quarta-feira, 27 de maio de 2020

Embaixador português na China destaca importância global do país asiático


Pequim, 26 mai (Xinhua) -- O embaixador de Portugal na China, José Augusto Duarte, destacou o papel global da China em temas de interesse em diversas áreas, bem como de origem de investimentos para a maioria dos países.

Em entrevista à Xinhua, Duarte afirmou ainda que espera mais intercâmbios entre Portugal e China, do âmbito comercial ao científico, tanto na área médica, com foco no combate à pandemia, como em demais setores industriais e de serviços. Para ele, o país asiático tem méritos na governação de diversas áreas, incluindo na erradicação da pobreza.

No momento em que se realizam as Duas Sessões, as reuniões anuais da Assembleia Popular Nacional (APN) e do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), Duarte lembrou que hoje a China é conhecida como um global player, ou seja, um país que tem investimentos em praticamente todos os países do mundo, grande contribuinte para a Organização das Nações Unidas, que apoia com tropas de manutenção da paz em situações de conflito em várias zonas do mundo, entre outras iniciativas. Para o embaixador, tal postura leva-o a analisar a China sob diferentes ângulos, todos com igual atenção pois, as visões e as opções que a China faz em qualquer área têm impacto no resto do mundo.

No que concerne à relação da China com Portugal, o diplomata afirmou que as relações bilaterais evoluem de forma extremamente positiva, agora provavelmente no mais alto nível da sua história. Quanto às expectativas para 2020, havia planos de visitas bilaterais de membros do governo, de empresários e de agentes culturais, o que será adiado devido à COVID-19, mas que será retomado assim que possível.

Portugal comprou à China materiais médicos e hospitalares para lutar contra a propagação da doença e para tratar pacientes. Segundo o embaixador, muitas entidades chinesas privadas e públicas também cooperam com entidades portuguesas nesta área.

Para o futuro, Duarte espera que Portugal e China ampliem a cooperação no nível científico na pesquisa não só nesta doença como noutras. Segundo o embaixador, a cooperação internacional a nível científico ajuda toda a humanidade a evoluir mais rapidamente. "Acho que isso é uma lição que a pandemia global pode mostrar-nos, é o facto de que se todos cooperarmos juntos teremos melhores resultados para toda a humanidade", afirmou.

O embaixador disse que a pandemia da COVID-19 é um grande desafio para as economias chinesa e mundial e que as quarentenas e isolamentos sociais em diversos países estão provocando uma retração no consumo, na produção e na economia, reduzindo o crescimento económico e aumentando o desemprego. Em face desse cenário, é preciso sabedoria nas decisões e ainda mais cooperação no futuro. "Quando há grandes crises mundiais é quando também vemos de facto os melhores gestos de cooperação internacional para que conjuntamente, as populações e os povos possam ultrapassar as dificuldades, como foi, por exemplo, a Segunda Guerra Mundial", disse Duarte, lembrando que foi neste período a criação da ONU, do Plano Marshall na Europa, além de outros esforços.

Covid-19 | Número diário de mortes sobe no Reino Unido. Morreram 412 pessoas


O total de vítimas mortais ascende às 37.460

O Reino Unido registou um aumento no número diário de mortos relativamente aos dias anteriores. O Departamento de Saúde e de Assistência Social britânico anunciou esta quarta-feira que nas últimas 24 horas morreram mais 412 pessoas (nos últimos três dias o número de óbitos tinha ficado abaixo das duas centenas). 

Foram diagnosticados 2.013 novos casos, um crescimento ligeiro face a terça-feira (26), quando foram divulgados 2.004 novos casos. 

O Reino Unido totaliza 267.240 pessoas infetadas desde o início do surto de coronavírus e 37.460 mortes. 

O Departamento de Saúde e de Assistência Social do Reino Unido não divulgou o número de pessoas testadas, como era habitual, por estar nesta altura a rever esses dados. 

Notícias ao Minuto

EUA têm protesto violento após morte de homem negro em ação policial


Imagens mostram policia branco ajoelhado sobre o pescoço de um homem negro imobilizado por vários minutos, enquanto vítima reclama que não consegue respirar. Quatro policias são demitidos pelo incidente em Minneapolis.

Um protesto violento foi registado na terça-feira (26/05) na cidade de Minneapolis, nos EUA, depois da morte de um homem negro durante uma ação policial. Os quatro agentes envolvidos na operação foram demitidos. Vídeos do incidente mostram um policia branco ajoelhado sobre o pescoço de um negro deitado de bruços na rua, que geme e diz que não consegue respirar, parando de mover-se minutos depois.

A manifestação começou à tarde de forma pacífica, quando milhares de pessoas se reuniram na esquina onde o incidente ocorreu na noite de segunda-feira. Os organizadores tentaram manter o ato pacífico. Muitos na multidão usavam coberturas faciais para se proteger contra a disseminação do coronavírus.

O ato tornou-se violento ao anoitecer, quando policias antimotim dispararam bombas de gás lacrimogéneo e balas de borracha, enquanto os manifestantes respondiam atirando garrafas de água e outros projécteis, de acordo com o jornal local Star Tribune. Imagens de emissoras locais mostraram algumas pessoas depredando o exterior de um posto de polícia e de uma viatura. O tumulto aparentemente dissipou-se após o anoitecer, quando começou a chover.


O dia começara com o chefe de polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, dizendo aos repórteres que o FBI abriu um inquérito a seu pedido para apurar o incidente capturado em vídeo na noite anterior.

O responsável da cidade de Minneapolis, Jacob Frey, disse durante a mesma entrevista coletiva que, independentemente do resultado da investigação, ficou claro que a morte do homem sob custódia – mais tarde identificado como George Floyd, de 46 anos, que trabalhava como segurança de um restaurante –, foi injustificada.

"Ser negro nos EUA não deve ser uma sentença de morte", afirmou Frey. "Por cinco minutos, assistimos quando um policia branco pressionava o joelho no pescoço de um homem negro. Por cinco minutos. Quando ouvimos alguém pedindo ajuda, devemos ajudar." Jacob Frey anunciou mais tarde a demissão dos quatro policias no Twitter, dizendo: "Esta é a decisão certa."

O caso lembrou o assassinato de Eric Garner em 2014, um homem negro detido desarmado em Nova York, que morreu após ser mantido em posição de estrangulamento por um policia branco, dizendo aos policias: "Eu não consigo respirar." A frase tornou-se mote para uma série de protestos posteriores contra violência policial contra negros e outras minorias. Garner estava sendo detido por vender ilegalmente cigarros avulso na rua.


Os policias envolvidos no incidente de segunda-feira estavam respondendo a uma chamada por falsificação envolvendo uma mercearia. Eles foram até Floyd – considerando-o como alguém que correspondia à descrição do suspeito –, que estava dentro de um carro, de acordo com o departamento de polícia. Segundo a polícia, depois que Floyd saiu do carro, houve um confronto físico entre ele e os policias. Floyd foi em seguida algemado, ainda de acordo com a polícia.

Imagens gravadas por uma testemunha não mostram o que precipitou o confronto. Elas começam com Floyd deitado ao lado da roda traseira de um veículo, com um oficial branco prendendo-o ao asfalto, pressionando com seu o joelho o pescoço de Floyd. A vítima pode ser ouvida gemendo repetidamente e ofegando enquanto implora: "Por favor, eu não posso respirar, por favor", enquanto curiosos se reúnem à volta, ficando cada vez mais nervosos e gritando com o polícia para deixá-lo levantar-se. Um dos agentes diz a Floyd para "relaxar".

O homem chama pela mãe e diz: "Minha barriga está doendo, meu pescoço está doendo, tudo está doendo, não consigo respirar." Um dos presentes grita preocupado, mas um  dos policias diz: "Ele está falando, então ele está respirando." Depois de vários minutos, Floyd gradualmente vai ficando quieto e deixa de se mexer. O policia não tira o joelho do pescoço de Floyd até ele ser colocado numa maca por paramédicos.

Uma ambulância levou Floyd a um hospital, onde ele morreu pouco tempo depois, de acordo com a polícia. Nenhuma arma esteve envolvida, e nenhum policia foi ferido no incidente, segundo a polícia.

O advogado Benjamin Crump, contratado pela família de Floyd, disse numa declaração de que o uso de força "abusivo, excessivo e desumano" pelos policias "custou a vida de um homem que estava sendo detido pela polícia por questionar sobre uma acusação por um crime não violento".

Deutsche Welle | MD/ap/rtr

Portugal | Salvar a TAP de si própria


Pedro Ivo Carvalho | Jornal de Notícias | opinião

A estratégia da TAP para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro é a equivalente à de uma organização humanitária falida que quer continuar a aparecer na capa das revistas como boa samaritana: distribui umas migalhas aos indígenas para não ser acusada de os condenar à fome.

Como método, é uma nódoa, como tentativa de fuga, é embaraçoso. Sobretudo porque os indígenas habitam na Região Norte, logo aquela que, nos últimos anos, mais tem contribuído para a produtividade do país.

Esqueçam as capelas partidárias, as bandeiras ideológicas e os regionalismos bacocos. Ao esvaziar o segundo aeroporto nacional (o qual, recorde-se, serve uma área geográfica e económica que se espraia do Alto Minho a Aveiro), a TAP assume a condição de companhia sectária, desligada dos interesses coletivos e, ironia suprema, a milhas da lógica de serviço público que tem sido invocada como razão cimeira para a salvarmos da bancarrota com os nossos impostos. Se é para isto, mais vale deixarmos o cheque de mil milhões de euros em terra. Não faltam destinos para lhe dar.

Por isso, bem pode o primeiro-ministro lançar avisos sonoros para nos descansar, e bem pode o ministro dos Transportes fazer voz grossa aos acionistas privados que agora quer disciplinar. O resultado está à vista: nem que seja por omissão, o desprezo a que a TAP votou o Norte teve o beneplácito do Governo da República. Eles querem mandar, mas não mandam nada. Ou então é pior: são coniventes com este voo rasante de uma empresa que precisa de ser salva de si própria.

Rui Moreira tocou na ferida: a condição híbrida da TAP (é privada, mas também é pública e, no final, não é coisa nenhuma) tem propiciado um histórico desenhado à base de prejuízos e, no caso concreto do Porto, degenerou num absurdo sob a forma de três voos semanais. A TAP justifica a palidez expansionista com a falta de mercado no Sá Carneiro, mas parece ignorar que esse mesmo mercado vai ser ocupado por companhias aéreas internacionais que não têm obrigações de serviço público. Falácia, portanto. Depois, e mais grave, esta decisão não pode ser desligada do atual contexto do país: castigar a região que mais produz e mais exporta, a região motor da economia, era, em circunstâncias normais, incompreensível. Fazê-lo num cenário de enorme debilidade estrutural e de retoma pós-pandemia, é simplesmente irresponsável e vergonhoso. É para isto que queremos salvar a TAP?

*Diretor-adjunto

Covid-19 | Mais 14 mortos, 285 infetados e 253 recuperados em Portugal


Portugal registou até esta quarta-feira 31292 casos de covid-19, com um aumento de 285 infetados em relação ao dia anterior. Há mais 14 mortes, num total de 1356, e mais 253 recuperados.

De acordo com o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta quarta-feira, há mais 14 mortes por covid-19 em Portugal. Desde o início da pandemia, o novo coronavírus já matou 1356 cidadãos.

Em relação ao número de infetados, houve um aumento de 285 doentes nas últimas 24 horas (superior ao número de ontem, de 219). O número total de pessoas que contraíram SARS-Cov-2 é, assim, de 31292.

De sublinhar ainda que os internados voltaram a baixar: são agora 510, menos três do que ontem. Nos cuidados intensivos estão 66 pacientes, menos quatro do que no dia anterior.

Foram registadas, nas últimas 24 horas, mais 253 recuperações. Há, agora, 18349 pessoas consideradas curadas desde o início do surto em Portugal.

Olhando para distribuição de casos pelo país, percebe-se que o foco da epidemia continua na região de Lisboa e Vale do Tejo, que contou com 277 dos 285 novos casos, o que representa 97%, ultrapassando os 10 mil infetados no total (10055). Dez das 14 mortes nas últimas 24 horas também foram registadas nessa região (71%), que conta um total de 335 vítimas mortais.

A região do Norte registou seis novos casos (16703 no total) e três mortes (755). O Centro não contabiliza novos infetados (mantém os 3690), mas teve mais uma morte (235). Alentejo tem dois novos casos (356), mas mantém apenas um óbito. O Algarve continua com os mesmos 363 infetados e 15 mortos. Os arquipélagos também não registaram novos casos ou vítimas mortais.


Portugal aguarda ainda os resultados de 1886 análises laboratoriais, mais 71 do que ontem. Há 27141 contactos em vigilância pelas autoridades de Saúde, mais 749 do que no dia anterior.

Olhando para os dados por concelho, a Azambuja, um ponto complexo com mais de um centena de infetados na base logística da Sonae, teve o registo de mais cinco casos (71 no total). Lisboa é o concelho com maior número de infetados do país, com um total de 2254, mais 48 nas últimas 24 horas. Seguem-se os concelhos de Gaia, com 1553 casos (mais um do que ontem), e Porto, com 1349 (mais dois).

Desde o início do surto, morreram 692 mulheres (mais seis) e 664 homens (mais oito). Mais de 900 óbitos ocorreram na faixa etária acima dos 80 anos e o novos casos de morte registados foram em pacientes acima da faixa etária 60-68 anos.

Tiago Rodrigues | Jornal de Notícias

Brasil | Rio: Pandemia, PM e milícias contra as favelas


Paramilitares pressionam por reabertura de comércio para manter extorsão. Aparelhadas, funerárias cobram preços abusivos às vítimas da covid-19. Em ano de eleição, aliados de Bolsonaro querem mais de poder. Só tráfico defende quarentena

José Cláudio Alves, em entrevista ao IHU Online | em Outras Palavras

Projetar como será a realidade nas periferias e favelas cariocas pós-pandemia “é um exercício de imaginação”, mas a tendência é que sejam reforçadas “as estruturas de poder da face ilegal do Estado, tanto no tráfico quanto nas milícias”, afirma José Cláudio Alves à IHU On-Line. Segundo ele, a atuação do tráfico para garantir as medidas de isolamento nas periferias e se autoproteger e, de outro lado, das milícias, para manter o funcionamento do comércio e benefícios a aliados para continuar arrecadando dinheiro, vai projetar tanto milicianos quanto candidatos apoiados pelo tráfico nas próximas eleições municipais no Rio de Janeiro. “Essa estrutura tende a se projetar porque vai lançar mão dos recursos do clientelismo para beneficiar aqueles que são seus aliados nesses espaços”, menciona.

Na entrevista a seguir, concedida por WhatsApp, o sociólogo relata como tem sido a atuação do tráfico, das milícias e de setores que detêm o monopólio de serviços em municípios do interior do Rio de Janeiro durante a pandemia. “Na cidade de Caxias existe uma única funerária, que tem o monopólio dos enterros e, agora com as mortes pelo coronavírus, essa funerária cobra valores altíssimos para a população: algo em torno de 2.500 reais pelo enterro, com caixão simples. É uma coisa estapafúrdia. Hoje, essa funerária faz um jogo de disputa de poder com a prefeitura, dizendo que o preço do enterro popular que a prefeitura quer pagar não corresponde à realidade. Então, a funerária não quer fazer esses enterros e a prefeitura diz que não pode pagar pelos enterros porque os valores cobrados são altos”, informa. 

Nas áreas onde o “Estado já opera matando”, ressalta, se observa uma sobreposição. “As áreas onde as pessoas morriam por conta do confronto com o aparato policial, com a milícia ou com as facções do tráfico, estão sendo recobertas também pelo maior número de mortos em decorrência da pandemia. Então, existe uma continuação da necropolítica em outra dimensão, que acaba sendo uma face da mesma moeda: a moeda da violência, que reprime e recai sobre esses conjuntos segregados, racialmente discriminados, que são mantidos à margem da pobreza, sem acesso a recursos, à escolaridade”, observa. 

José Cláudio Alves lembra ainda que as eleições municipais deste ano “são decisivas para deputados e senadores se perpetuarem em 2022, então, a Câmara de Deputados e o Senado não têm o menor interesse em tocar os processos de impeachment abertos contra o presidente. O interesse deles é outro: é distribuir renda desse governo para as suas bases eleitorais se protegerem contra a pandemia e, consequentemente, para as pessoas os verem como benfeitores e votarem nos seus aliados eleitorais nos locais onde eles estão”. 

Na entrevista a seguir, ele diz que o futuro pós-pandemia será ainda mais difícil para aqueles que vivem nas periferias. “Como será a realidade da saúde pública nessas áreas depois da pandemia? Vai ser melhor? Tudo indica que não, porque os recursos estão sendo destinados de uma forma inadequada e o SUS, se virou herói nacional, foi por mera contingência, porque não tinha outro sistema que pudesse dar conta desse sofrimento e dessa pandemia. O SUS apareceu num cenário de crescimento e expansão, mas isso não foi nada planejado e o pós-pandemia não garante que o SUS possa receber algum tipo de aporte para, nessas áreas de periferias e favelas, melhorar a condição de atendimento”, lamenta.

José Cláudio Alves é graduado em Estudos Sociais pela Fundação Educacional de Brusque. É mestre em Sociologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio e doutor, na mesma área, pela Universidade de São Paulo – USP. É professor na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ.

Brasil com mais 1.039 mortes, número total é de 24.512 óbitos


Autoridades de Saúde brasileiras contabilizam esta terça-feira mais 1.039 mortes e mais 16.324 casos de infeção.

O Brasil chegou esta terça-feira a um total de 24.512 mortes associadas à pandemia do novo coronavírus, uma diferença de 1.039 vítimas mortais face a segunda-feira e um novo aumento para um registo acima dos mil óbitos, depois de três dias consecutivos com números abaixo desse patamar.

Este aumento diário é o terceiro maior desde o início da pandemia no país. Há ainda 3.882 óbitos sob investigação pelas autoridades.

Nas últimas 24 horas foram registados, ainda, mais 16.324 novos infetados, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, elevando o número acumulado para 391.222 casos de pessoas com diagnóstico positivo confirmado.

Desde o dia 18 de maio que os números diários de casos de infeção oscilam entre mais de 11 mil e mais de 20 mil casos (número mais baixo e mais alto).

São também registados 158.593 (40,5%) pacientes recuperados e 208.117 (53,2%) em acompanhamento pelas autoridades de Saúde.

Ainda de acordo com a tutela, a taxa de letalidade no país é de 6,3% e a taxa de mortalidade situa-se nos 11,2%.

Recorde-se que a Universidade de Washington, através de um estudo, prevê um número de mortes cinco vezes maior no Brasil até agosto, se não forem adotadas medidas eficientes de contenção do vírus.

Recorde-se que Carissa Etienne, diretora-regional da Organização Mundial de Saúde (OMS), indicou esta terça-feira que os surtos estão a acelerar em países como o Brasil, onde o registo de mortes reportadas na última semana são os mais altos de todos os países afetados, nos últimos sete dias.

Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Reuters/Bruno Kelly

Trump-Bolsonaro: Dois vegetais no poder


O Curto do Expresso, para si. Sob a forma de Newsletter ele acorda-nos para a atualidade. Claro que só é mesmo útil aos que dormem com um olho fechado e outro aberto, porque não se deve dormir em serviço. O serviço de cidadania tem muito que se lhe diga. Por isso devemos estar sempre atento. Por causa de distrções e de dormir com os olhos fechados e andar pela selva a dormir é que o macaco fez o que sabemos à mãe. Não queremos nada disso cá pelo burgo luso. Acordados, sempre. Mesmo quando erradamente nos julgam a dormir. Já basta os imensos que se distraem e lhes acontece o mesmo que à mãe macaca.

Esta coisa do covid-19 tem servido para demonstrar que quanto mais as políticas praticadas pelos governos são de direita e/ou fascizantes (populistas) muito menos a vida humana tem valor. Porque o vírus não é justo ataca todos sem pudor. Vai daí ataca muito mais os pobres que os ricos. Porque os ricos se expõem menos, porque quase que têm a saúde que querem porque têm com que a comprar – esse tal vil-metal, o dinheiro, e as condições supimpas em habitações e por onde vagueiam suas frequências presenciais.

Assim, lá vamos nós bater na carapaça execrável de Trump ou de Bolsonaro. Por outras palavras: dois grandes sacanórios, verdadeiros calhaus populistas, desprezíveis, incultos e recipientes de órgãos humanos dúbios (corações e cérebros adulterados, etc). Somatório de dois vegetais cara metade apodrecidos que merecem todo o desprezo da humanidade mundial. Não só de norte-americanos e/ou de brasileiros.

Porque desse tal Trump que é uma trampa de homúnculo é a abertura do Curto de hoje desviámo-nos para a retórica acima exposta. Sabemos também que no Brasil de hoje o covid-19 fez mais vítimas e está em aceleração. O que dizer sobre essas avantesmas que preponderam nos EUA e no Brasil, principalmente esse par? Neste caso, dizer com toda a verdade nos sentimentos e repúdio explicitado é risco de entrarmos em enormes grosserias… Não queremos. Quem lê isto não merece tal. Adiante.

Avançamos só por mais um pouco a prosa. É certo e sabido que os povos ao votarem em gentalha do estilo Trump e/ou Bolsonaro, como de outros do mesmo estilo, embarcam embalados em loas, em populismos e mentiras de que mais tarde se arrependem e que tantas vezes passam a ser a causa das suas ainda mais más vidas e até de suas mortes. Mas mesmo assim votam. Não estão despertos, não estão acordados o suficiente para evitar que lhes aconteça como à macaca. Grosso modo é sempre isto que acontece aos povos que adormecem, que se distraem. Em Portugal também tal está a acontecer com um Chega de Ventura não só populista mas sim categoricamente fascista, desprezível à laia de Trump e Bolsonaro. Só ainda não teve oportunidade de atingir um estágio de exercer o poder. Ainda está na fase das mentiras e dos oportunismos para enganar. Aliás, olhem o espelho da história. Hitler foi eleito pelo povo alemão... Vejam o que depois aconteceu ao mundo, não só à Alemanha e aos alemães.

Siga para o que faz constar Cristina Peres, do Expresso. Hoje neste Curto.

Adeus, até ao nosso regresso.

FS | PG

Facebook tentou 'enterrar' prova que rede social divide as pessoas


Nem o fundador e CEO Mark Zuckerberg procurou atuar

O The Wall Street Journal avançou com uma notícia que os executivos do Facebook tentaram esconder uma investigação interna que prova que a rede social está feita para ser polarizada e dividir os utilizadores.

Entre as descobertas desta investigação, o Facebook apercebeu-se em 2016 que 64% dos utilizadores se juntou a grupos extremistas depois de recomendações do algoritmo da rede social. Mesmo tendo conhecimento do estudo em questão, nem o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg procurou atuar.

“Aprendemos muito deste 2016 e hoje não somos a mesma empresa. Construímos uma equipa robusta de integridade, fortalecemos as nossas políticas e práticas para limitar o conteúdo perigoso e usámos investigação para compreender o impacto da plataforma na sociedade para continuarmos a melhorar”, pode ler-se no comunicado da empresa.

Miguel Patinhas Dias | Notícias ao Minuto | Imagem: © Reuters

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Portugal | A maioria dos trabalhadores da Sonae não foi testada


Apenas os trabalhadores de um dos armazéns da Sonae na Azambuja foram testados, apesar de mais de 3000 usarem a mesma entrada e partilharem diversos espaços interiores.

Apesar de ser reivindicação do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP/CGTP-IN) há várias semanas, a empresa só anunciou o teste a todos os trabalhadores depois de ter vindo a público que existiam alguns casos de infecção de Covid-19.

O sindicato denuncia que, até ao momento, apenas estão a ser testados os trabalhadores de um dos armazéns onde os casos se verificaram.

Para o CESP, esta decisão «irresponsável», uma vez que exclui a maioria dos mais de 3000 trabalhadores do entreposto, que utilizam a mesma entrada nas instalações e partilham diversos espaços interiores, para além da já conhecida situação dos transportes públicos.

«Não bastava o anunciado prémio de 20% para todos os trabalhadores na "linha da frente", que afinal não é para todos, a Sonae volta a distorcer a realidade», afirma o a estrutura sindical, acrescentando que são necessárias medidas preventivas e «respeito» pelos que criam a riqueza da empresa e «assumem os riscos em tempos de crise».

Trabalhadores em greve com Arménio Carlos, então secretário-geral da CGTP-IN, e Isabel Camarinha, no entreposto da Azambuja, a 24 de Fevereiro de 2020.Créditos/ CESP

AbrilAbril

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Portugal | A Fina Flor do Chega


Daniel Oliveira | TSF | opinião

Daniel Oliveira aconselha a leitura do artigo de investigação "Chega, SA - Por dentro do Reino de 'Deus' Ventura", na última edição da revista Visão.

"É normal todos os partidos serem escrutinados" e o Chega não é exceção, defende o comentador. "É absolutamente normal que, estando no Parlamento, se queira saber como é que se financia, o que fazem e fizeram os seus dirigentes."

"Só porque chama ladrão a toda a gente não se torna um partido inimputável, mesmo que os seus eleitores possam parecer menos exigentes neste tipo de temas."

O partido de André Ventura junta, segundo a reportagem da Visão, "lóbis evangélicos, ultraconservadores, setores imobiliários, extremistas encartados, eleitores desiludidos e poderosas milícias digitais".

"Tem alguma dinâmica semelhante ao que fez Trump e Bolsonaro", nota Daniel Oliveira. "Mas o mais espantoso é que um partido pequeno, recente, sem poder para distribuir, já junta no núcleo dirigente tanta gente com passado tão duvidoso."

Segundo o artigo da Visão, há fortes suspeitas que o presidente da Mesa da Convenção do Chega tenha ligações a movimentos neonazis e uma candidata às legislativas e europeias, taróloga, foi diretora de operações numa sociedade que terá lesado dois milhões de pessoas em todo o mundo.

Há também nota de um assessor político ex-presidente de uma cooperativa que ficou a dever meio milhão de euros a 50 trabalhadores e de um vice-presidente de uma das mais importantes distritais do país com ligações a políticos brasileiros "muitíssimo pouco recomendáveis".

"Isto é o núcleo político mais próximo de André Ventura. Imaginem, se este partido crescer, todas estas pessoas no Parlamento para regenerar a política portuguesa", sublinha Daniel Oliveira. "Se o Chega é assim em pequeno, imaginem como será quando crescer."

TSF | Texto: Carolina Rico

O abastecimento de gasolina à Venezuela


Bloqueio, refinarias e petroleiros iranianos

Franco Vielma

Nos anos 2009 e 2011 as refinarias venezuelanas foram objecto de investimentos importantes, tendo sido ampliada a capacidade da refinaria Cardón no Complexo Refinador de Paraguaná (CRP) em até 15% .

Neste momento é muito repetido o argumento do "desinvestimento" nas refinarias, por ambos os lados do espectro político da Venezuela. Mas é uma observação que desconhece os processos de refinação do país.

As refinarias venezuelanas são réplicas do esquema estado-unidense, equipadas com tecnologia estado-unidense e dependente dos seus fornecedores. Assim, apesar de em anos anteriores as instalações refinadoras terem sido objecto de melhorias importantes, estas fizeram-se mediante acréscimos tecnológicos com patentes dos EUA e sujeitas aos seus fornecedores.

Quem não conhece os processos de refinação geralmente assume que uma instalação melhorada em 2009 ou em 2011 estaria plenamente operacional nos dias de hoje. Trata-se de uma ingenuidade, fruto do desconhecimento. Uma refinaria precisa de peças, reparações, equipamentos, a cada mês, a cada três meses ou a cada seis meses, num processo contínuo de manutenção operacional.

Apesar de o bloqueio da Venezuela se ter tornado oficial em 2017, mesmo antes dessa data os fornecedores estado-unidenses resistiam a vender equipamentos às velhas refinaria venezuelanas. O que tem ocorrido desde há três anos é que os trabalhadores venezuelanos melhoraram, adaptaram, repararam e até fabricaram alguns equipamentos nas oficinas da PDVSA – mas isso não foi possível com os equipamentos altamente sofisticados e sensíveis dos processos de refinação.

Por outras palavras, a realidade da dependência tecnológica histórica da Venezuela atingiu o país no tempo do bloqueio. Mas enquanto isto acontecia nas entranhas da PDVSA, nessa coisa ambígua a que chamam "opinião pública" dizia-se que as sanções dos EUA eram "contra Maduro". Bastava um tweet para que uma parte obcecada do país assumisse que Maduro era o úico sancionado. Afinal de contas, a gasolina continuava disponível. "Que importa? À merda com Maduro, tanque cheio de gasolina 95".

Venezuela | Supremo Tribunal anula presidência parlamentar de Juan Guaidó


O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (STJ) declarou nula a junta de direção da Assembleia Nacional (AN, parlamento), liderada pelo opositor Juan Guaidó, e reconheceu como presidente do parlamento Luís Parra, um dissidente da oposição.

"O STJ declarou a validade da junta de direção da AN, designada no passado 5 de janeiro 2020, para o período parlamentar de 2020-2021" e que integra os "deputados Luís Eduardo Parra Rivero, como presidente, Franklin Duarte como primeiro vice-presidente e José Gregório Noriega como segundo vice-presidente", indicou, numa comunicado divulgado online, o STJ.

O STJ proibiu também "a instalação de um parlamento paralelo ou virtual, o qual não tem nenhum efeito legal" e "qualquer pessoa pública ou privada que empreste ou ceda espaço para tal, será considerada em desacato e qualquer ato exercido como tal será nulo".

EUA com menos de 700 mortos pelo terceiro dia consecutivo


Os Estados Unidos registaram 657 mortes devido à covid-19 nas últimas 24 horas, ficando abaixo dos 700 óbitos pelo terceiro dia consecutivo, indicou a Universidade Johns Hopkins.

De acordo com os números contabilizados diariamente pela Universidade Johns Hopkins, sediada em Baltimore (leste), até às 20:30 de terça-feira (01:30 de hoje em Lisboa) os Estados Unidos registaram mais de 1,6 milhões de casos de contágio, com 18 mil só nas últimas 24 horas.

O país está há quase 20 dias com um número decrescente de óbitos, depois de ter ultrapassado diariamente as duas mil mortes durante várias semanas, entre o início de abril e o princípio de maio.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 346 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Quase 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (cerca de 2,5 milhões, contra mais de dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 146 mil, contra perto de 173 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

Pelo menos 98.875 pessoas morreram desde o início da epidemia no país, que regista o maior número de vítimas mortais e de casos confirmados em todo o mundo.


Notícias ao Minuto | Lusa | Imagem: © Lusa

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