O ministro da Defesa do Governo
de Nuno Nabiam, o general Sandji Fati, afirma que a segurança no país passou a
ser garantida pelos guineenses, depois do acantonamento da força internacional.
"Qualquer Governo, qualquer
Estado tem obrigação e responsabilidade, é a sua função primária, de garantir a
segurança e o bem-estar da população e nesse âmbito as forças de defesa e
segurança da Guiné-Bissau, enquanto país soberano, tem direito efetivamente a
dar essa garantia e proteção", afirmou Sandji Fati, ministro da Defesa do
Governo de Nuno Nabiam, à agência de notícias Lusa.
O general explicou que o mandato
da Ecomib, força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) destacada no país desde 2012, está no fim, termina a 30 de
março, e nesse sentido decidiu-se pelo acantonamento e desmontagem do
dispositivo, que teve início terça-feira.
"Portanto, foi só isso que
aconteceu e é normal que quando as pessoas não têm informação, que se entre em
pânico e não nos cabe fazer outra coisa senão proteger essas individualidades e
as instituições", afirmou.
O ministro da Defesa do Governo
de Nuno Nabiam disse que a Ecomib foi retirada da Presidência da República e do
próprio presidente da Assembleia Nacional Popular, salientando que todos vão
passar a ser protegidos pelas forças nacionais, incluindo ex-governantes.
"Vai ser-lhes garantida essa
proteção e segurança, não há nenhum alarido a pensar que é caça às
bruxas", afirmou.
"São as Forças Armadas e de
segurança da Guiné-Bissau que estão a assumir a responsabilidade que lhes é
conferida pela Constituição", salientou.
Casa de Aristides Gomes cercada?
Questionado sobre a denúncia
feita pelo primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, de que a sua residência
privada estava "cercada de militares fortemente armados", sem o
seu conhecimento, Sandji Fati disse que o aconteceu foi a mudança de segurança
e "mais nada".
"O Presidente da República
também já não tem forças da Ecomib, o presidente da ANP também não. É uma
situação normal", salientou.
"É de se lhes tirar o chapéu
porque não foi fácil, estamos a falar de um período muito conturbado em 2012,
foram feitas várias eleições, desde 2014, estas últimas, e mantiveram aquela
posição e revelaram profissionalismo", disse.
A Guiné-Bissau vive mais um
momento de tensão política, depois de Umaro
Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais do país pela
Comissão Nacional de Eleições, ter tomado posse como Presidente do país, quando
ainda decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de
Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega
graves irregularidades no processo.
Na sequência da tomada de posse,
Umaro Sissoco Embaló demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das
legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabiam
para o cargo.
Após estas decisões, os militares
guineenses ocuparam e encerraram as instituições do Estado guineense, impedindo
Aristides Gomes e o seu Governo de continuar em funções.
Nas declarações à Lusa, Sandji
Fati disse também que haverá uma cerimónia para ser assinalado o fim da missão
da Ecomib, em que será prestada honra ao estandarte da missão.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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