Em 2019, os Estados Unidos
atingiram o nível mais elevado de propaganda de ódio supremacista, que aumentou
com a chegada do presidente Donald Trump ao poder, em 2016, de acordo com um
relatório da Liga Contra a Difamação.
O relatório diz que a propaganda
tem um enviesamento patriótico e atinge todos os Estados
norte-americanos (com exceção do Hawai), mas sobressaem a
Califórnia, Texas, Nova Iorque, Massachusetts, New Jersey, Ohio, Virgínia,
Kentucky, Washington e Florida.
A propaganda é veiculada através
de folhetos, autocolantes, 'banners', pósteres e mensagens nas redes
sociais.
De acordo com o documento da Liga
Contra a Difamação, os centros estudantis são alvos preferenciais deste género
de propaganda, que, em 2019, registou 2.713 casos de distribuição de literatura supremacista,
dentro e fora dos 'campus' universitários.
Por comparação com este número,
em 2018, o número de registo de casos era de apenas 1.214, com uma estratégia
semelhante à que tem sido verificada nos últimos anos.
"Os supremacistas brancos veem a
distribuição de propaganda, incluindo boletins, folhetos e autocolantes, como
uma maneira conveniente e praticamente anónima de promover as suas mensagens de ódio e
de intolerância", explica Jonathan Greenblat, dirigente da Liga,
num comunicado.
"Embora saibamos que
extremistas e grupos de ódio são encorajados pelo ambiente atual,
esse aumento na distribuição de folhetos e propaganda mostra como os fanáticos
são capazes de espalhar a sua mensagem sem arriscar o anonimato",
acrescentou Greenblat.
A Liga também revelou que dezenas
de grupos supremacistas distribuíram propaganda em 2019, mas os
responsáveis por cerca de 90% dessa atividade foram organizações
extremistas como a Frente Patriota, o Movimento de Identidade Americano e a
Associação European Heritage.
A Frente Patriota tem sido a
organização mais ativa, sendo responsável por 66% dos casos registados no
ano passado.
Em 2019, esse grupo divulgou
mensagens como "Uma nação contra a invasão", "Pela nação contra
o Estado" e "Os Estados Unidos não estão à venda".
A Frente Patriota, fundada em
2017, justifica com a sua versão de "patriotismo" a promoção da
supremacia branca e da ideologia neofascista, segundo o comunicado da
Liga.
"A grande quantidade de
propaganda, que apresenta predominantemente uma linguagem supremacista branca
velada com uma inclinação 'patriótica', é uma tentativa de normalizar a sua
mensagem e de aumentar os esforços de recrutamento, enquanto ataca grupos
minoritários como judeus, negros, muçulmanos, imigrantes não-brancos e
comunidade LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros]",
segundo Oren Siga, vice-presidente da Liga para o Centro de Extremismo.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © Getty Images
Leia em Notícias ao Minuto:
Sem comentários:
Enviar um comentário