Rui
Sá | Jornal de Notícias | opinião
O
Museu do Aljube Resistência e Liberdade "é um museu municipal que (......)
assume a luta contra a amnésia desculpabilizante e, quantas vezes, cúmplice da
ditadura que enfrentámos entre 1926 e 1974" (site do museu).
Dado
que Luís Farinha, que o dirigia desde 2013, se reformou, a empresa municipal
que o gere decidiu, sem ser obrigada a fazê-lo, abrir um concurso para a
seleção do(a) novo(a) diretor(a). Concorreram 60 pessoas, cujas candidaturas o
júri se encarregou de analisar, tendo selecionado Rita Rato, antiga deputada do
PCP.
Esta
escolha originou um discurso de ódio nas redes sociais e alimentado por vários
comentadores. "Não tem currículo nem experiência". De facto, se só
servem os que têm experiência serão sempre os mesmos e nunca entrará ninguém novo.
"Não foram cumpridas as regras do concurso". O que é uma grave
acusação não à candidata mas ao júri, presidido por Luís Farinha. "Foi uma
escolha da geringonça", diz João Miguel Tavares, que foi escolhido para outras
funções sem se conhecer o critério. O problema de Rita Rato são as opiniões que
esta defendeu aqui há uns anos, diz Rui Tavares. Ou seja, deve ser banida por
delito de opinião!...
Fico
satisfeito por ver uma antiga e competente deputada a ter de fazer pela vida,
não sendo escolhida para a administração de empresas a quem prestou uns fretes.
E, como não gosto que me comam por parvo, vejo aqui uma campanha que começou
com as comemorações do 25 de Abril e do 1.o de Maio, que se estende aos
comícios do PCP e à eventual realização da Festa do Avante!. Uma campanha que
se insere nos tempos que vivemos, com o ascenso de forças fascizantes que, se
pudessem, prenderiam os comunistas novamente no Aljube. O que é um elogio para
estes: estão vivos e... incomodam!
*Engenheiro
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