“Uma das teses dos defensores segundo o qual o coronavírus não teve origem no mercado de marisco chinês, nem em nenhum outro lugar da China, baseou-se na argumentação de que o vírus possa ter sido originado no Laboratório de Armas Biológicas das Forças Armadas dos EUA, em Fort Detrick, encerrado em Julho devido a surtos, e que teria sido transportado para a China durante os Jogos Militares Mundiais, em Outubro de 2019, para o Hunan Seafood Market, em Wuhan. Apesar de não haver provas irrefutáveis, num exercício meramente académico, com pouco esforço, seria fácil aceitar as teses avançadas de que o novo coronavírus, ao invés de ter surgido a partir de morcegos, pangolins ou cobras, possa ter sido fabricado em laboratórios secretos de armas biológicas.”
Parte 1
M. Azancot de
Menezes – Jornal Tornado - 7 Abril, 2020
O coronavírus, proveniente de
morcegos, pangolins ou laboratórios, já infectou mais de um milhão de pessoas e
matou 76 mil, na América, Ásia e Europa.
Quais são os efeitos da pandemia
para uma África neocolonizada, desgastada pelas convulsões sociais e políticas,
pobreza extrema, e com valores culturais profundamente enraizados?
O conhecido autor de livros sobre
o «Bilderberg Club», Daniel Stulin, com o advento da pandemia COVID-19, para
classificar a actual situação vivida em todo o mundo utilizou a expressão
“histeria planetária”. Este homem, com três nacionalidades, espanhola,
canadiana e russa, considerado como sendo o defensor das “teorias da
conspiração”, já proferiu mais de 700 conferências a meio milhão de pessoas em
todo o mundo.
A importância de ter escrito
sobre o Clube Bilderberg, é bom fundamentar, reside no facto de neste clube
fazerem parte a elite económica e política da Europa e dos EUA, tais como o
ex-presidente do Google, os bilionários da Microsoft, da PayPal, familiares de
Donald Trump, Henry Kissinger, o ex-Secretário de Estado dos EUA que autorizou
a invasão de Timor-Leste pela Indonésia, entre outras dezenas de figuras
influentes na indústria, finanças, academia e comunicação social.
Na opinião de Stulin, PhD em
Inteligência Conceptual e ex-Coronel da contra-inteligência militar russa, bem
conhecedor dos meandros da alta política e finanças, o modelo económico actual
parou e espera-se uma crise pior que a depressão de 1930.
A reflexão que quero partilhar
com o título “Entre morcegos, pangolins e laboratórios, problematizar a
COVID-19 em África”, um pouco na linha da “conspiração”, pretende ir um pouco
mais além do que especular sobre estatísticas de infectados com o coronavírus e
outras questões habitualmente noticiadas nos órgãos de comunicação social, na
sua maioria controlados pelo «Clube Bilderberg», mas igualmente por outros
grupos de interesse sobejamente conhecidos.
Sem querer ser “conspirador”,
portanto, a minha motivação com este texto é problematizar um pouco em torno da
pandemia provocada pelo novo coronavírus, na sua origem, nos seus interesses
geo-estratégicos, políticos e financeiros, bem como no impacto que tudo causará
em África.
EUA e China em rota de colisão
As opiniões que começaram a
circular pelo mundo na tentativa de explicação da origem da pandemia que
atormenta a humanidade apontavam para a tese de que qualquer morcego teria
espalhado o coronavírus através da excreção (lixo celular do organismo), caída
no solo de alguma floresta ou em outro lugar. Esta excreção de morcego, por sua
vez, teria servido de alimento a algum pangolim que se tornou repasto de algum
humano, iniciando-se a actual pandemia da COVID-19.
A tese de que os morcegos e
pangolins seriam os responsáveis pela pandemia, inicialmente defendida pelos
EUA e por muitos países ocidentais, de forma estratégica invadiu a comunicação
social em todo o mundo. Mas, começou a perder terreno a favor de uma outra
tese. A criação do novo coronavírus, afinal de contas, poderá ter acontecido em
laboratório, em absoluto segredo.
O porta-voz e vice-director geral
do Departamento de Informação do Ministério das Relações Exteriores da China,
Zhao Lijian, no dia 12 de Março de 2020, escreveu no seu Tweeter, e passo a
citar,
O Director do Centro de Controlo
de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Robert Redfield, admitiu que alguns
americanos aparentemente mortos por gripe foram testados positivos para o novo
coronavírus no diagnóstico post mortem, durante o Comité de Supervisão da
Câmara, na quarta-feira (11)”.
Esta implícita insinuação segundo
a qual os EUA levaram a “arma biológica” para a China não me espantou, sabendo
nós que as armas biológicas, feitas a partir de bactérias, fungos, toxinas e
vírus, entre outros, são as mais tenebrosas da actualidade porque podem dizimar
sociedades através da contaminação da água, ar, terra e os alimentos.
Mas, o
jornal Guardian também admitiu que diplomatas, comunicação social e
autoridades chineses defendem a tese de que a COVID-19 veio dos EUA.
Numa audiência no Congresso dos
EUA, Robert Redfield, director dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças
(CCPD) dos EUA, num vídeo postado pelo «Peoples´s Daily», foi-lhe perguntado se
pode ter havido mortes atribuídas à influenza (gripe) registada nos EUA que
poderiam estar associados à COVID-19. E a resposta foi a de que o coronavírus
pode ter sido encontrado em vários americanos mortos, diagnosticados com
influenza (gripe) durante o exame post mortem.
Na opinião de Zhong Nanshan, um
epidemiologista de renome, com base no facto dos EUA através de Robert Redfield
ter reconhecido que entre os que haviam morrido de influenza nos EUA
havia casos de coronavírus, em uma entrevista realizada em 27 de Fevereiro,
afirmou que embora o vírus tenha aparecido pela primeira vez na China não se
podem tirar ilações no sentido de atribuir a origem do surto ao país asiático.
Zhong afirmou que “onde uma
doença é descoberta não equivale a ser a fonte”.
O embaixador da China na África
do Sul, no Twitter, afirmou no dia 7 de Março de 2020 que o vírus não era
necessariamente originário da China, e muito menos “fabricado na China”.