sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Portugal | Os mafiosos da política, da economia e dos gamanços... Justiça?


Bom dia. O Curto do Expresso de hoje, grande é o Zé. Grande vigarista batizado de José Guilherme. Desde trapaças assim, até trapaças BES/Novo Banco, é um ver se te avias. E ele ficou aviado com um perdão Novo Banco no valor de 121 milhões… de euros, claro – apesar da bruma afetar a famigerada transparência podemos ler isso mesmo preto no branco, a seguir.

Certo é que de falcatrua em falcatrua, de perdões em perdões, o “mexilhão” pagou, continua e continuará a pagar as desbundas destes grandes Zés Ricardos Espíritos Santos, Tomases e outros vigaristas encartados da mesma laia. Quer o referido Zé, quer o Ricardo, quer os tais outros, lá vão cantando e rindo dos levados, levados sim… Levados, acarneirados e papalvos que também são Zés simplesmente do povinho, comidos e nunca pagos, antes pelo contrário: arcam com as vigarices, trapaças, confusões e roubos dos Zés da Alta, das “finesses” ricaças de tanto cambalachar. Ainda agora, hoje, diz o governo que vai dar mais um milhão e tal ao Novo Banco. Ora paguem lá e não bufem seus (todos nós) memés. 

“Oh i oh ai, estamos todos a ser comidos”… até parece que é o que Ricardo Costa canta no Curto de hoje. Ele desvenda e recorda algumas tramas dos artistas das “finesses”, senhores ladrões-doutores-exploradores que descaradamente causam aos portugueses tantas dores. Uma vida de dores causadas por aqueles estupores. E justiça? NADA.

Para terminar a prosa que antecede o Curto da xafarica do tio Balsemão, a Impresa, aqui fica a palavra que nos toca como paulada bem assente no alto do cucuruto: NADA. Isso mesmo afirma o autor Ricardo. Quer ele dizer que após mentiras, trapaças da pesada, e certamente roubos da alta “finesse” (que não são considerados roubos)… Depois NADA acontece a esses iluminados da alta predação do país e dos portugueses. Maloios somos nós, os plebeus que consentem que as máfias da política e da economia e finanças nos sugue até ao tutano… Sempre a mesma coisa, quase nunca mudam as moscas. E a merda é sempre a mesma no antro pestilento da justiça, da política, da economia e dos gamanços. Que tanto fede apesar do disfarce de impunidade.

Bom dia, bom fim de semana. Desculpem a ligeira falta de diplomacia com palavras  de odor acintoso. Acorram ao Curto já a seguir e saibam melhor o que contém sobre o que  resumidamente e a nosso modo abordamos, e mais, muito mais.

MM | PG



Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Zé Grande, o homem que sabe brincar com a Justiça

Ricardo Costa | Expresso

José Guilherme, ou Zé Grande, está de volta. Com uma noção espetacular do tempo, a Justiça fez ontem buscas por causa de suspeitas dos seus negócios ligados a uns misteriosos empréstimos do Finibanco Angola, um banco misteriosamente comprado por 350 milhões (valia 200) pelo misterioso Tomás Correia.

As suspeitas começaram em 2011, o inquérito foi aberto em 2015, as páginas entretanto escritas sobre estes escândalos bancários davam para cobrir a superfície do concelho da Amadora, terra do grande construtor, as buscas foram ontem. É para rir ou para chorar?

Confesso que me rio sempre com José Guilherme, sobretudo desde que resolveu não depor presencialmente ao Parlamento, alegando que tinha muitos problemas de saúde e que vivia em Angola.

Acontece que a Comissão de Inquérito era sobre o BES e queria perceber porque é que Zé Grande tinha transferido uma famosa prenda de €14,5 milhões para a conta de Ricardo Salgado. Não foi ao Parlamento e, claro, não lhe aconteceu nada.

Aliás, aconteceu. Na semana seguinte, Hugo Franco, jornalista do Expresso, foi ao barbeiro de José Guilherme, na Amadora, e lá estava ele, como acontece quase todas as manhãs, a arranjar o cabelo. Um homem que dizia estar cheio de problemas de saúde e a viver em Angola apareceu fotografado na primeira página do Expresso, depois de se recusar a ir ao Parlamento. Aconteceu alguma coisa? Nada.

Leiam este perfil – assinado pelos meus colegas Isabel Vicente e Hugo Franco – para conhecerem esta figura pícara da construção civil, que entre várias coisas notáveis, pagou €14,5 milhões a Ricardo Salgado por liberalidades e €1,5 milhões de euros a Tomás Correia.

Transcrevo o último parágrafo: “Em Janeiro de 2016 ficou a saber-se que José Guilherme tinha dívidas ao BES, herdadas pelo Novo Banco e que dos mais de 200 milhões de euros que lhe emprestaram sem garantias, o Novo Banco acabou por lhe perdoar 121 milhões”.

Hoje, a manchete do Público afirma isto: “Governo prepara injeção final de 1,4 mil milhões no Novo Banco”. Como diz Sousa Cintra, Portugal precisava de mais homens como José Guilherme. A justiça portuguesa podia fazer um Levanta-te e Ri com as personagens deste caso.

OUTRAS NOTÍCIAS

A Assembleia do Livre decidiu por unanimidade levar ao Congresso deste fim de semana um voto que retira a confiança política à sua deputada. O texto aprovado é, na prática, uma acusação detalhada, que explica aquilo que era evidente a qualquer pessoa. O Livre e Joacine já não se davam. Amanhã assinam os papéis do divórcio.

Um pequeno excerto: “Não só foi eleita nas listas do LIVRE, como é membro do partido e até da sua direção, e está na Assembleia da República também nessa qualidade. No entanto, a relação da Deputada com os órgãos do partido tem sido de antagonismo e polarização, ao adotar a partir de São Bento, uma postura de constante e reiterado confronto com estes órgãos”. Alguém fica surpreendido com este fim?

É já amanhã que os militantes do PSD decidem quem os vai liderar nos próximos dois anos. Rui Rio parte na pole position (a metáfora automobilística não podia faltar) e ontem numa reportagem da SIC (onde faz um excelente tutorial de condução) disse que as probabilidades de perder "são inversas às de acertar no Totoloto". As tropas de Luís Montengero não desarmam e esperam recuperar a desvantagem da primeira volta.

Alunos até ao 6º ano vão ter aulas das 9h às 17h. É o que diz a manchete do JN, segundo a qual o princípio da Escola a Tempo Inteiro - que já existe para os alunos do 1º Ciclo, - vai ser alargado ao 2.o Ciclo. “A intenção não é nova, mas vai avançar no próximo ano letivo, com caráter de experiência-piloto em cerca de dez agrupamentos. O objetivo é generalizar a medida depois de 2022”, explica o jornal.

Mas se Tiago Brandão Rodrigues anuncia programas-piloto, tem um problema bem mais grave em mãos. A falta de professores, sobretudo em Lisboa, Setúbal e Algarve (por norma, por causa do preço da habitação), está a levar à tomada de medidas drásticas, noticiadas pelo Expresso na quarta-feira com este sugestivo título: “Professores de Inglês a dar aulas de Português e os de História a dar Geografia: falta de docentes leva Ministério a medidas urgentes”

Num novo artigo, a Isabel Leiria explica exatamente o que está em causa. “Faltam professores? Qualquer pessoa pode vir a dar aulas de Informática? Respostas sobre um problema que marca o ano letivo”. Constrangimentos no preenchimento de horários a Português, Inglês, Geografia e Informática, todos do 3º ciclo do ensino básico e secundário, levaram a estas medidas drásticas.

Rui Pinto, o famoso hacker português, sabe hoje por quantos crimes vai a julgamento, após um primeiro adiamento. A leitura da decisão instrutória, pela juíza Cláudia Pina, está marcada para as 14:00, depois de já ter procedido, na segunda-feira, a uma alteração da qualificação jurídica dos crimes. O caso é histórico, porque Rui Pinto é visto em simultâneo como um denunciante que ajuda a Justiça e o Fisco e um criminoso comum.

Afinal houve feridos no ataque iraniano a uma base dos EUA no Iraque, na semana passada. O Pentágono admitiu que houve 11 feridos e que, por razões de segurança, oito foram transferidos para uma base militar na Alemanha e três para o Kuwait. Não é habitual passar tanto tempo até que sejam revelados os números de vítimas de um ataque militar a alvos norte-americanos.

A China cresceu apenas 6,1% no ano passado. O número, invejável para qualquer país ocidental, é o mais baixo nos últimos 29 anos da economia chinesa, o que é um péssimo sinal. A guerra comercial com os EUA, redução na procura interna, desemprego e fragilidades no sistema bancário explicam, segundo os especialistas, o número baixo.

Hoje é dia grande de futebol. Há um Porto-Braga às 19h e logo a seguir, às 21h15,um Sporting-Benfica. O jogo de Alvalade apresenta dois rivais separados por dezasseis (!) pontos e pode ser o último de Bruno Fernandes, que deverá rumar ao Manchester United neste mercado de inverno

FRASES (especial eleições no PSD)

“Se Luís Montenegro tiver juízo e maturidade, pode não morrer politicamente se perder no sábado”. Rui Rio, em declarações à SIC

“Montenegro ainda tem uma grande oportunidade nesta eleição”. Miguel Relvas, ex-fazedor de líderes do PSD, no Jornal Económico

“No PSD, ninguém morre. E esse é que é o problema”. Clara Ferreira Alves, Eixo do Mal, SIC Notícias

O QUE EU ANDO A LER

The Case Against Big Tech, de Rana Foroohar. Não costumo recomendar livros que não estejam disponíveis em português, mas abro uma exceção porque este livro de uma jornalista do Financial Times aborda uma das mais importantes questões do nosso tempo.

Rana Foroohar, jornalista na delegação americana do FT, acompanha a ascensão das empresas de Sillicon Valley há muitos anos e conhece de cor a sua capacidade inovadora, a influência poderosa nas nossas vidas, mas também os perigos que transportam, as questões éticas que levantam e as profundas alterações que operam nas sociedades. (esta entrevista da autora ao Channel 4 explica bem a ideia poderosa do livro)

O título parece uma tomada de posição contra as grandes empresas tecnológicas e as suas tentações monopolistas, mas não, é muto equilibrado e profundamente informado. Mais importante, fala-nos de temas que nos rodeiam em quase todos os momentos do nosso dia-a-dia, sem que quase demos por eles, a um ponto inimaginável.

Vai ser um dia cheio de notícias para abrir um fim de semana carregado de novidades. Para perceber o que o rodeia, amanhã, já sabe, é dia de Expresso nas bancas. Vai valer a pena.

Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a

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