Com paralisação dos trabalhadores do aeroporto, voo da Asky não seguiu para Dacar e voo da TAP para Lisboa pode ser cancelado. "Assim vamos ficar até que nos paguem seis meses de salários atrasados", diz sindicalista.
O aeroporto internacional Osvaldo Vieira da Guiné-Bissau encontra-se paralisado devido a uma greve por tempo indeterminado iniciada esta sexta-feira (27.11). Os trabalhadores reivindicam o pagamento de salários em atraso, segundo informou Miriam Pereira, vice-presidente do sindicato, a agência Lusa.
"Estamos em greve desde às zero horas e assim vamos ficar até que nos paguem seis meses de salários em atraso", declarou Miriam Pereira. A sindicalista indicou que as consequências da greve já se fazem sentir com um avião de uma companhia que faz voos de ligação entre Bissau e outras capitais africanas, parado na pista "sem assistência".
Trata-se do avião da Asky que liga Bissau a Dacar, diariamente, e que devia partir de regresso à capital senegalesa às 06:00 (hora local), mas que devido à greve ainda continua parado na pista. Pereira suspeita que a administração do aeroporto não terá informado as companhias de que ia começar uma greve geral dos trabalhadores.
A sindicalista precisou que o voo da TAP de quinta-feira (28.11) ainda teve assistência dos trabalhadores do aeroporto por ter saído antes da hora marcada para o início da greve. Mas avisou que o de sábado já não vai ter assistência. A TAP efetua voos entre Lisboa e Bissau às terças, quintas e sábados.
Uma outra companhia portuguesa, a EuroAtlantic Airways, tem o seu voo semanal para Bissau marcado para sexta-feira. Confrontada com a possibilidade de estes voos não se realizarem, Miriam Pereira remeteu a resposta para a direção da empresa pública Serviços de Assistência Aeroportuária (SAA).
"Avisamos a nossa administração de que vamos estar em greve, agora cabe à administração avisar as companhias de aviação", defendeu Miriam Pereira.
A sindicalista disse que os trabalhadores da SAA "estão cansados de promessas de pagamento de salários em atraso" e que no passado dia 12 suspenderam uma greve quando a administração da empresa pagou um dos sete meses de salários em atraso. "Prometeram que iam pagar na semana seguinte outros quatro meses de salários, mas chega de promessas não cumpridas, por isso decidimos utilizar a última arma que a lei nos dá que é a greve", observou Miriam Pereira.
Além de salários em atraso, os trabalhadores não concordam com a forma como o Governo pretende privatizar a gestão do aeroporto, precisou Pereira.
Deutsche Welle | Lusa
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