segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Portugal | Quem são os que com "telhados de vidro" querem calar Rui Pinto?


Do Jornal i retiramos a peça publicada em 14.02 que possui declarações do advogado francês William Bourdon acerca do processo Rui Pinto. Diz ele que “Rui Pinto não é “um delinquente”, mas sim “um grande denunciante que deve ser protegido”. "É assim que ele é entendido por procuradores da Europa no âmbito do Eurojust"

Para muitos portugueses não deixa de ser significativo que em Portugal a Justiça entenda de outro modo e exerça as suas competência e e práticas ao contrário “de procuradores da Europa do âmbito do Eurojust”.

Em conversas de má-língua há os que demonstram suspeições sobre a imperiosa necessidade de calar Rui Pinto mantendo-o prisioneiro, ademais porque temem que além dos “segredos” do Futebol Leaks e, soube-se há pouco tempo, também do Luanda Leaks, o haker possua mais escândalos a denunciar, que envolvam altas figuras do Estado, inclusive da Justiça.

Não queremos acreditar que assim seja. O diz-que-diz só ocorre em crescendo nessas conversas de má-língua exatamente porque é notória a tendência humana para se dispor a aventar hipóteses quando algo de inexplicável tolhe a simplicidade e a transparência de casos em posse dos conhecimentos de governos ou de instituições e organismos que parecem fazer-se rodear de “segredos” que ultrapassam o entendimento das populações. O sururu é exatamente causado – tantas vezes ampliado – porque a sensação é a de que algo ou alguém querer “abafar” a verdade nua e crua. E dessas “técnicas” estão os portugueses muito fartos assim como também sem paciência para mais abusos.

Afinal, existe uma pergunta quente e incessante a que à Justiça importa responder: Quem quer isolar e calar Rui Pinto? Quem são os que com “telhados de vidro” interessa esse silêncio?

Leia a seguir no Jornal i o artigo a que já fizemos referência.

MM | PG


"Não estamos preocupados se Rui Pinto é ou não é hacker, os denunciantes têm sempre necessidade de violar a lei"

Os advogados de Rui Pinto deram, na sexta-feira, uma conferência de imprensa. Além de voltar a dizer que o hacker português continua disponível para colaborar com as autoridades portuguesas, a defesa daquele que é o denunciante dos casos Football Leaks e Luanda Leaks, reforça que o lugar de Rui Pinto “é em liberdade”.

"Rui Pinto mantém a mesma disposição de colaborar com as autoridades portuguesas na luta contra o branqueamento de capitais e a corrupção", começou por dizer o advogado Francisco Teixeira da Mota, explicando que a “vontade de colaborar” do português ainda não foi discutida.

Já o advogado francês William Bourdon voltou a destacar que Rui Pinto não é “um deliquente”, mas sim “um grande denunciante que deve ser protegido”. "É assim que ele é entendido por procuradores da Europa no âmbito do Eurojust", realçou.

"Não estamos preocupados se Rui Pinto é ou não é hacker, porque os denunciantes têm sempre necessidade, para revelar os factos, de violar a lei ou as regras, para os trazer ao conhecimento público", disse o francês, admitindo ainda que está a ponderar chamar outros denunciantes para testemunhar a favor de Rui Pinto.

William Bourdon revelou ainda que quando Rui Pinto estava na Hungria, as autoridades francesas ofereceram-lhe a possibilidade de entrar num programa de testemunhas para denunciantes, no entanto, o português foi preso “no dia seguinte”. O advogado disse ainda que as autoridades portuguesas apreenderam um telemóvel dado a Rui Pinto pelas autoridades francesas.

"O seu lugar é em liberdade, ao pé dos seus. Não há, na Europa, nenhum denunciante que esteja em prisão preventiva há quase um ano, como ele se encontra", referiu.

Na mesma conferência de imprensa, Bourdon negou a tentativa de extorsão ao fundo de investimento da Doyen Sports, alegadamente ameaçada com a divulgação de informação privada. O advogado garante que Rui Pinto “nunca pediu dinheiro” e que “desistiu voluntariamente”.

Jornal i | Imagem: AFP

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