O povo juntou-se em frente à
Presidência da Guiné-Bissau, onde decorre a passagem de poderes entre o
Presidente cessante, José Mário Vaz, e o major-general, dado pela comissão
eleitoral como vencedor das presidenciais.
Umaro Sissoco Embaló tomou hoje
posse simbolicamente como Presidente do país, numa cerimónia que decorreu numa
unidade hoteleira em Bissau.
A cerimónia acontece quando o
Supremo Tribunal de Justiça do país analisa um recurso de contencioso eleitoral
interposto pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves
irregularidades no processo.
Sem a presença de membros do
Governo e dos partidos que representam a maioria parlamentar, estiveram naquela
cerimónia o Presidente cessante, José Mário Vaz, o primeiro e segundo
vice-presidentes do parlamento, respetivamente Nuno Nabian e Satú Camará.
Ausentes estiveram também o
representante do Supremo Tribunal de Justiça e a maior parte dos elementos da
comunidade internacional residente em Bissau, estando apenas presentes os
embaixadores da Gâmbia e do Senegal.
Presente na cerimónia esteve
também o general António Indjai, antigo chefe do Estado-Major General das
Forças Armadas, apontado como responsável pelo golpe de Estado de 2012.
À porta do hotel, onde decorreu o
ato, milhares de apoiantes esperam o fim da cerimónia para se dirigirem à
Presidência da República, onde decorreu a passagem de poderes entre José Mário
Vaz e Umaro Sissoco Embaló, que acenaram depois à população da varanda do
Palácio da Presidência.
Todo o ato está a ser acompanhado
pelas forças de segurança, bem como por elementos da Ecomib, forças de
interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO),
que garantem a segurança dos líderes guineenses.
Nas ruas próximas do Palácio da
Presidência os apoiantes de Umaro Sissoco Embaló tentam chegar à Praça dos
Heróis Nacionais para celebrar o ato.
No final desta cerimónia, o
Presidente cessante abandonou o Palácio da Presidência.
O primeiro-ministro guineense,
Aristides Gomes, considerou hoje que esta tomada de posse simbólica é "um
golpe de Estado com o patrocínio do Presidente cessante do país.
O presidente do parlamento
guineense, Cipriano Cassamá, que conforme a lei do país é quem concede a posse
ao Presidente eleito, demarcou-se da cerimónia, alegando aguardar pela decisão
do tribunal.
Plataforma | Lusa | Imagem: Sissoco
Embalo | EPA/Andre Kosters
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