Pelo menos duas pessoas morrerem
em Sussundenga, província de Manica, Moçambique, devido ao desabamento da casa
onde viviam. O mau tempo que assola o centro do país provocou várias inundações.
INGC já distribuiu ajuda.
Pelo menos 194 famílias estão
desalojadas nos distritos de Gondola, Sussundenga e Chimoio, província de
Manica, depois de dezenas de casas terem ficado destruídas durante a intempérie
que assola o centro de Moçambique.
O distrito de Mossurize e o posto
administrativo de Dombe estão isolados do resto da província na sequência
do abatimento de pontes e da submersão de troços de estradas. Segundo Borges
Inácio Viagem, chefe do Departamento Técnico do Instituto Nacional de
Gestão de Calamidades (INGC), as chuvas intensas provocaram a subida do caudal
dos rios Lucite e Mussapa, inundando uma extensa área de campos agrícolas.
Como várias estradas estão
cortadas, milhares de pessoas estão a abandonar aldeias das zonas baixas da
região centro de Moçambique. A população está a deslocar-se em canoas
improvisadas, uma alternativa considerada "perigosa” pelas autoridades do
INGC.
Apoios distribuídos
De acordo com Borges Inácio
Viagem, em Sussudenga as famílias afetadas pelo mau tempo já foram apoiadas com
três toneladas de arroz, 100 litros de oléo alimentar, 450 quilos de feijão
manteiga e rolos de plástico. Para Mossurize, Borges disse ter enviado 1.500
quilos de arroz, 50 litros de oléo alimentar, 500 quilos de feijão manteiga e
lonas de proteção.
O Secretário de Estado na
província de Manica, Edson da Graça Macuácua, deslocou-se ao distrito de
Sussundenga para consolar as famílias que viram as suas casas ficarem
destruídas. Macuácua aconselhou a população a refugiar-se em zonas seguras.
Alissony Dacarai, uma das vítimas
em Sussudenga, disse que as chuvas não estão a dar tréguas. "Perdi toda a
produção que tinha na machamba para além das minhas duas casas que desabaram.
Peço ajuda, porque preciso de tendas para, pelo menos, acomodar a minha família
que está ao relento", lamentou.
A atual época das chuvas em
Moçambique, de outubro a abril, já matou pelo menos 54 pessoas e afetou cerca
de 65 mil, muitas com habitações inundadas, segundo dados do INGC.
O período chuvoso de 2018/2019
foi dos mais severos de que há memória: 714 pessoas morreram, incluindo 648
vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre Moçambique.
Bernardo Jequete (Manica) |
Deutsche Welle
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