quarta-feira, 15 de abril de 2020

Entre morcegos, pangolins e laboratórios, problematizar a COVID-19 em África


Uma das teses dos defensores segundo o qual o coronavírus não teve origem no mercado de marisco chinês, nem em nenhum outro lugar da China, baseou-se na argumentação de que o vírus possa ter sido originado no Laboratório de Armas Biológicas das Forças Armadas dos EUA, em Fort Detrick, encerrado em Julho devido a surtos, e que teria sido transportado para a China durante os Jogos Militares Mundiais, em Outubro de 2019, para o Hunan Seafood Market, em Wuhan. Apesar de não haver provas irrefutáveis, num exercício meramente académico, com pouco esforço, seria fácil aceitar as teses avançadas de que o novo coronavírus, ao invés de ter surgido a partir de morcegos, pangolins ou cobras, possa ter sido fabricado em laboratórios secretos de armas biológicas.
Parte 1

M. Azancot de Menezes – Jornal Tornado - 7 Abril, 2020

O coronavírus, proveniente de morcegos, pangolins ou laboratórios, já infectou mais de um milhão de pessoas e matou 76 mil, na América, Ásia e Europa.

Quais são os efeitos da pandemia para uma África neocolonizada, desgastada pelas convulsões sociais e políticas, pobreza extrema, e com valores culturais profundamente enraizados?

O conhecido autor de livros sobre o «Bilderberg Club», Daniel Stulin, com o advento da pandemia COVID-19, para classificar a actual situação vivida em todo o mundo utilizou a expressão “histeria planetária”. Este homem, com três nacionalidades, espanhola, canadiana e russa, considerado como sendo o defensor das “teorias da conspiração”, já proferiu mais de 700 conferências a meio milhão de pessoas em todo o mundo.

A importância de ter escrito sobre o Clube Bilderberg, é bom fundamentar, reside no facto de neste clube fazerem parte a elite económica e política da Europa e dos EUA, tais como o ex-presidente do Google, os bilionários da Microsoft, da PayPal, familiares de Donald Trump, Henry Kissinger, o ex-Secretário de Estado dos EUA que autorizou a invasão de Timor-Leste pela Indonésia, entre outras dezenas de figuras influentes na indústria, finanças, academia e comunicação social.

Na opinião de Stulin, PhD em Inteligência Conceptual e ex-Coronel da contra-inteligência militar russa, bem conhecedor dos meandros da alta política e finanças, o modelo económico actual parou e espera-se uma crise pior que a depressão de 1930.

A reflexão que quero partilhar com o título “Entre morcegos, pangolins e laboratórios, problematizar a COVID-19 em África”, um pouco na linha da “conspiração”, pretende ir um pouco mais além do que especular sobre estatísticas de infectados com o coronavírus e outras questões habitualmente noticiadas nos órgãos de comunicação social, na sua maioria controlados pelo «Clube Bilderberg», mas igualmente por outros grupos de interesse sobejamente conhecidos.

Sem querer ser “conspirador”, portanto, a minha motivação com este texto é problematizar um pouco em torno da pandemia provocada pelo novo coronavírus, na sua origem, nos seus interesses geo-estratégicos, políticos e financeiros, bem como no impacto que tudo causará em África.

EUA e China em rota de colisão

As opiniões que começaram a circular pelo mundo na tentativa de explicação da origem da pandemia que atormenta a humanidade apontavam para a tese de que qualquer morcego teria espalhado o coronavírus através da excreção (lixo celular do organismo), caída no solo de alguma floresta ou em outro lugar. Esta excreção de morcego, por sua vez, teria servido de alimento a algum pangolim que se tornou repasto de algum humano, iniciando-se a actual pandemia da COVID-19.

A tese de que os morcegos e pangolins seriam os responsáveis pela pandemia, inicialmente defendida pelos EUA e por muitos países ocidentais, de forma estratégica invadiu a comunicação social em todo o mundo. Mas, começou a perder terreno a favor de uma outra tese. A criação do novo coronavírus, afinal de contas, poderá ter acontecido em laboratório, em absoluto segredo.

O porta-voz e vice-director geral do Departamento de Informação do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, no dia 12 de Março de 2020, escreveu no seu Tweeter, e passo a citar,

O Director do Centro de Controlo de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Robert Redfield, admitiu que alguns americanos aparentemente mortos por gripe foram testados positivos para o novo coronavírus no diagnóstico post mortem, durante o Comité de Supervisão da Câmara, na quarta-feira (11)”.

Esta implícita insinuação segundo a qual os EUA levaram a “arma biológica” para a China não me espantou, sabendo nós que as armas biológicas, feitas a partir de bactérias, fungos, toxinas e vírus, entre outros, são as mais tenebrosas da actualidade porque podem dizimar sociedades através da contaminação da água, ar, terra e os alimentos.

Mas, o jornal Guardian também admitiu que diplomatas, comunicação social e autoridades chineses defendem a tese de que a COVID-19 veio dos EUA.

Numa audiência no Congresso dos EUA, Robert Redfield, director dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CCPD) dos EUA, num vídeo postado pelo «Peoples´s Daily», foi-lhe perguntado se pode ter havido mortes atribuídas à influenza (gripe) registada nos EUA que poderiam estar associados à COVID-19. E a resposta foi a de que o coronavírus pode ter sido encontrado em vários americanos mortos, diagnosticados com influenza (gripe) durante o exame post mortem.

Na opinião de Zhong Nanshan, um epidemiologista de renome, com base no facto dos EUA através de Robert Redfield ter reconhecido que entre os que haviam morrido de influenza nos EUA havia casos de coronavírus, em uma entrevista realizada em 27 de Fevereiro, afirmou que embora o vírus tenha aparecido pela primeira vez na China não se podem tirar ilações no sentido de atribuir a origem do surto ao país asiático.

Zhong afirmou que “onde uma doença é descoberta não equivale a ser a fonte”.

O embaixador da China na África do Sul, no Twitter, afirmou no dia 7 de Março de 2020 que o vírus não era necessariamente originário da China, e muito menos “fabricado na China”.

GEOPOLÍTICA DA NOVA INFLUÊNCIA GLOBAL CHINESA


Diante do declínio de Washington, incapaz de liderar resposta à pandemia, Pequim avança. Apoio material e influência diplomática vão muito além dos países pobres: chegam à Itália, à Espanha e até às populações empobrecidas nos EUA…


Já se sabe que o impacto da pandemia sobre a economia e a política no mundo está sendo dramático. Porém, como é uma doença desconhecida, para a qual ainda não existe vacina, não se pode estimar ainda a sua profundidade e extensão. Após as polêmicas iniciais, e as tentativas do governo dos EUA e da imprensa ocidental, de jogar no colo da China a responsabilidade sobre a origem do coronavírus, este país iniciou um ambicioso e agressivo programa de combate à pandemia.

A China conseguiu de forma muito rápida realizar a identificação da sequência do genoma do vírus. O país logrou, em janeiro, colocar em quarentena uma população de 56 milhões de habitantes em Wuhan e três cidades próximas. Com certeza essa é a primeira vez que isso acontece em toda a história. Além do empenho estatal, a campanha mobilizou milhões de cidadãos, na chamada “guerra popular” contra o coronavírus.

O plano do governo chinês foi complexo, desenvolvido de forma extremamente ágil, além de ter envolvido diversas instâncias de governo. Em todas as fases da campanha o sacrifício da economia e da produção industrial foi inevitável. Mas, em decorrência da complexa e impressionante operação, a partir de 7 de março não foram registrados novos casos oriundos do país (até o momento). Surgem ainda novos infectados, mas vindos de fora, estrangeiros ou chineses advindos do exterior. No final de março, praticamente a doença tinha sido controlada.

AS LÁGRIMAS DE CROCODILO DO FMI


O FMI, que acaba de recusar um pedido de empréstimo do FMI para acudir à pandemia, no dia 14 de Abril emitiu um comunicado. 

Nele diz-se preocupado com os EMDCs (emerging markets and developing countries) e conclama todos os credores bilaterais a "temporariamente suspenderem pagamentos de dívidas de países de baixo rendimento de modo a que possam combater a pandemia". E, como suprema generosidade, diz "em alguns casos, será necessária uma razoável e abrangente reestruturação de dívida a fim de restaurar a sustentabilidade da dívida" (sic).

Como se verifica, para o FMI, não se trata de cancelar a dívida do Terceiro Mundo. Trata-se, sim, de "restaurar a sua sustentabilidade". Ou seja, estes países deverão permanecer endividados para todo o sempre.

Portugal | E SE O COMBATE FOSSE À DESIGUALDADE?


Paulo Baldaia | Jornal de Notícias | opinião

Vai iniciar-se mais uma etapa no aprofundamento das desigualdades em que vivemos.

Crianças de todo o país, mais no interior do que no litoral, mais na periferia do que nos centros das grandes cidades, vão iniciar a telescola em condições incomparavelmente piores que as crianças que têm computadores e Internet em casa.

Numa sociedade claramente desigual, em que até tendo emprego se pode ser pobre, a pandemia que estamos a viver e o combate que estamos a fazer acentuam essas desigualdades. Lá à frente, a crise económica encarregar-se-á de mostrar, uma vez mais, que uns poucos não vão poder continuar a acumular milhões, alguns conseguirão ultrapassar as dificuldades com as poupanças que fizeram e muitos não vão ter até para as coisas mais básicas. Por isso, o debate sobre o regresso à economia - não o regresso à normalidade, porque esse é impossível - tem de ser agora o debate prioritário.

Não implica "deixar a doença correr". Não implica deixar morrer os mais frágeis. Implica que os testes passem a ser generalizados. Implica garantir que há máscaras para toda a gente. Implica responsabilidade máxima de todos nós, para garantir distanciamento social e regras de higiene rigorosas.

Na véspera de ser decretado o estado de emergência - já lá vai quase um mês - defendi nas páginas do JN que as restrições impostas não poderiam ser exageradas, sob pena de se poder "dar o caso desta sociedade não morrer da doença e acabar por morrer da cura". Ainda não chegamos lá, mas para lá caminhamos. Ninguém duvida que o confinamento foi essencial para impedir o colapso do SNS, mas ultrapassada essa fase, é chegado o momento de voltar à vida. Temos de salvar o máximo de empresas e empregos e isso não se faz com um lay-off prolongado.

As condições em que se faz este confinamento já é profundamente desigual, entre os que partilham casas pequenas sem uma varanda sequer e os que vivem com muito espaço interior e exterior. As possibilidades de escapar sem contaminação também são muito desiguais. Pessoal dos hospitais (médicos, enfermeiros e auxiliares); dos lares de terceira idade; dos supermercados, das farmácias, da limpeza urbana, motoristas profissionais e estafetas, quase todos mal pagos, são "sacrificados" porque entendemos que as suas atividades são cruciais para a vida de todos. Quanto mais o tempo passa, mais atividades profissionais entram nesta categoria. É esse passo que temos de dar rapidamente para que voltar à economia não seja entrar num deserto onde só sobrevivem espécies protegidas.

Jornalista

Morreram mais 32 pessoas com Covid-19 em Portugal. Total sobe para 599


Nas últimas 24 horas, houve mais 32 mortes em Portugal por Covid-19. O total de vítimas mortais é agora de 599. Há ainda 18091 casos confirmados, mais 643 do que na terça-feira.

Segundo dados divulgados esta quarta-feira pela Direção-Geral de Saúde no boletim diário, 32 pessoas morreram com Covid-19 em Portugal num dia. O total sobe para as 599 mortes. Há ainda 383 doentes que recuperaram do novo coronavírus (mais 36 do que na terça-feira).

Menos dez pessoas (208) estão internadas nos cuidados intensivos face a esta terça-feira (218). No total, há 1200 doentes internados com Covid-19, uma descida de 27 pessoas face a terça-feira, onde se registaram 1227 internados.

Há 26144 pessoas em vigilância pelas autoridades de saúde e 4060 que aguardam os resultados dos testes ao novo coronavírus.


A informação apresentada refere ao total de notificações clínicas no sistema SINAVE, correspondente a 82% dos casos confirmados. Dados por concelho de ocorrência, apresentados por ordem alfabética. Quando os casos confirmados são inferiores a 3, por motivos de confidencialidade, os dados não são apresentados.

A região Norte continua a ser a mais afetada pelo vírus com 10751 infetados e 339 vítimas mortais e segue-se a região Centro com 136 mortes e 2629 doentes com infeção da Covid-19. Lisboa e Vale do Tejo registam 111 mortes e 4102 infetados. O Alentejo continua a não registar qualquer vítima mortal entre os 155 casos confirmados. Já o Algarve tem nove mortes e 295 doentes.

Com 59 casos de Covid-19, a região autónoma da Madeira não tem registo de qualquer morte, enquanto nos Açores, quatro pessoas morreram e 100 estão infetadas.

O munícipio do Porto tem 980 casos confirmados, o de Vila Nova de Gaia tem 923 infetados e o de Gondomar conta 738 infeções. Lisboa é um das localidades com mais infetados: são 962.

Em Portugal, é a partir da faixa etária entre os 40 e os 49 anos que se registam vítimas mortais por Covid-19. Sete pessoas que faleceram estavam neste intervalo de idades. Contudo, o número mais elevado de mortes continua a situar-se entre os doentes com mais de 80 anos.

Rita Neves Costa | Jornal de Notícias

EUA atacam OMS, igual a ataque à humanidade. Mais crime, menos crime…


Curto do Expresso por Raquel Moleiro. Muito cá dentro e proporcionalmente lá fora. Sobre as declarações de Trump, que no PG pode ler – retirado da TSF – ficamos a saber que o Execrável* Trump vai suspender financiamento dos Estados Unidos à OMS (o “execrável é nosso). Sobre tal declaração já foi afirmado que Trump está a protagonizar o ensaio de um crime contra a humanidade. Pois está.

Perante tal cenário convém lembrar que este não será o primeiro crime contra a humanidade cometido pelos EUA. A lista é longa e abrange imensos países vitimados por aquela potência global. A ocorrer, o afirmado pelo Execrável Trump, será só mais um crime para acrescentar à longa lista que tem por diferença notória ataque criminoso a toda a humanidae e não só a este ou àquele país ou somente a um conjunto de países e de povos.

Afinal nada há de novo na atitude de Donald Trump nem nas políticas dos EUA nestes dias, semanas ou meses em que o ataque de covid-19 afeta globalmente a população mundial e ceifa a saúde e a vida a milhões de seres humanos. O império norte-americano está raivoso, prepotente, desvairado e cada vez mais agressivo por constatar que é de domínio planetário dos povos a sua evidente falência moral e material. A sua queda está a acontecer, a pouco e pouco vai-se desmoronando. Nas suas vítimas já conta desde há muito com cidadãos norte-americanos. “America first” – palavrão dito por Trump - é só para alguns, que ele bem sabe quem são e de que ele faz parte nesse estado de exclusividade. Fiquemos à espera que o povo norte-americano acorde de vez deste pesadelo a que o mundo inteiro assiste e de que também é vítima.

No Curto que se segue tem matéria que lhe pode interessar e que neste preâmbulo do PG nem lá lhe chegamos levemente. Deixamos essa tarefa à autora da peça de hoje.

Fiquem bem confinados. Por esta hora estamos quase a poder assistir ao balanço que todos os dias a DGS & Companhia nos apresenta sobre o ataque em curso de covid-19 que nos retém em casa. Sejamos perseverantes. Havemos de vencer… por todo o mundo.

Bom dia, se conseguirem ainda ter imaginação para isso. O confinamento está a pesar para todos nós. Força.

MM | PG

Portugal | Barulho das obras, a banda sonora indesejada no teletrabalho


O sector da construção civil não parou, e entre pequenas e grandes obras multiplicam-se os pontos de conflito com um número anormal de teletrabalhadores que não têm como fugir ao ruído.

Abel Coentrão | Público

Há quem tenha normalizado, ou simplesmente se tenha refugiado nas profundezas de uns auscultadores. Há quem não o consiga normalizar de todo. Com mais gente confinada em casa, e a tentar trabalhar à distância, a vizinhança com outros trabalhos, os da construção civil, tornou-se num desafio difícil de resolver. Como dar aulas, ou ter reuniões com equipas por videoconferência, com o ruído das máquinas a partir pedra ali ao lado? Estas são questões para o tempo da pandemia, mas que um eventual incremento do teletrabalho vai colocar na nossa agenda colectiva, avisa o líder da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira.

Em Portugal, apesar de haver legislação sobre o ruído, dele pouco se fala, e muitas vezes o barulho não é olhado como aquilo que é, um poluente, com impacto na nossa saúde e qualidade de vida, como o lixo, os esgotos ou o fumo dos carros. Este, por exemplo, desapareceu temporariamente das nossas cidades, que são notícia agora pelo ar límpido que não tinham há décadas, e com ele desapareceram também muitos ruídos que constituíam uma espécie de fundo sonoro da nossa urbanidade. Agora ouvimos de novo os pássaros mas...calma lá, para além do melro cantor, entra pela janela um esgar de um disco de uma rebarbadora perante o atrito da pedra, numa rouquidão contínua que nos faz agradecer aos céus quando pára. 

Pois é. Os trabalhos de construção civil não pararam. O sector bem tentou explicar as dificuldades que teria para cumprir as regras de isolamento físico numa obra qualquer, mas se há empresas que se adaptaram, fizeram planos de contingência e até deixaram de laborar, muitas outras não o puderam ou quiseram fazer. A impressão de quem vive em Lisboa e no Porto é a de que, com tanto alojamento local vazio, muito proprietário aproveitou para fazer aquelas obras que se iam adiando. E num mercado com um nível elevado de informalidade, não falta quem as faça, legal ou até mesmo ilegalmente. 

Portugal | Pingo Doce: "Sabe bem pagar tão pouco"


Daniel Oliveira | TSF | opinião

Daniel Oliveira aproveitou o espaço de opinião que ocupa na TSF à terça-feira para deixar vários agradecimentos (irónicos) ao Pingo Doce, pelas medidas adotadas pela empresa em tempo de pandemia da Covid-19.

"Há uma empresa a quem eu tenho de agradecer acima de todas as outras que é o Pingo Doce. Para este agradecimento, devo confessar, faltam-me quase adjetivos", ironiza.

O primeiro agradecimento vai para o facto de o Pingo Doce ter oferecido bens alimentares aos hospitais portugueses, sublinhando que o Serviço Nacional de Saúde não necessitaria deste tipo de apoio "se não tivesse havido tantos cortes, como nós acompanhámos ao longo dos anos, no investimento do SNS".

Mas o que é que o investimento no SNS tem que ver com o Pingo Doce? Daniel Oliveira explica: "Haveria mais recursos se empresas como o Pingo Doce, por exemplo, não tivessem a sua sede social na Holanda, para poderem pagar menos impostos. Se os pagassem cá, como eu, seguramente não faltariam recursos ao Serviço Nacional Saúde."

“Todos ficamos a ganhar por o Pingo Doce ser fiel ao seu lema 'sabe bem pagar tão pouco': pagar tão pouco ao Estado, aos trabalhadores e aos senhorios.”

"Felizmente, o Pingo Doce poupou, não gastou dinheiro a pagar impostos e, agora, pode dar fruta e leite aos servidores do Estado e não precisa de os dar aos médicos holandeses porque esses não dependem da caridade, têm os impostos do Pingo Doce", continua.


Execrável* Trump vai suspender financiamento dos Estados Unidos à OMS


Presidente norte-americano questiona a transparência e a atuação da Organização Mundial de Saúde no combate ao novo coronavírus.

Donald Trump anunciou, esta terça-feira à noite, que os EUA vão suspender o financiamento à Organização Mundial de Saúde.

"Hoje dei instruções à minha administração para suspender o financiamento à Organização Mundial de Saúde, enquanto estiver a ser feita uma investigação para avaliar o papel da OMS na profunda má gestão e ocultação da propagação do coronavírus. Todos sabem o que se passa lá", revelou Trump.

Para justificar a sua decisão, o presidente norte-americano congratulou-se também por, contra as indicações da OMS, ter colocado, há algumas semanas, restrições à entrada de viajantes vindos da China nos EUA. Algo que, na sua opinião, terá conseguido salvar um número incontável de vidas.

"Felizmente não fiquei convencido e suspendi viagens da China, salvando um número incontável de vidas. Milhares e milhares de pessoas teriam morrido. Se outros países também tivessem suspendido as viagens a partir da China, um número incontável de vidas teriam sido salvas", afirmou o Presidente dos EUA.

Nova ordem global, globalização e "liderança" dos EUA – Descansem em paz


The Saker

"E os incrédulos conspiraram e planearam, e Deus também planeou, e o melhor dos planeadores é Deus".
Alcorão, Sura Al-Imran (A Família de Imran) 3:54


Já há muitos anos era óbvio que o Império americano-sionista não era viável, que tinha que se afundar mais cedo ou mais tarde. Havia dois cenários principais normalmente considerados para esse colapso: uma crise externa (tipicamente uma grande derrota militar) ou uma interna (colapso económico). Pessoalmente, sempre acreditei mais no primeiro cenário (especificamente, conforme descrito aqui ). Tinha até um local "favorito" para uma derrota militar catastrófica (para os EUA): o Irão e o Médio Oriente. Independentemente do cenário preferido, tornava-se óbvio que:

1. O Império não era viável
2. O Império não era reformável

O mesmo é válido para o sistema político dos EUA. No entanto, havia um problema enorme. A qualidade e a dimensão da máquina de propaganda dos EUA foi muito bem-sucedida em manter a maioria das pessoas no Ocidente na total ignorância dessas realidades. Quanto mais rapidamente o Império entrava em colapso, mais Obama ou Trump apimentavam as suas cerimonias patrióticas de agitação da bandeira (também conhecidas como "conferências de imprensa") com referências a uma "nação indispensável" proporcionando uma "liderança vital" graças à sua "melhor economia da história", os "melhores militares da história", e até "dirigentes de empresa inexcedíveis" "políticos incomparáveis" e "conversações extraordinárias". A mensagem era simples: somos os melhores, melhores que todos os outros e invencíveis.

Então o COVID19 aconteceu.

A reacção inicial nos EUA à pandemia foi descartá-la completamente ou culpar os chineses. Outra teoria excepcionalmente idiota era que o vírus afectava apenas os asiáticos. Esta mentira foi muito rapidamente desmascarada. Outros mitos, e até mentiras directas, mostraram-se muito mais resistentes, pelo menos por algum tempo.

Então a "Itália" aconteceu. Logo seguida pela Espanha e França. Algumas pessoas começaram a mudar de música. Outros ainda pensavam que a UE não era tão "incomparável" quanto os EUA. Então "Nova York" aconteceu e o inferno abriu-se para a "nação indispensável" e o "parasita imperial" que esta nação estava hospedando. Até o idiota-chefe passou de "terminará na Páscoa" para falar em poupar "milhões" de "estado-unidenses" (os EUA não se importam com os "não-americanos").

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