Número de infetados no nosso país
cresceu para 5170, anunciou a Direção-Geral de Saúde
A ministra da Saúde atirou para o
final de maio o pico da pandemia de covid-19 em Portugal. Na sexta-feira as
autoridades tinham referido que o pico nunca aconteceria antes de maio, mas
este sábado, na apresentação do boletim epidemiológico, Marta Temido estendeu-o
mais para a frente, ou seja, para o final do mês. Uma informação dada no dia em
que se soube que no nosso país já morreram 100 pessoas por covid-19 e há 5 170
infetados.
"De acordo com os dados de
que dispomos, a incidência máxima da infeção está adiada para o final de maio,
o que indica que as medidas de contenção adotadas, designadamente ficar em casa
a não ser para ir trabalhar, estão a ser efetivas", disse a ministra da
Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa diária sobre a evolução da
pandemia de covid-19 em Portugal.
"Estimamos que venhamos a
ter um número muito elevado de pessoas com infeção, e isso coloca enorme
pressão sobre o sistema de saúde e todos temos de fazer o que está ao nosso
alcance para enfrentar o melhor possível aquilo que nos espera",
acrescentou, vincando que "o objetivo é reduzir a transmissão da infeção e
mitigar os efeitos da covid-19".
A diretora-geral da Saúde foi
mais cautelosa. Questionada sobre se essa previsão incide na última ou na
penúltima semana de maio, Graça Freitas deu uma explicação sobre a atualização
diária das previsões sem, contudo, revelar pormenores."São projeções para
efeitos de planeamento e prever o impacto, com um objetivo concreto e podem ou
não realizar-se. Não nos parece que seja útil, não por uma questão de falta de
transparência, mas porque causaria expectativas sobre se lá chegamos ou não, e
são apenas instrumentos de trabalho".
A diretora-geral de Saúde disse
ainda, quando questionada sobre as últimas estimativas relativamente aos
números do pico, anteriormente colocados nos 21 mil, que é provável que o
número semanal de casos seja maior. Também a ministra Marta Temido fez sempre
questão de referir que os números de infetados vão subir.
"Provavelmente o número de
casos em cada semana será superior ao que foi inicialmente calculado, mas
superior de uma forma controlada porque temos tido medidas de contenção",
disse Graça Freitas.
Norte com maior número de mortes
O número de mortos em Portugal
subiu para 100, anunciou este sábado a Direção-Geral da Saúde, ou seja, mais
31% relativamente a sexta-feira. Ao mesmo tempo, o número de infetados no nosso
país cresceu para 5170, de acordo com o último boletim epidemiológico que
inclui os dados recolhidos até às 24:00 do dia anterior.
Norte é a que regista o maior
número de mortes (44), seguida da região Centro (28), da região de Lisboa e
Vale do Tejo (27) e do Algarve (1).O boletim aponta para 43 casos recuperados,
enquanto quase 20 mil pessoas estão em vigilância pelas autoridades de saúde.
No mundo o novo coronavírus já
causou mais de 27 600 mortes, sendo Itália o país que tem mais vítimas mortais
a lamentar - 9 134 (números de sexta-feira). A nível planetário, são mais de
607 mil os infetados e 134 mil os recuperados. Há em todo o mundo - 183 países
e territórios - mais de 445 mil casos ativos.
A Espanha é, depois de Itália, o
país do mundo com um registo de vítimas mortais mais elevado. E os números da
tragédia não dão tréguas: nas últimas 24 horas, morreram 832 pessoas infetadas
com o novo coronavírus - foi o maior número de vítimas mortais registado num só
dia no país vizinho, o que eleva o balanço total para 5 690, de acordo com a
última atualização das autoridades sanitárias.
Graça Henriques | Diário
de Notícias
Na imagem: Graça Freitas e Marta Temido
apresentaram os novos números do coronavírus em Portugal. © EPA/Manuel de Almeida
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