Tedros
Adhanom: "O mundo nunca mais vai ser o mesmo"
A
73.ª Assembleia Mundial da Saúde, que termina esta terça-feira, é um passo
à frente no sentido de propor uma avaliação independente e transparente sobre o
que correu mal no combate à pandemia do novo coronavírus.
O
diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros
Adhanom Ghebreyesus, garante que será investigada a resposta à pandemia de
todos os atores incluído a da própria OMS. "No momento
oportuno, iremos iniciar uma avaliação independente para rever a experiência
adquirida e as lições que aprendemos ao longo da crise. Depois, faremos
recomendações no sentido de melhorar a preparação e a resposta nacional e
mundial a uma pandemia. Mas uma coisa é certa: O mundo nunca mais vai ser o
mesmo", frisou.
A
assembleia geral da OMS decorre sob críticas do Presidente dos Estados Unidos
de América. Donald Trump acusa a OMS de ser uma marioneta da
China: "Nos últimos tempos prestaram um mau serviço. Os Estados
Unidos dão à OMS 450 milhões de dólares por ano. A China dá 38 milhões de
dólares por ano. Mas eles continuam atrás da China. Ou seja, a OMS é uma
marioneta da China".
Interrogado
sobre o futuro da contribuição financeira dos Estados Unidos para a OMS, Trump
prometeu tomar uma decisão para breve.
500
mil milhões de euros para fundo de recuperação europeu
Sem
nenhuma referência direta ao Presidente norte-americano, a chanceler alemã,
Angela Merkel, manifestou o seu apoio aos esforços desenvolvidos pela OMS para
combater a pandemia de Covid-19, realçando que os países devem "trabalhar
para melhorar os procedimentos” naquele organismo internacional e
também devem garantir a sustentabilidade do respetivo financiamento.
E
para ajudar as economias mais afetadas pela pandemia, a Alemanha e França
propuseram um valor de 500 mil milhões de euros para criação de um fundo
europeu de recuperação económica. Numa declaração conjunta, a chanceler
alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emannuel Macron, indicaram que o
fundo proposto será entregue a fundo perdido às economias mais afetadas.
Sobre
a forma como a OMS gere a pandemia da Covid-19, Macron pediu uma resposta
conjunta contra a doença: "Temos de examinar com a lucidez e com
muito rigor, o que funcionou e o que não funcionou na gestão internacional da
crise. Temos aqui uma oportunidade de dar uma resposta unida à pandemia, sem
complacências e sem acusações infundadas."
O
preço da falta de unidade
"A
União Africana fez um apelo para que os países em desenvolvimento sejam
ajudados nos seus esforços para combater a pandemia e para reconstruir as suas
economias", disse Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul, falando em
nome do continente africano.
"Esta
assistência deve incluir a redução da dívida, bem como a assistência em matéria
de diagnóstico e de material médico terapêutico", precisou o chefe de
Estado.
O
secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que o mundo está
a pagar o preço da falta de unidade na resposta à pandemia de Covid-19 por
causa dos países que ignoraram as recomendações da OMS. A 73.ª Assembleia
Mundial da Saúde termina esta terça-feira (19.05) e decorre através
de videoconferência.
Deutsche
Welle | bd, com agências
Sem comentários:
Enviar um comentário