Voltamos ao Expresso Curto no dia
em que o editor da secção internacional, Pedro Cordeiro, numa primeira análise,
parece demonstrar que se passou ao destinar título ao texto. Mas não. No
jornalismo que corre por estes dias tudo é possível, até para um Cordeiro mais
que vacinado nestas andanças. Avance e descubra o porquê de tal título.
Não vamos pôr muito mais na
escrita que aqui deixamos à laia de preâmbulo, até porque já andamos “apanhados”
pelo clima desesperante e desesperado com origem no longo confinamento que não
vai nem em metade do tempo devido. Pois. Também nós, no PG, estamos fartinhos
destes dias, semanas, meses Covid – independentemente do número que lhe
destinarem.
Assim, passamos a bola (o texto) à
vossa curiosidade e complacência. Seguimos o exemplo dado por Cordeiro com um título
mistério e talvez num código destinado a Júlio de Matos (Lisboa), Conde
Ferreira (Porto) e até nas casas de muitos portugueses e outros que escolheram
Portugal para “viver” – quer dizer: para estarem confinados e quase nem poderem
respirar nem dar um traque.
Bom dia. Bom verão, na varanda,
com toalha e alguidar.
Sejam felizes nesta sociedade ‘covidada’,
em que os bancos, os banqueiros e os que ao longo da vida mais têm surripiado
as carteiras dos portugueses. Que merecem destaque, homenagens públicas e secretas,
grandes “borlas” corrupçoes, offshores e olhares fechados para continuarem a roubar-nos.
PG
Bom dia, este é o seu Expresso
Curto
“ccu cgg cgg gca” (sim, é mesmo
este o título do Expresso Curto de hoje!)
Pedro Cordeiro | Expresso
Bom dia!
Faz hoje dois meses que o Governo
anunciou o encerramento das escolas, um dos momentos mais aguardados e
dramáticos desse longínquo março cuja primeira semana muitos vivêramos sem
consciência da magnitude do que aí vinha. A decisão inédita deu (a quem não a
tinha) a noção da gravidade do momento. Ia ser reavaliada, disse-se, a 9 de
abril. Vamos a 12 de maio e dentro de seis dias algumas escolas reabrirão, mas
numa realidade muito distante da de fevereiro: apenas creches, com regras problemáticas que a Isabel Leiria e a
Christiana Martins analisam; e ensino secundário, para os alunos que vão ter exames
nacionais.
O país e o mundo movem-se entre desconfinamento e receio de segunda vaga de infeções. Esta semana já se pôde cortar o cabelo ou ir ao dentista em Portugal e os nossos hábitos quotidianos da semana passada já revelam algum regresso aos horários normais. Mas que significará hoje este adjetivo? E no futuro? A única resposta honesta é “não sei”. Vamos aprendendo dia a dia, com a prática, através de ensaio e erro. E vamos também, graças a inédita cooperação científica mundial, descobrindo mais sobre o SARS-Cov-2. Preste atenção à sequência de 12 letras que dá título a esta newsletter. Cabem em 70 milionésimas de milímetro, jura o diário espanhol “El País”.
Por causa deste agente ínfimo de enormes consequências, temos de gerir a reabertura sector a sector, com possíveis avanços e recuos. É adequado olharmos para um dos grupos mais afetados pelo coronavírus, em termos de doença e óbitos, mas também de solidão e distância da família: os lares. As visitas recomeçarão, mas tão depressa nada será como dantes. Nem ali nem na escola, nem no trabalho nem no comércio, nem na vida social nem nas viagens. Lembra-se da procura de voos baratos, da escapadinha de três dias. Esqueça, por agora. Por cá, a TAP retirou do seu sítio de Internet a informação sobre voos para Paris, Londres e Brasil previstos para este mês. Tudo vai depender da procura, que as restrições em vigor fazem cair. Outras companhias põem em causa que valha a pena voar com essas limitações.
“Depende” parece ser a palavra mais segura. Olhemos para a China, origem da pandemia, cujo Governo andou a ocultá-la e a fazer o mundo perder tempo precioso. Esta terça-feira o país não comunicou novos casos de covid-19, mas domingo e segunda foram preocupantes, com valores de dois dígitos a espicaçar receios de segunda vaga de contágio. No fim de semana houve aumento de infeções em Wuhan, onde tudo começou, conta a BBC, e outra cidade foi (re)confinada à pressa. Pequim desmente novo surto, como se lê numa das primeiras entradas de hoje do direto do Expresso sobre a pandemia, onde permanentemente lhe damos conta da atualidade.
Na vizinha Coreia do Sul o aumento dos valores também é preocupante. Sem vacina, conhecimento cabal do agente infecioso ou medicação específica, com pequenos surtos destes a ressurgir um pouco por todo o planeta, alerta o londrino “The Guardian”, o mais certo é termos de viver com o coronavírus ao longo de meses ou anos. O certo é que o confinamento não podia durar para sempre, sob pena de as consequências sociais, económicas, políticas e de saúde (não se morre só de covid) serem piores.
Conclusão: “Isto não acaba até acabar”, como alertou o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, depois de anunciar as más notícias ao país. Viajando mais para sul, até na Nova Zelândia, aplaudida com justiça graças à gestão da crise pela primeira-ministra Jacinda Ardern, a reabertura é vista com certa ansiedade. Quinta-feira regressam à atividade escolas, lojas, restaurantes e cinemas, parques infantis e bibliotecas. Hoje não houve novos casos.
Nos Estados Unidos, país que domina em número de casos e mortes, o Presidente prefere frisar que “a América é a primeira no mundo em testes”. Quando a jornalista Weijia Wang, da CBS, lhe perguntou se isso era assim tão importante face ao trágico balanço verificado até à data, a resposta foi: “Não me pergunte a mim! Pergunte à China!”. E não houve mais perguntas, o que parece dar razão aos que defendiam que Donald Trump pusesse fim ao ritual diário da conferência de imprensa da Casa Branca sobre covid-19. A revista “The Economist” escreve,
precisamente, sobre o nadir da confiança mútua entre as duas maiores potências
globais.
O Presidente vive em tensão com os seus próprios conselheiros. O Domingo de Páscoa, data que anunciara para reabrir o país, passou há um mês sem regresso à normalidade, como já então avisavam os especialistas. Agora é o próprio Anthony Fauci, seu conselheiro científico, a avisar que uma reabertura precoce causaria “sofrimento e mortes desnecessárias”. Dirá isso hoje mesmo ao Senado, segundo “The New York Times”, numa intervenção decerto interessante e sem Trump ao lado. Se o tom relaxado deste contrasta com a precaução do cientista, tal tem reflexo no uso de máscaras na Casa Branca. Todos têm de usá-las, menos o chefe de Estado, escreve o Hélder Gomes.
A propósito dos States, convido os leitores a ouvir o podcast “O Mundo a Seus Pés”, da secção internacional do Expresso. O episódio mais recente, lançado ontem, inclui conversas com os correspondentes do jornal nos Estados Unidos, Ricardo Lourenço, e na Turquia, José Pedro Tavares. Vem a propósito, logo no dia em que o Presidente turco Recep Tayyp Erdogan jurou que nenhuma conspiração externa o impedirá de manter a economia a funcionar, como conta a Bloomberg.
Há planos de desconfinamento em marcha também no Reino Unido, onde o primeiro-ministro explicou ontem ao Parlamento (mas pouco) como tenciona trazer os britânicos de volta à rua, como resume a Ana França. Boris Johnson não impressionou a revista “The Economist” nem o diário “The Telegraph”, habitualmente seu aliado; na Rússia, cessa a partir de hoje a ordem para ficar em casa, apesar de na véspera se ter registado o maior crescimento do número de casos. Não vou encher este Expresso Curto de números, mas se está entre os que os consultam no útil Worldometer, talvez queira saber mais sobre a história dessa página, pela pena da revista “New Statesman”.
Para largar o assunto ubíquo, saiba ainda através do Rui Gustavo que os cães parecem promissores na luta contra o coronavírus e que, sugere a Helena Bento, o próprio leitor pode participar num estudo sobre a forma como a pandemia anda a mudar as nossas vidas. Consulte o excelente trabalho da secção de infografia em que a Sofia Rosa, o Jaime Figueiredo e o David Dinis seguem a evolução da doença em Portugal e no mundo e todas as comparaçõesem causa. Recorde ,
pela mão da Mafalda Ganhão e do Hugo Tavares da Silva, o que se passou ontem a nível doméstico e internacional. E continue a jogar pelo seguro, sem se
deixar vencer pelo medo mas evitando bravatas gratuitas.
O país e o mundo movem-se entre desconfinamento e receio de segunda vaga de infeções. Esta semana já se pôde cortar o cabelo ou ir ao dentista em Portugal e os nossos hábitos quotidianos da semana passada já revelam algum regresso aos horários normais. Mas que significará hoje este adjetivo? E no futuro? A única resposta honesta é “não sei”. Vamos aprendendo dia a dia, com a prática, através de ensaio e erro. E vamos também, graças a inédita cooperação científica mundial, descobrindo mais sobre o SARS-Cov-2. Preste atenção à sequência de 12 letras que dá título a esta newsletter. Cabem em 70 milionésimas de milímetro, jura o diário espanhol “El País”.
Por causa deste agente ínfimo de enormes consequências, temos de gerir a reabertura sector a sector, com possíveis avanços e recuos. É adequado olharmos para um dos grupos mais afetados pelo coronavírus, em termos de doença e óbitos, mas também de solidão e distância da família: os lares. As visitas recomeçarão, mas tão depressa nada será como dantes. Nem ali nem na escola, nem no trabalho nem no comércio, nem na vida social nem nas viagens. Lembra-se da procura de voos baratos, da escapadinha de três dias. Esqueça, por agora. Por cá, a TAP retirou do seu sítio de Internet a informação sobre voos para Paris, Londres e Brasil previstos para este mês. Tudo vai depender da procura, que as restrições em vigor fazem cair. Outras companhias põem em causa que valha a pena voar com essas limitações.
“Depende” parece ser a palavra mais segura. Olhemos para a China, origem da pandemia, cujo Governo andou a ocultá-la e a fazer o mundo perder tempo precioso. Esta terça-feira o país não comunicou novos casos de covid-19, mas domingo e segunda foram preocupantes, com valores de dois dígitos a espicaçar receios de segunda vaga de contágio. No fim de semana houve aumento de infeções em Wuhan, onde tudo começou, conta a BBC, e outra cidade foi (re)confinada à pressa. Pequim desmente novo surto, como se lê numa das primeiras entradas de hoje do direto do Expresso sobre a pandemia, onde permanentemente lhe damos conta da atualidade.
Na vizinha Coreia do Sul o aumento dos valores também é preocupante. Sem vacina, conhecimento cabal do agente infecioso ou medicação específica, com pequenos surtos destes a ressurgir um pouco por todo o planeta, alerta o londrino “The Guardian”, o mais certo é termos de viver com o coronavírus ao longo de meses ou anos. O certo é que o confinamento não podia durar para sempre, sob pena de as consequências sociais, económicas, políticas e de saúde (não se morre só de covid) serem piores.
Conclusão: “Isto não acaba até acabar”, como alertou o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, depois de anunciar as más notícias ao país. Viajando mais para sul, até na Nova Zelândia, aplaudida com justiça graças à gestão da crise pela primeira-ministra Jacinda Ardern, a reabertura é vista com certa ansiedade. Quinta-feira regressam à atividade escolas, lojas, restaurantes e cinemas, parques infantis e bibliotecas. Hoje não houve novos casos.
Nos Estados Unidos, país que domina em número de casos e mortes, o Presidente prefere frisar que “a América é a primeira no mundo em testes”. Quando a jornalista Weijia Wang, da CBS, lhe perguntou se isso era assim tão importante face ao trágico balanço verificado até à data, a resposta foi: “Não me pergunte a mim! Pergunte à China!”. E não houve mais perguntas, o que parece dar razão aos que defendiam que Donald Trump pusesse fim ao ritual diário da conferência de imprensa da Casa Branca sobre covid-
O Presidente vive em tensão com os seus próprios conselheiros. O Domingo de Páscoa, data que anunciara para reabrir o país, passou há um mês sem regresso à normalidade, como já então avisavam os especialistas. Agora é o próprio Anthony Fauci, seu conselheiro científico, a avisar que uma reabertura precoce causaria “sofrimento e mortes desnecessárias”. Dirá isso hoje mesmo ao Senado, segundo “The New York Times”, numa intervenção decerto interessante e sem Trump ao lado. Se o tom relaxado deste contrasta com a precaução do cientista, tal tem reflexo no uso de máscaras na Casa Branca. Todos têm de usá-las, menos o chefe de Estado, escreve o Hélder Gomes.
A propósito dos States, convido os leitores a ouvir o podcast “O Mundo a Seus Pés”, da secção internacional do Expresso. O episódio mais recente, lançado ontem, inclui conversas com os correspondentes do jornal nos Estados Unidos, Ricardo Lourenço, e na Turquia, José Pedro Tavares. Vem a propósito, logo no dia em que o Presidente turco Recep Tayyp Erdogan jurou que nenhuma conspiração externa o impedirá de manter a economia a funcionar, como conta a Bloomberg.
Há planos de desconfinamento em marcha também no Reino Unido, onde o primeiro-ministro explicou ontem ao Parlamento (mas pouco) como tenciona trazer os britânicos de volta à rua, como resume a Ana França. Boris Johnson não impressionou a revista “The Economist” nem o diário “The Telegraph”, habitualmente seu aliado; na Rússia, cessa a partir de hoje a ordem para ficar em casa, apesar de na véspera se ter registado o maior crescimento do número de casos. Não vou encher este Expresso Curto de números, mas se está entre os que os consultam no útil Worldometer, talvez queira saber mais sobre a história dessa página, pela pena da revista “New Statesman”.
Para largar o assunto ubíquo, saiba ainda através do Rui Gustavo que os cães parecem promissores na luta contra o coronavírus e que, sugere a Helena Bento, o próprio leitor pode participar num estudo sobre a forma como a pandemia anda a mudar as nossas vidas. Consulte o excelente trabalho da secção de infografia em que a Sofia Rosa, o Jaime Figueiredo e o David Dinis seguem a evolução da doença em Portugal e no mundo e todas as comparações
Outras notícias
HORROR O ignóbil homicídio
de uma criança na Atouguia da Baleia (Peniche) impressionou o país.
Desaparecida desde quinta-feira, Valentina, de 9 anos, foi encontrada sem vida
perto da Serra d’el Rei, nas redondezas, e terá sido o pai a matá-la,
possivelmente com envolvimento da madrasta. São mais as dúvidas do que as certezas, garante o Hugo Franco, com a
autópsia a indicar morte violenta.
VALOR O Estado emprestou 850 milhões de euros ao Fundo de Resolução, para capitalizar o Novo Banco, mas o primeiro-ministro não sabia. Isso exige nova auditoria à instituição bancária, escreve o Diogo Cavaleiro, quando ainda se espera outra, em curso desde o ano passado, por conta dos 850 milhões de euros emprestados em 2019. É mais um tropeção numa semana de descoordenação governamental escalpelizada pelo Miguel Santos Carrapatoso.
RECORDISTAS Os descontos para a Segurança Social geraram mais de 20.600 milhões de euros para os cofres do Estado em 2019, um recorde sem paralelo nos últimos 25 anos. Outro grande motor das receitas fiscais foi o IVA. Ambos serão muito penalizados este ano e a Ana Sofia Santos explica porquê.
EXTREMISTAS Mandar diplomatas e não militares é a melhor forma de combater a expansão do extremismo, defende numa entrevista à Cristina Peres o perito Pedro Vicente, da Nova SBE, a propósito dos ataques de grupos radicais islâmicos no norte de Moçambique.
FÁTIMA Haverá procissão das velas, terço e missa, mas sem peregrinos. Ou, se quisermos, em “peregrinação espiritual”. A igreja católica pede aos fieís que sigam as cerimónias do 13 de Maio em casa, de vela acesa, escreve a Rosa Pedroso Lima.
RAMADÃO Palavras da Margarida Mota e muitas imagens contam-nos como está a ser o mês sagrado islâmico na Síria.
REFUGIADOS Espreite este trabalho multimédia do Expresso sobre o drama dos refugiados e não se arrependerá.
MEMÓRIA O Rui Cardoso, que me antecedeu como editor da secção Internacional, evoca desde domingo e até 18 de junho o ano de 1940, em que a Alemanha nazi espalhou tentáculos por toda a Europa. Não perca, todos os dias no site do Expresso.
VALOR O Estado emprestou 850 milhões de euros ao Fundo de Resolução, para capitalizar o Novo Banco, mas o primeiro-ministro não sabia. Isso exige nova auditoria à instituição bancária, escreve o Diogo Cavaleiro, quando ainda se espera outra, em curso desde o ano passado, por conta dos 850 milhões de euros emprestados em 2019. É mais um tropeção numa semana de descoordenação governamental escalpelizada pelo Miguel Santos Carrapatoso.
RECORDISTAS Os descontos para a Segurança Social geraram mais de 20.600 milhões de euros para os cofres do Estado em 2019, um recorde sem paralelo nos últimos 25 anos. Outro grande motor das receitas fiscais foi o IVA. Ambos serão muito penalizados este ano e a Ana Sofia Santos explica porquê.
EXTREMISTAS Mandar diplomatas e não militares é a melhor forma de combater a expansão do extremismo, defende numa entrevista à Cristina Peres o perito Pedro Vicente, da Nova SBE, a propósito dos ataques de grupos radicais islâmicos no norte de Moçambique.
FÁTIMA Haverá procissão das velas, terço e missa, mas sem peregrinos. Ou, se quisermos, em “peregrinação espiritual”. A igreja católica pede aos fieís que sigam as cerimónias do 13 de Maio em casa, de vela acesa, escreve a Rosa Pedroso Lima.
RAMADÃO Palavras da Margarida Mota e muitas imagens contam-nos como está a ser o mês sagrado islâmico na Síria.
REFUGIADOS Espreite este trabalho multimédia do Expresso sobre o drama dos refugiados e não se arrependerá.
MEMÓRIA O Rui Cardoso, que me antecedeu como editor da secção Internacional, evoca desde domingo e até 18 de junho o ano de 1940, em que a Alemanha nazi espalhou tentáculos por toda a Europa. Não perca, todos os dias no site do Expresso.
Frases
Colocar questões penais com
ênfase no criminoso, em vez de na vítima, é - mascarado de bondade - das coisas
mais ordinárias, desnaturadas, maldosas, cobardes, pervertidas que se pode
fazer.
Maria João Marques, voz que sigo com crescente interesse, na rede social Twitter; aproveito para sugerir este artigo sobre teletrabalho que escreveu no “Público”, para onde recentemente se mudou vinda do “Observador”.
Para o que interessa no que justifica esta interdição, a Festa do "Avante!" tem os mesmíssimos problemas de qualquer festival: pela duração, a concentração de pessoas e o ambiente é totalmente impossível qualquer tipo de organização, mesmo a do PCP, garantir as medidas básicas de segurança.
Daniel Oliveira, na sua coluna do Expresso online
O que ando a ler, ouvir e ver
Abri hoje “Rectificação da
linha geral”, volume de poesia de José Alberto Oliveira (Assírio & Alvim),
cuja belíssima capa extraída do livro de iluminuras “Très Riches Heures du
Duc de Berry” tem correspondência no interior do livro. Aqui fica o poema “Horóscopo”,
que por algum motivo chamou a atenção do autor deste Expresso Curto, nada dado
à astrologia (astros só vê-los, não lê-los), mas perplexo com o tempo estranho
que vivemos.
HORÓSCOPO
Dragão zodíaco do Oriente,
mais comezinho Caranguejo
(ignoro o ascendente) neste
mais comezinho Ocidente (decadente,
talvez pela rima), a sina
ditada pelos astros, que faço
aqui, com três dedos (polegar,
médio e indicador da mão
direita) agarrando a esferográfica?
— escrever o que os astros ditam?
— por que não o fazem eles
e me deixam ir à vida?
Continuo a apreciar a maravilhosa oferta cultural que o confinamento suscitou. Esta semana o National Theatre de Londres oferece “Antony and Cleopatra”, de Shakespeare, com magistrais Ralph Fiennes e Sophie Okonedo; Andrew Lloyd Webber traz-nos “Cats”a partir de sexta-feira; há Lars von Trier, Mike Leigh e Nanni Moretti no programa da Medeia Filmes; e lá para o fim do dia a Gulbenkian acrescentará um concerto a esta série gratuita. E há muito mais, pesquise ao sabor do seu gosto!
Também vou contemplar, e com que deleite, os jacarandás que já floriram em Lisboa, indiferentes à covid e tão prodigiosos como sempre. Tenha uma boa semana. Estaremos por cá para deixá-lo a par de tudo.
HORÓSCOPO
Dragão zodíaco do Oriente,
mais comezinho Caranguejo
(ignoro o ascendente) neste
mais comezinho Ocidente (decadente,
talvez pela rima), a sina
ditada pelos astros, que faço
aqui, com três dedos (polegar,
médio e indicador da mão
direita) agarrando a esferográfica?
— escrever o que os astros ditam?
— por que não o fazem eles
e me deixam ir à vida?
Continuo a apreciar a maravilhosa oferta cultural que o confinamento suscitou. Esta semana o National Theatre de Londres oferece “Antony and Cleopatra”, de Shakespeare, com magistrais Ralph Fiennes e Sophie Okonedo; Andrew Lloyd Webber traz-nos “Cats”a partir de sexta-feira; há Lars von Trier, Mike Leigh e Nanni Moretti no programa da Medeia Filmes; e lá para o fim do dia a Gulbenkian acrescentará um concerto a esta série gratuita. E há muito mais, pesquise ao sabor do seu gosto!
Também vou contemplar, e com que deleite, os jacarandás que já floriram em Lisboa, indiferentes à covid e tão prodigiosos como sempre. Tenha uma boa semana. Estaremos por cá para deixá-lo a par de tudo.
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