Díli,
30 jun 2020 (Lusa) -- O primeiro-ministro timorense disse hoje que Timor-Leste
não deve "cantar vitória" apesar de estar atualmente sem casos ativos
da covid-19 e que é importante continuar vigilante e cumprir as regras das
autoridades de saúde.
"Não
é tempo de cantar vitória. Enquanto não houver cura ou vacina, temos que
continuar vigilantes", afirmou Taur Matan Ruak.
"Temos
que continuar a esperar o melhor, mas a preparar-nos para o pior e não se pode
cantar vitória antes do tempo", afirmou.
Taur
Matan Ruak falava na cerimónia de transferência para o Ministério da Saúde
timorense das competências de coordenação do Centro Integrado de Gestão de
Crise (CIGC), criado para gerir a resposta à pandemia da covid-19 durante o
estado de emergência, que terminou na sexta-feira.
Este
encontro "não de festa nem a marcar o fim da doença", mas devolve ao
Ministério da Saúde a responsabilidade da resposta à doença, especialmente no
que toca aos preparativos do sistema de saúde.
Em
relação "à sorte" de Timor-Leste ter registado poucos casos e estar
agora livre de doentes infetados, Taur Matan Ruak referiu-se às "opiniões
contrárias" sobre se o Governo devia ter estendido, ou não, o estado de
emergência durante três meses.
Uma
oportunidade para o Governo "preparar recursos e preparar medidas de
prevenção e os próprios cidadãos", especialmente a pensar no momento
atual, em que começa a haver algum regresso à normalidade, reiterou.
O
chefe do Governo agradeceu o trabalho do CIGC, dos profissionais de saúde, dos
elementos das forças de defesa e segurança, das estruturas de Estado, mas
também da cidadania que "deu um grande contributo, cumprindo as
regras" para evitar a transmissão comunitária.
Taur
Matan Ruak disse que apesar do CICG e da Sala de Situação serem desmantelados,
o Governo estará preparado para as reativar a qualquer momento, caso a situação
assim o exija.
"Caso
seja necessário, tomaremos as decisões drásticas para responder. Este é um
combate coletivo", afirmou, deixando um apelo à cidadania para que
continue a cumprir as instruções das autoridades de saúde.
Aos
jornalistas, Taur Matan Ruak defendeu a decisão de decretar o estado de
emergência durante três meses, notando que medidas idênticas foram tomadas
noutros países e que Timor-Leste a voltará a adotar se necessário.
"Em
caso de haver necessidade voltaremos ao estado de emergência sem hesitação,:
com um único objetivo, que é salvar vidas. Fareemos o que for necessário para
estar mais aptos a responder", afirmou.
No
caso das fronteiras, Taur Matan Ruak disse que "a vigilância vai
continuar", especialmente porque os países vizinhos continuam a ter casos,
mas que o Governo quer equilibrar isso com a necessidade de reativar a
economia.
"Vamos
tentar ver a forma para não fechar totalmente o país porque temos que pensar no
desenvolvimento económico, na criação de emprego e na normalização da economia.
E temos que ter isso em conta", disse.
A
pandemia de covid-19 já provocou mais de 502 mil mortos e infetou mais de 10,20
milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela
agência francesa AFP.
ASP
// EJ
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