Os números são avançados pela
Direção-Geral da Saúde (DGS), no boletim epidemiológico, no dia em que terá
morrido mais um português vitima do novo coronavírus e o Alentejo regista
primeiros dois casos.
Nas últimas 24 horas, foram
notificados mais 194 casos de covid-19 no país, elevando assim a contagem total
para 642 infetados, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde
(DGS), desta quarta-feira (18 de março). Há três pessoas recuperadas e duas
mortes. Apesar de só uma vitima mortal estar confirmada no balanço da DGS, esta
manhã, foi anunciada a morte do presidente do conselho de administração do
banco Santander, António Vieira Monteiro, internado com novo
coronavírus.
Este é também o dia em que a
pandemia chega a todo o território nacional, com o Alentejo a registar os dois
primeiro casos confirmados. A região mais afetada do país volta a ser o Porto
(289 casos), depois Lisboa (243). Seguem-se o centro (74), o Algarve (21), os
Açores (3) e o Alentejo (2). Na Madeira, há uma pessoa infetada, uma turista
holandesa. Estão também a ser acompanhados no país nove cidadãos estrangeiros.
Há ainda 351 pessoas a aguardar o
resultado das análises laboratoriais e 6656 em vigilância pelas autoridades de
saúde. Embora Portugal tenha registado o primeiro caso de covid-19 no dia 2 de
março, desde o primeiro dia do ano já houve 5067 casos suspeitos. Estão
ativas 24 cadeias de transmissão no país.
Menos internamentos
Estão hospitalizadas por causa do
novo coronavírus 89 pessoas, quando ontem estavam 206. Sendo que 20
encontram-se nos cuidados intensivos.
Segundo a DGS, 31% dos infetados
pelo novo coronavírus têm tosse, 24% febre, 17% dores musculares, 17% cefaleia
e 12% fraqueza generalizada. Há 10% dos doentes que apresentam dificuldade
respiratória.
Estado de emergência?
O Presidente da República,
convocou o Conselho de Estado para esta quarta-feira de
manhã, para decidir sobre a hipótese de ser decretado o estado de emergência -
estado de exceção que só pode ser acionado em casos de grave ameaça ou
perturbação da ordem democrática ou de calamidade pública. Neste cenário, há
direitos fundamentais que nunca podem ser colocados em causa, nomeadamente, os
direitos à vida ou à integridade pessoal. Esta declaração tem de passar pelos
três órgãos de soberania, tendo de ser decretado pelo Presidente da República,
depois de uma audição do Governo e de uma autorização da Assembleia da
República. A ser declarado, será a primeira vez que este estado vigorará desde
o 25 de abril de 1974.
António Costa deixou a decisão
nas mãos do Presidente da República e garantiu apoiar o que Marcelo Rebelo de
Sousa decidisse. O primeiro-ministro lembrou, no entanto, que "o
estado de emergência não é uma figura abstrata", em conferência de
imprensa esta terça-feira, e que deve ser ponderado tendo em conta as
estimativas para o pico da pandemia, em Portugal, que apontam para o fim de
abril ou início de maio.
Em Ovar, as medidas já começaram
a tornar-se mais restritas, quando nesta tarde foi declarado o estado de calamidade e "quarentena
geográfica", por causa do aumento exponencial dos casos de covid-19.
Voos suspensos na UE
Para restringir a mobilidade
entre os diferentes países, o primeiro-ministro anunciou, esta terça-feira, a suspensão das ligações aéreas de fora e para fora da União
Europeia a partir das 00:00 de quinta-feira e por um período de 30
dias, na sequência de uma reunião do Conselho Europeu. As exceções para
Portugal serão os países extracomunitários onde há "forte presença de
comunidades portuguesas", como Canadá, Estados Unidos, Venezuela e África
do Sul, e os países de língua oficial portuguesa. No entanto, no caso concreto
do Brasil, as rotas serão restritas a Rio de Janeiro e São Paulo, sendo suspensas
todas as outras.
Ainda a nível da gestão das
fronteiras, mas internamente, da reunião do Conselho Europeu saiu reforçada a
necessidade de "assegurar a passagem de medicamentos, alimentos e
bens", da mesma forma que é preciso garantir que os cidadãos europeus podem
"regressar aos seus países" e que são encontradas "soluções para
trabalhadores transfronteiriços".
Nas últimas 24 horas, os países
com maior número de casos confirmados e de mortes são, por ordem, Itália, Irão
e Espanha. O covid-19 infetou 203 579 pessoas em todo o mundo. Destas, 82 866
já recuperam. Morreram 8 226 cidadãos.
Rita Rato Nunes | Diário de Notícias
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