quarta-feira, 8 de abril de 2020

Mais 757 mortes em Espanha. Número de óbitos sobe pelo segundo dia seguido


Espanha eleva para 14.555 e 146.690 o total de mortes e casos confirmados, respetivamente. Mais 4.813 pessoas recuperaram nas últimas 24 horas.

Espanha registou esta quarta-feira mais 757 mortes e 6.180 casos confirmados de infeção por covid-19, anunciou o Ministério da Saúde daquele país.

No total, registam-se 14.555 mortes e 146.690 casos confirmados em solo espanhol.Na véspera, Espanha tinha registado 743 mortes e 5.478 casos de covid-19.

Entre as pessoas infetadas, 48.021 já recuperaram. Mais 4.813 recuperaram nas últimas 24 horas.

Espanha é o segundo país com mais casos confirmados, sendo apenas superado pelos Estados Unidos (400 mil), e também o segundo com mais mortes, sendo apenas superado por Itália (17 mil).

Ainda assim, o ministério da saúde de Espanha estima que pelo menos 15 em cada 16 infetados não está sinalizado como tal, por isso, vai levar a cabo uma campanha massiva de testes para ter uma imagem mais real da incidência do covid-19 fora dos hospitais.

A maioria dos especialistas são unânimes ao considerar que o número real de contaminados em Espanha está muito acima dos números recolhidos pelas autoridades sanitárias e alguns estudos sugerem até que poderão já haver milhões de infetados, adianta o El País .

Também o número de mortos em Espanha poderá ser superior que o anunciado, uma vez que os dados de óbitos registados na Comunidade de Madrid na segunda quinzena de março (9.007) é superior ao dobro dos registados no ano passado (4.125), de acordo com o Instituto Nacional de Estatística espanhol, escreve o El País .


Governo permite regresso ao trabalho a quem não pode fazê-lo a partir de casa

O Governo espanhol decidiu esta terça-feira que os trabalhadores em atividades não essenciais que não conseguem trabalhar em casa podem regressar às suas atividades laborais a partir de segunda-feira, 13 de abril, mas propõe manter o estado de emergência.

O Conselho de Ministros espanhol também decidiu propor ao parlamento prolongar o estado de emergência em vigor durante mais duas semanas, de 11 até 25 de abril.

Todos aqueles que trabalham em casa vão continuar a fazê-lo, mas os que não o podem fazer são autorizados a deslocar-se, apenas até ao seu local de trabalho, uma medida que esteve suspensa durante duas semanas.

Esta "medida excecional" afetou, por exemplo, os trabalhadores em setores como a construção, que ficaram em casa durante as últimas duas semanas com licença remunerada, recebendo o respetivo salário normalmente.

Estes trabalhadores terão de compensar os empregadores, de "forma paulatina", por este período de inatividade, até ao fim do ano.

A porta-voz do executivo espanhol e ministra das Finanças, María Jesús Montero, considerou que a medida de suspensão da atividade económica que termina esta semana "tem sido extraordinariamente eficaz" e que, a partir de agora, serão tomadas mais medidas para retomar o resto do trabalho.

Segundo ela, o Governo espanhol está "a trabalhar em vários cenários e a seu tempo anunciará" essas medidas, que dependem da evolução da pandemia.

"Serão adotadas à medida que formos assistindo à diminuição" da pandemia, disse Montero, depois de sublinhar que o executivo não quer especular sobre o regresso ao trabalho normal, uma vez que isso dependerá de questões técnicas e científicas. "Estamos a fazer as coisas com prudência. O que é urgente é tentar voltar ao trabalho normal na próxima semana", insistiu.

A população vai assim continuar confinada em casa, podendo apenas deslocar-se para ir trabalhar, aqueles que não o podem fazer através de teletrabalho, ou para abastecer-se de bens essenciais.

Governo quer grande acordo nacional para superar crise

O Governo espanhol lançou esta terça-feira um apelo a partidos políticos, sindicatos e empresários para que cheguem a "um grande acordo nacional" para enfrentar a crise causada pelo novo coronavírus, depois de a pandemia ser controlada a nível sanitário.

"Queremos abrir um horizonte de colaboração" com todos os atores possíveis, "uma espécie de concertação social" que nos permita enfrentar os desafios que vão surgir a médio prazo, afirmou a porta-voz do executivo, María Jesús Montero, numa conferência de imprensa a seguir ao Conselho de Ministros que aprovou a proposta de prorrogação até 25 de abril próximo do "estado de emergência" em Espanha.

Este acordo seria do tipo daqueles que são conhecidos em Espanha como "Pactos da Moncloa", um compromisso assinado no palácio com o mesmo nome, que é a sede do Governo, durante a transição democrática espanhola, em 25 de Outubro de 1977, e que teve o apoio de partidos, associações empresariais e sindicais, com o objetivo de procurar estabilizar o processo de transição para o sistema democrático.

María Jesús Montero disse que o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, considera que Espanha "precisa de um grande acordo", que se pode chamar Pacto da Moncloa ou ter outro nome, para definir o país que se quer construir.

Diário de Notícias | Imagem: © EPA/Nacho Izquierdo

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