Do Jornal i retiramos a peça
publicada em 14.02 que possui declarações do advogado francês William Bourdon
acerca do processo Rui Pinto. Diz ele que “Rui Pinto não é “um delinquente”,
mas sim “um grande denunciante que deve ser protegido”. "É assim que ele é
entendido por procuradores da Europa no âmbito do Eurojust"
Para muitos portugueses não deixa de ser significativo que em Portugal a Justiça entenda de outro modo
e exerça as suas competência e e práticas ao contrário “de procuradores da
Europa do âmbito do Eurojust”.
Em conversas de má-língua há os
que demonstram suspeições sobre a imperiosa necessidade de calar Rui Pinto
mantendo-o prisioneiro, ademais porque temem que além dos “segredos” do Futebol
Leaks e, soube-se há pouco tempo, também do Luanda Leaks, o haker possua mais
escândalos a denunciar, que envolvam altas figuras do Estado, inclusive da
Justiça.
Não queremos acreditar que assim
seja. O diz-que-diz só ocorre em crescendo nessas conversas de má-língua
exatamente porque é notória a tendência humana para se dispor a aventar hipóteses
quando algo de inexplicável tolhe a simplicidade e a transparência de casos em
posse dos conhecimentos de governos ou de instituições e organismos que parecem
fazer-se rodear de “segredos” que ultrapassam o entendimento das populações. O
sururu é exatamente causado – tantas vezes ampliado – porque a sensação é a de que algo ou alguém querer “abafar” a verdade nua e crua. E dessas “técnicas” estão
os portugueses muito fartos assim como também sem paciência para mais abusos.
Afinal, existe uma pergunta
quente e incessante a que à Justiça importa responder: Quem quer isolar e calar
Rui Pinto? Quem são os que com “telhados de vidro” interessa esse silêncio?
Leia a seguir no Jornal i o
artigo a que já fizemos referência.
MM | PG
"Não estamos preocupados se
Rui Pinto é ou não é hacker, os denunciantes têm sempre necessidade de violar a
lei"
Os advogados de Rui Pinto deram,
na sexta-feira, uma conferência de imprensa. Além de voltar a dizer que o
hacker português continua disponível para colaborar com as autoridades
portuguesas, a defesa daquele que é o denunciante dos casos Football Leaks e
Luanda Leaks, reforça que o lugar de Rui Pinto “é em liberdade”.
"Rui Pinto mantém a mesma
disposição de colaborar com as autoridades portuguesas na luta contra o
branqueamento de capitais e a corrupção", começou por dizer o advogado
Francisco Teixeira da Mota, explicando que a “vontade de colaborar” do
português ainda não foi discutida.
Já o advogado francês William
Bourdon voltou a destacar que Rui Pinto não é “um deliquente”, mas sim “um
grande denunciante que deve ser protegido”. "É assim que ele é entendido
por procuradores da Europa no âmbito do Eurojust", realçou.
"Não estamos preocupados se
Rui Pinto é ou não é hacker, porque os denunciantes têm sempre necessidade,
para revelar os factos, de violar a lei ou as regras, para os trazer ao
conhecimento público", disse o francês, admitindo ainda que está a
ponderar chamar outros denunciantes para testemunhar a favor de Rui Pinto.
William Bourdon revelou ainda que
quando Rui Pinto estava na Hungria, as autoridades francesas ofereceram-lhe a
possibilidade de entrar num programa de testemunhas para denunciantes, no
entanto, o português foi preso “no dia seguinte”. O advogado disse ainda
que as autoridades portuguesas apreenderam um telemóvel dado a Rui Pinto
pelas autoridades francesas.
"O seu lugar é em liberdade,
ao pé dos seus. Não há, na Europa, nenhum denunciante que esteja em prisão
preventiva há quase um ano, como ele se encontra", referiu.
Na mesma conferência de imprensa,
Bourdon negou a tentativa de extorsão ao fundo de investimento da Doyen Sports,
alegadamente ameaçada com a divulgação de informação privada. O advogado
garante que Rui Pinto “nunca pediu dinheiro” e que “desistiu voluntariamente”.
Jornal i | Imagem: AFP
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