo ou zero» na última década, segundo um comunicado da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) difundido pela Agência Lusa.

São 258 milhões as crianças em idade escolar, entre os 6 e os 17 anos, que não se encontram a frequentar uma escola – um sexto da população mundial naquele intervalo etário. A UNESCO estima que possam vir a haver «12 milhões de crianças» que «nunca verão o interior de uma sala de aula».

Está posto em causa, segundo a organização, um dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que a comunidade internacional acordou concretizar até 2030: uma educação inclusiva e de qualidade disponível para todos.

Portugal | Eleições em 6 de outubro... a grande questão?



...Terá o PS a maioria absoluta? Porque é que é assim... tão redutora a nossa esperança e desejo?

- Porque será que apesar dos recuos políticos das conquistas de Abril...

Ainda hoje o sistema político em Portugal, está acima da capacidade de compreensão... e da iniciativa popular política e social.

E... porque as razões principais que transformaram o golpe militar do 25 de abril, numa revolução com apoio das massas populares... ainda está mal explicado aos portugueses.

Nomeadamente retirando ou omitindo a importância da influência decisiva da luta dos movimentos de libertação africanos, no amadurecimento e agudização das três frentes de guerra em África durante 13 anos... que fez em 10 anos, um milhão e meio de portugueses emigrados... além dos milhares de mortos, estropiados e traumatizados de guerra... e que conduziram ao enfraquecimento, isolamento e morte do regime colonial fascista.

Não se pode esconder a nossa história de 48 anos de regime fascista e o atraso económico, político e social... e das alienações seculares produzidas e da influência antropológica que teve e tem ainda... esse passado de trevas no povo português.

Demos um salto em Abril... e estatelamo-nos!

E se não é pior... é porque não é preciso ainda... e o fascismo se um dia vier de novo, será por razões supra nacionais!

- A desilusão vem daqui... da visão estreita da compreensão do processo histórico.

*Ex-sindicalista do comércio da CGTP-Intersindical Nacional

Os fugitivos do brexit estão a invadir o concelho mais envelhecido de Portugal


Penamacor era o concelho mais envelhecido do país. Hoje, é o que tem a maior taxa de residentes estrangeiros do interior - quase 10% da população. São sobretudo ingleses, em idade ativa e em fuga do brexit. Estão a comprar quintas abandonadas, abriram uma escola internacional, trabalham online para o mundo inteiro. Há um mundo novo na Beira Interior.

Sophia Mars (foto), 51 anos, trabalha às terças, quartas e quintas, das sete da manhã às sete da tarde. "Dou aulas de Inglês para o mundo inteiro. A maior parte dos meus alunos são altos quadros de empresas asiáticas, mas também tenho alguns em África e na Europa." As suas lições decorrem online - precisa apenas de um portátil, de uns bons auscultadores e de um microfone para comunicar com o universo. "É muito engraçado, porque às vezes peço-lhes para me descreverem os sítios onde estão e normalmente falam-me dos escritórios envidraçados em grandes arranha-céus. E eu aqui, no meio de nenhures."

Nenhures é aqui, na Quinta do Vale da Ribeira, propriedade de 2,2 hectares para onde se mudou há dois anos, vinda de Sommerset, no sul de Inglaterra. Fica a três quilómetros do Pedrógão de São Pedro, aldeia de 400 habitantes no concelho de Penamacor. Enquanto não acaba de reconstruir a casa de xisto onde quer passar o resto dos dias, Sophia vive numa quinta desde que chegou a Portugal. Comprou online a grande tenda circular e instalou a arquitetura mongol no meio do seu terreno na Beira Interior. Os painéis solares dão-lhe energia para carregar o portátil e o rooter, com internet resolve a vida inteira. "Nos dias de calor, pego numa cadeira e no computador e vou para o meio das árvores. Se chover, ensino dentro da tenda."

Penamacor, mostram os últimos Censos de 2011, é o concelho português com maior índice de envelhecimento. Por cada cem jovens com menos de 15 anos, há 545 idosos com mais de 65. É também o local do país onde o despovoamento bateu mais forte. Há 50 anos, havia aqui 16 mil habitantes, hoje não são mais de cinco mil. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras divulgou há dias o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo de 2017 e, pelo terceiro ano consecutivo, o distrito de Castelo Branco está entre os que mais crescem na taxa de residentes estrangeiros - com Bragança. Aqui, o número oficial de residentes vindos de outros países cresce mais de 10% ao ano. E Penamacor é o município onde a taxa é maior - quase 10% dos habitantes que hoje aqui vivem chegaram de fora.

"O fenómeno começou há dois anos, mas em 2018 chega gente nova todos os dias. Neste momento, temos 400 registos, mas é um número que precisa de ser atualizado", diz António Luís Beites, presidente da Câmara de Penamacor. Destes, 60% são ingleses - e a maioria dos restantes têm, de alguma forma, ligação ao mundo britânico. Australianos e irlandeses, gente de Hong Kong ou de Singapura que trabalhava em empresas londrinas e decidiu mudar de vida.

"Vieram aqui parar por causa dos baixos custos da terra", explica o autarca. "Em Penamacor estava quase tudo ao abandono. Estas pessoas querem viver vidas mais simples do que aquelas que tinham nas cidades." E, ao contrário do que acontece no Algarve, onde vive a maior comunidade inglesa do país, esta população está em idade ativa. Trabalham globalmente, como Sophia.

Passos e Rio: é mais o que os une do que aquilo que os separa nas propostas eleitorais


Um programa feito no pós-troika, o da PAF em 2015, e outro em período de crescimento económico, o do PSD de Rui Rio, mas que têm muitos pontos de contacto. A imagem do anterior e a do atual líder social-democrata é que faz a diferença.

Era interessante, mas impossível, comparar um programa eleitoral de Pedro Passos Coelho e de Rui Rio em 2019. Esses deveriam ser muito diferentes". profetiza Pedro Marques Lopes. Assim talvez se percebesse a veia mais liberal do anterior primeiro-ministro e a mais social-democrata do atual presidente do PSD. A conjuntura de 2015, de um país que conseguiu sair do ajustamento da troika, ditou um programa da coligação Portugal à Frente (a PAF do PSD-CDS) que, "na essência", não é muito diferente do que é defendido por Rui Rio nestas eleições.

Esta é também a opinião de António Costa Pinto. "As diferenças são mais em relação à imagem do que ao conteúdo dos dois programas", e sublinha o facto de em 2015 as propostas terem sido cozinhadas numa coligação pré-eleitoral entre PSD e CDS, o que introduz algumas nuances centristas nas promessas eleitorais.

"Mas era já um programa que apontava para um ciclo de crescimento económico e que se afastava do discurso inicial mais liberal de Pedro Passos Coelho, muito longe da diabolização da função pública" e que, "é bom não esquecer, deu a vitória eleitoral à PAF", sublinha António Costa Pinto. Um programa que previa muitas medidas que foram tomadas "até pelo governo do PS, que acelerou o passo".

Portugal | Erros capitais


Domingos de Andrade | Jornal de Notícias | opinião

O PSD cometeu dois erros capitais, que podem marcar o partido, e por arrasto o centro direita, por mais do que um par de bons anos.

Um, o maior, é de Rui Rio, que não soube, ou não teve o engenho de perceber que o país é diferente daquele em que ele foi deputado e presidente da Câmara do Porto. Que o famoso tempo político de que se outorgava dono e senhor, do homem providencial que não anda ao sabor das marés, foi sugado pela voragem do instantâneo.

Não há hoje tempo para o tempo de Rui Rio.

Do ponto de vista programático, nenhuma bandeira resiste à memória, não há uma única ideia que seja de efetiva alternativa ao PS, a não ser a de que ele é um homem sério, desprendido das coisas mundanas da política, cujo epílogo fatal é, por muita genuinidade que tenha, assumir não pretender ser deputado e com isso desvalorizar a casa da democracia.

Boris Johnson fala em "grandes progressos" para se chegar a acordo com UE


O primeiro-ministro britânico garantiu que se registam "grandes progressos" para se chegar a um acordo sobre o 'Brexit' entre a UE e o Reino Unido, que comparou a Hulk numa entrevista publicada hoje no jornal Daily Mail.

"Quando consegui este lugar, todos disseram que absolutamente nenhuma mudança no acordo de retirada era possível (...) Eles, [os líderes da UE] voltaram e, como você sabe, uma conversa muito, muito boa está a ocorrer sobre como lidar com os problemas na fronteira do norte da Irlanda, e grandes progressos estão sendo feitos", disse Boris Johnson.

Ambas as partes não se conseguem entender sobre como evitar o restabelecimento de uma fronteira física entre a Irlanda, um estado membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte após o 'Brexit'.

Londres rejeita a solução conhecida como "rede de segurança" (ou "recuo"), inevitável aos olhos de Bruxelas por falta de alternativas confiáveis. Estabelece que o Reino Unido no seu conjunto permanece em um "território aduaneiro único" com a UE se uma solução melhor não for encontrada após um período de transição.

"Haverá muito trabalho até 17 de outubro", data da última cimeira da UE antes da saída do Reino Unido da União Europeia, marcada para 31 de outubro.

"Mas eu vou a essa cimeira e vou conseguir um acordo, estou realmente esperançoso, e, se não conseguirmos, sairemos em 31 de outubro", disse o chefe do governo.

Migrantes que estavam no 'Ocean Viking' já estão em Lampedusa


Os 82 migrantes que estavam a bordo do navio humanitário 'Ocean Viking' já desembarcaram em Lampedusa, depois de seis dias de espera no mar Mediterrâneo, tendo chegado a terra por volta das 23:00 locais.

De acordo com a agência de notícias espanhola EFE, o barco entrou em águas italianas durante a tarde e permaneceu próximo da costa, mas não atracou no porto, tendo sido as embarcações da Guarda Costeira italiana que levaram os migrantes para terra por volta das 23:15 locais, 22:15 em Lisboa.

Nas redes sociais, a organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF), uma das responsáveis pelo barco, celebrava dizendo que a espera para aqueles 82 migrantes tinha terminado.

"Fugiram da Líbia, sobreviveram a uma travessia mortal no Mediterrâneo e agora, finalmente, chegam a um lugar seguro", disse a ONG.

Os 82 migrantes terão agora de aguardar na ilha italiana até serem reinstalados noutros países europeus que se ofereceram para os acolher, como é o caso da Alemanha, França, Luxemburgo e Portugal.

O Governo português já fez saber junto da Comissão Europeia que está disponível para acolher oito destas pessoas.

Notícias ao Minuto | Lusa | Foto: Reuters

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Funeral de ex-Presidente do Zimbabué realiza-se hoje em Harare


A família de Robert Mugabe aceitou que o ex-Presidente do Zimbabué seja sepultado no monumento dedicado aos "heróis da nação" em Harare, capital do país, disse na sexta-feira um porta-voz dos familiares.

O funeral do ex-Presidente da República do Zimbabué, Robert Mugabe, falecido a 06 de setembro, realiza-se hoje em Harare, capital do país, e, depois de alguma polémica, o seu corpo será sepultado no monumento reservado aos heróis da nação.

"Sim, eu confirmo", disse Leo Mugabe, um dos sobrinhos do ex-Presidente do Zimbabué, à imprensa após vários dias de tensão entre as autoridades e a família, que preferiam que este fosse sepultado na sua aldeia natal.

Localizado numa colina e projetado com o apoio de arquitetos da Coreia do Norte, o local onde Mugabe será sepultado tem uma ampla vista sobre Harare, é construído em mármore e granito e ostenta uma estátua de bronze de três guerrilheiros combatentes pela independência.

O ex-presidente, que esteve no poder durante 37 anos, é considerado por muitos como um herói nacional, apesar de décadas de governação que mergulharam o país em grandes dificuldades económicas e com relatos de abusos de poder e violações dos direitos humanos.

Um dos chefes de Estado que já confirmou a sua presença no funeral é Filipe Niusy, presidente de Moçambique, país vizinho do Zimbabué.

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