Díli, 22 mai 2020 (Lusa) --
Chuvas fortes causaram inundações em vários municípios de Timor-Leste,
danificando pontes e estradas, alagando edifícios públicos e casas
particulares, segundo um primeiro balanço da Proteção Civil, a que a Lusa teve
acesso.
Fontes da Proteção Civil
explicaram à Lusa que não há para já vítimas a registar e que as situações mais
graves se vivem nos municípios de Viqueque, Manatuto, Lautém, Covalima e
Manufahi, com problemas ainda na capital, Díli.
Equipas da Proteção Civil, apoiadas
por bombeiros e autoridades locais, registaram já inúmeras ocorrências, estando
a ser preparado um pacote de apoio de emergência, com bens alimentares e
outros, para as populações afetadas, de acordo com as mesmas fontes.
Em Viqueque, na ponta leste, as
inundações, agora já mais controladas, destruíram a Ponte Dilor, enquanto em
Lautem -- onde choveu durante sete horas, as zonas mais afetadas foram as zonas
de Lospalos, Hamamoko, Titilari, Bemoris e Motolori.
Três pessoas que viajavam em
motorizada foram arrastadas pelas águas na zona, mas conseguiram salvar-se, com
danos graves na ponte Apikuro, cortando a ligação entre Lospalos e Dili.
Em Natarbora (Manatuto), chuva
intensa durante quase 16 horas causou danos graves aos sucos de Obeon, Sikoli
Biluli, Uma Boku e Abat Oan.
Nesta zona de Natarbora,
transbordaram as ribeiras de Wenaknuru, Waikamuak e Lamarak -- neste último
caso destruindo a ponte.
No sul do país, houve inundações
em várias zonas de Suai e Beco, com estragos ainda no posto administrativo de
Tilomar, especialmente nos Sucos de Casabau e Maudemo.
Duas pessoas foram arrastadas
pelas águas na ribeira de Karau Ulun, mas bombeiros de Covalima conseguiram
salvá-las.
Em Manufahi, onde se têm
registado chuvas intensas na última semana, há inundações em vários locais, com
a destruição da ponte de Selihassa, na estrada entre Natarbora e Same.
Em Same, algumas vítimas das
cheias foram já transportadas para a Escola de Betano, onde estão a ser
apoiadas.
A chuva forte inundou também
vários locais na capital timorense, com destaque, entre outros, para o edifício
da RTTL e para um dos espaços preparados para a quarentena da covid-19, na zona
de Tasi Tolo, que está "completamente inundado e inoperacional",
segundo as fontes.
Em resposta aos problemas, o
ministro das Obras Públicas, Salvador Soares, deu já instruções à Direção Geral
das Obras Públicas (DGOP) e ao Instituto de Gestão de Equipamentos (IGE) para
que mobilize meios para os locais mais afetados.
As situações mais críticas
sentem-se, explica uma nota do seu gabinete, nomeadamente nos municípios de
Covalima e Manufahi, na costa sul, em Manatuto (norte) e nas zonas de Viqueque
e Lautem, na ponta leste.
Várias estradas e pontes foram
afetadas pelas cheias, explica o gabinete, com danos graves na ponte de
Weru-Koco, na estrada nacional para Lospalos.
A Direção Nacional de
Meteorologia e Geofísica (DNMG) timorense alertou para o risco de mau tempo em várias
zonas do país, com chuvas com alguma intensidade em vários municípios,
incluindo na ilha de Ataúro e no enclave de Oecusse.
Referindo o risco de inundações,
alagamentos, cheias em estradas e corte de energia elétrica, a DNMG explica que
o mau tempo vai alargar-se pelo menos até domingo.
ASP // VM
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