Para dar e vender há no Expresso. Algumas das prosas são grátis, outras não – convém possuir aquilo com que compramos melões ou aquilo por que políticos, empresários, alguns jornalistas e outros sevandijas se vendem.
Inicio de semana. Estamos em Estado de Dormência. Oxalá seja boa, que não se deixe contagiar pelo covid-19 ou por muitos outros “males”. Diz-se que estamos em Estado de Emergência, para Marcelo é coisa “leve”. Aliás, para ele o que é que não tem sido leve? Se nasceu com o rabinho virado para a lua, cresceu, viveu e movimentou-se (bem) pelas vias do social-fascismo salazarista, e atualmente é Presidente da República, bajulado por muitos, porque não havia de para ele tudo ser considerado leve, ou “leve”?
Dia de “leves” dizeres, dias de dormências, de contenção e de máscaras. Pena que o Mascarilha, o Zorro, não atue por aqui. Cavalgando no seu cavalo Trovão. Muito teria de espadeirar e de escrever Zês, de fazer justiça pelas suas próprias mãos em favor dos pobres, injustiçados, oprimidos, roubados, vigarizados, inibidos das liberdades garantidas constitucionalmente e pela democracia (que não existe), da Justiça que foi apossada por uns quantos das elites insidiosas, desonestas, e etc., etc., por esses maus caminhos povoados pelos que tramam a vida ao povinho… Decretada a dormência obrigatória vamos ter que a "papar"? Somos borregos ou somos ratos? Provavelmente somos pessoas dormentes. E não é de agora devido ao covid. Pois. Estamos em Estado de Dormência, que será o mesmo que estar sob efeito da canção do bandido... Adiante.
Não iremos muito mais adiante nesta lauda costumeira antes do Curto do Expresso, que pode ler a seguir. Vai acontecer isso mesmo. Estamos no ir. Deixamos o espaço para Rui Gustavo, da chafarica do tio Balsemãos Impresa do Bilderberg e outras tramas.
Bom dia e um queijo. Suíço ou daqueles de que mais gostem. Pois é, o queijo suíço está cheio de buracos… Olhem, até parece Portugal e os tempos que correm céleres e quase piores que o fascismo-salazarismo. Pobreza e fome não faltam, exploração desenfreada. Quem, pessoa digna, não teria vergonha de ser Presidente da República, Primeiro-Ministro, Ministro ou dirigente, neste país? Pois. Mas os que lá estão são isentos de vergonha. Bem se sabe e está nas caras…. deles.
MM | PG
Bom dia este é o seu Expresso Curto
Do ponto de emergência sai a luz
Rui Gustavo | Expresso
O duplo sentido da palavra
emergência assenta que nem uma estranha luva no dia que começa agora. Hoje,
entra em vigor o estado de emergência decretado pelo Presidente Marcelo Rebelo
de Sousa a “pedido” do Governo (foi mais ao contrário,
como se pôde constatar com o entusiasmo com que Marcelo defendeu esta espécie
de semi confinamento na RTP, em contraste com o tom fúnebre de Costa na
conferência de imprensa em que anunciou as novas medidas).
É a quarta vez em oito meses que este estado de exceção é decretado e não
sendo tão grave como o de março, tem medidas duras
que terão efeito nas nossas vidas, na economia e (espera-se, melhor, deseja-se)
na disseminação do vírus que já matou 2.896 pessoas em Portugal e
1.253.311 no mundo inteiro.
Os Estados Unidos da América vivem na emergência de
uma nova era
depois de terem expurgado Donald Trump do sistema. Um estranho presidente que
mesmo derrotado teve 70 milhões de votos e que mostra agora que para além
de não gostar de perder, o que é normal; também não sabe perder, o que é
mais grave, especialmente num governante que liderou durante quatro anos o país
mais poderoso do mundo.
O dia de hoje e os próximos serão vitais para perceber se a guerra de Trump
contra a vontade do povo se vai travar nos tribunais ou
na rua.
Ou de uma maneira qualquer
que o ex-presidente milionário decida inventar. Apesar de ainda não ter reagido
oficialmente à derrota, Trump proclamou vitória no seu meio de comunicação
favorito, o Twitter: “I won the elections by a lot”. Acho que não é necessário
traduzir.
Borat,
o famoso jornalista cazaque que já fez dois filmes documentais sobre os Estados
Unidos, talvez tenha a melhor definição de Trump dos últimos dias: “Premier
McDonald Trump vai ser lembrado como o maior ditador dos Estados Unidos &
America” (tradução livre do autor destas linhas a partir do Twitter da
personagem fictícia criada por Sasha Baron Cohen).
Em Portugal, a partir das 23h00 de hoje, nos 121 concelhos
mais atingidos pela covid-19, vigora o recolher obrigatório que se
prolonga até às cinco da manhã nos dias de semana. No fim-de-semana, as
restrições são mais duras: o recolher obrigatório começa à uma tarde e durará
até às cinco da manhã.
Há exceções que
ainda não são totalmente conhecidas: pode-se sair para trabalhar, prestar ou
receber cuidados médicos, passear animais de estimação, ir ao supermercado ou
mercearia ou dar um passeio higiénico. A polícia terá poder para levar
para casa quem andar na rua durante o recolher obrigatório, mas não haverá
multas para quem não o cumprir. Uma espécie de "é proibido? É. O que
é que acontece nada? Nada", celebrizado por Ricardo Araújo Pereira. A
menos que as pessoas se recusem a obedecer às ordens da polícia. Nesse caso
podem incorrer num crime de desobediência.
Estas medidas vão
afetar 70 por cento da população portuguesa, somam-se às que já estavam em
vigor e terão um efeito negativo óbvio para o comércio, que fala em “grande
golpe”; a restauração que prevê uma “hecatombe” e o sector dos
espetáculos, que lamenta mais um “prego no caixão”. O JN de hoje garante que o
Governo pode mesmo fechar estradas e ferrovias durante o recolher obrigatório.
O recolher obrigatório vai durar, pelo menos, dois fins-de-semana e foi
justificado pelo primeiro-ministro com o facto de o contacto “social”
estar na origem do aumento de casos e, consequentemente, de internamento e de
mortes. Os peritos estimam
que haja 70 mortes por dia no início de dezembro (ontem foram 48 óbitos) e,
de acordo com os sempre imparciais números, 70 por cento das mortes do
último mês ocorreram nos últimos 15 dias.
E como o Expresso noticiou
este fim de semana, a este ritmo, os cuidados intensivos só aguentam mais
dez dias. António Diniz, pneumologista e membro do gabinete de crise da
Ordem dos Médicos, predisse na SIC que estas medidas não serão “suficientes”. Não
é preciso ser um perito para imaginar o que vai acontecer se não se conseguir
achatar a curva. Nem muito pessimista para perceber como vai ser o Natal deste
ano.
Joe Biden, o novo presidente dos Estados Unidos, o mais velho de sempre a ser
eleito (tem 77 anos), anunciou para hoje a
criação de um grupo de especialistas para “controlar” a pandemia no país e enfrentar
a doença com a seriedade que Trump nunca demonstrou, o que lhe pode ter custado
uma vitória que chegou a parecer certa. Vinte por centos dos casos de covid-19
foram diagnosticados nos Estados Unidos – 10 milhões - matando mais de 230 mil
pessoas.
No discurso (curto,
15 minutos) de vitória o 46º presidente americano faliu em “curar” e “unir”
um país dividido ao meio. Kamala Harris, a primeira mulher a ser eleita
vice-presidente dos Estados Unidos, falou em “trabalhar”. Biden já revelou que
os americanos vão reatar as relações com a Organização Mundial de Saúde e
cumprir os acordos ambientais que Trump tinha rasgado, Os dois tomam posse a 20
de janeiro de 2021. O ano que, esperamos todos, será o da vacina ou do
tratamento contra a covid-19.
Na ciência, diz-se que o ponto de emergência é aquele em que um raio
luminoso sai do meio que atravessou.
OUTRAS NOTÍCIAS
Os enfermeiros iniciam hoje uma greve de
cinco dias. Carlos Ramalho, presidente do Sindicato Democrático, admite
que uma paralisação em plena pandemia pode ser “mal interpretada” mas
garante que o protesto urgente não prejudicará os utentes.
Vasco Cordeiro, que venceu as eleições nos Açores, mas está a ser afastado da
liderança do Governo pela caranguejola da
direita formada por PSD, CDS e PPM e apoiada pelo Chega e pela
IL, protestou contra o representante da República que indigitou José
Manuel Bolieiro, do PSD, para formar Governo. António Costa diz que o PSD
ultrapassou a “linha vermelha” por ter aceitado o apoio da “extrema direita
xenófoba”. Estava a falar do Chega.
Prossegue hoje no Tribunal de Santarém julgamento do assalto a Tancos e
posterior achamento do material de guerra roubado dos paióis. Depois de uma
primeira semana muito animada,
marcada pela confissão do autor do assalto, João Paulino (que mesmo assim
desmentiu, em parte, a acuação do Ministério Público) depõem António
Laranjinha e João “Caveirinha” Pais. O primeiro já foi ilibado pelo
próprio Paulino e o segundo vai confirmar que esteve mesmo em Tancos na
madrugada de 28 de junho de 2017. Azeredo Lopes, ex-ministro da Defesa,
acusado de ter conspirado com a PJM para recuperar as armas à revelia da PJ e
do Ministério Público, tem passado as sessões a tirar notas num bloco
preto de capa dura e já anunciou que tem urgência em falar. É o último da fila.
Manuel Alegre, histórico do PS, e candidato às presidenciais em 2006, anuncia
hoje no Público o
apoio a Ana Gomes, militante do partido, que também já recebeu o sim
de Bacelar Vasconcelos, Pedro Nuno Santos e Duarte Cordeiro . O PS não vai
apoiar nenhum dos candidatos, apesar de António Costa ter deixado implícito e
explicito que vê com bons olhos a reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa.
Na Rússia, três militares foram assassinados por um camarada de armas num
quartel a
Futebol
Fim de semana em grande para os vários Sporting do país. O de Portugal goleou o
sempre difícil Vitória Sport Clube por 4-0 e isolou-se na liderança do
campeonato com quatro pontos de avanço sobre o de Braga que foi
ganhar à Luz por 3-
Em Itália, Ronaldo voltou a ser titular depois de ter vencido a covid-19.
Marcou um golo e saiu lesionado. A Juventus empatou com a Lazio 1-1.
Johnny Depp foi despedido do elenco de “Monstros Fantásticos” depois de o
Supremo Tribunal de Londres não lhe dar razão no processo que tinha movido
contra o “The Sun” que lhe chamou agressor de mulheres. O juiz considerou
que a acusação é real e não difamação uma vez que o ator agrediu mesmo a
ex-mulher, Amber Heard.
Frases
“As liberdades nunca podem ser juguladas”
Jerónimo de Sousa,
secretário-geral do PCP, criativo com a língua portuguesa e crítico contra o
estado de emergência
“Porque é que o Governo não decretou o estado de emergência mais cedo, porquê?”
Marques Mendes e os prognósticos
no final do jogo
“Há Lisboa a mais e Açores a menos”
Vasco Cordeiro, com alguma
dificuldade em digerir a caranguejola de direita que o afastou do Governo
apesar de ter vencido as eleições
“Com erros individuais torna-se difícil”
Jorge Jesus, solidário, depois da
segunda derrota consecutiva do Benfica no campeonato
"Gostava de saber a posição do Presidente da República sobre o acordo com
o Chega nos Açores"
Ana Gomes, já em campanha
presidencial
O que eu ando a (re)ler
Ideias Negras
Franquin
O criador do jovial Spirou e do desastrado Gaston Lagaffe desenhou em 1977
“Idées Noires”, um conjunto de 65 pranchas desenhadas a preto e branco muito
negro quer no traço quer no argumento. Já li e reli este livro dezenas de vezes
- talvez por não ter muitas palavras - e só o posso recomendar muito para estes
dias negros. O habitualmente apolítico Franquin, expressa-se contra a pena de
morte, os caçadores e a destruição do ambiente. Ou então é só mórbido: numa das
pranchas um samurai que acaba de se suicidar ri-se de alegria quando repara que
tem cancro nos intestinos. Também ri.
Por hoje é tudo. Tenha a melhor vida possível enquanto não se vislumbra a luz
ao fundo deste túnel. A vida segue no Expresso, Tribuna, Blitz e SIC.
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