O RESSUSCITAR DE UM DOS GRANDES INIMIGOS PÚBLICOS*
O ex-primeiro-ministro e antigo
líder do PSD Pedro Passos Coelho dirigiu este domingo um "voto
público" ao PSD e ao CDS de "afirmação" e "união" para
que os dois partidos possam fazer as "ações reformistas importantes"
que o país precisa.
"Isso está perfeitamente ao
nosso alcance e o país precisa disso, e nós precisamos disso. É o voto que aqui
quero deixar. Que o exemplo da Barca possa ser inspirador para os nossos
partidos, e em particular para o meu, que é o PSD", afirmou Passos
Coelho.
O ex-governante, que falava
durante a tomada de posse dos novos órgãos da concelhia de
Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, terminou um discurso de quase
40 minutos, formulando um voto público aos dois partidos, em particular, ao
seu.
"Que possa encontrar o seu
caminho, certamente de afirmação e de união, porque as pessoas têm de se saber
unir. Se andarem em desavenças é mais difícil chegar a algum lado. Não estou a
dizer que é impossível, mas é mais difícil", referiu.
Passos Coelho lembrou que os dois
partidos fecharam "ciclos políticos" e que novos se abriram.
"No PSD houve
eleições há pouco tempo e haverá um congresso daqui a 15 dias para coroar essa
eleição. O CDS fez hoje o seu congresso. Podemos dizer que aqueles
que estiveram, no Governo, juntos no passado com essas responsabilidades
fecharam um ciclo, em definitivo, e abriram outro. Ainda para mais com pessoas
e dirigentes que não tiveram nada a ver nem com esse Governo, nem com outros
passados, destes partido", especificou.
Passos Coelho apelou para que
"as pessoas se unam, a pensar no serviço que podem prestar aos
outros".
"Se puserem um bocadinho de
lado as questões que foram acumulando, às tantas se elas não forem muitos
importantes e, muitas vezes não são muitos importantes, as pessoas tendem a esquecê-las e
tendem a unir-se em torno de coisas mais positivas", alertou.
Na intervenção, que contou com a
presença dos deputados Eduardo Teixeira e Emília Cerqueira, do ex-deputado
Carlos Abreu Amorim, dos presidentes da Câmara de Ponte da Barca, da concelhia e
distrital do partido, Passos apelou ao "respeito e elevação".
"Temos de saber acomodar as
nossas divergências e saber comportar-nos à altura daqueles que estão a ouvir,
que não estão nada interessados em saber das nossas zangas. Isso não interessa
para nada. As nossas zangas são connosco. Não temos de maçar as pessoas com
elas, a não ser que sejam coisas importantes. Se são importantes vamos lá a
debater. Uma vez que estão arrumadas, estão arrumadas. Andamos para a frente.
Não podemos andar sempre a bater na mesma tecla, senão não saímos do
sítio".
Convidado pelo PSD de
Ponte da Barca para a tomada de posse da comissão política concelhia,
Passos Coelho afirmou que a "união" daqueles dois partidos é
"indispensável" perante a ausência, no presente, de "qualquer ação reformista
importante" que possa "prevenir problemas maiores no futuro".
"Não se vislumbra nenhum
programa económico em que alguma reforma se esteja a fazer na dimensão da
produtividade e competitividade da economia", referiu, apontando o
envelhecimento, a sustentabilidade dos apoios sociais e a saúde,
"que está a rebentar pelas costuras", como os principais problemas do
país, a par do "descrédito da ação governativa".
"Era indispensável que se
começasse a intensificar esta forma de abordar os problemas. Quem está hoje no
Governo prima pela ausência de um quadro reformista para um futuro
melhor", reforçou.
No final da intervenção e
questionado pelos jornalistas, Passos Coelho escusou-se a prestar mais
declarações.
"Isto hoje foi uma exceção",
disse.
Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem:
© PSD
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