Os
EUA não aceitam qualquer investigação aos crimes de guerra que cometem, como a
que foi iniciada em Março pelo Tribunal Penal Internacional a crimes de guerra
e contra a humanidade no Afeganistão. Exigem impunidade e aplicam sanções
contra quem os desafie, a eles ou a outros criminosos seus aliados,
nomeadamente o Estado sionista de Israel.
O
presidente norte-americano autorizou a imposição de sanções económicas a
qualquer funcionário do Tribunal Penal Internacional (TPI) envolvido na
investigação ou acusação de militares norte-americanos sem o consentimento dos
Estados Unidos, anunciou ontem a Casa Branca.
A
medida, que visa igualmente qualquer pessoa que tenha «tentado o mesmo contra
um aliado dos Estados Unidos sem o consentimento desse país», impõe ainda
restrições de vistos aos familiares dos funcionários do TPI envolvidos nas
investigações.
A
decisão foi apresentada pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, o conselheiro
de segurança nacional, Robert O’Brien, o secretário da Defesa, Mark Esper, e o
procurador-geral, William Barr.
Este
deixou claro que se trata do começo de uma campanha fundamentada contra o TPI e
que as medidas agora aprovadas por Donald Trump são um «primeiro passo
importante para acusar o TPI por exceder o seu mandato e violar a soberania dos
EUA», informa The Guardian.
Barr acusou o TPI de ser «pouco mais que um instrumento político» e afirmou que o Departamento da Justiça possui «informação credível» sobre o TPI que «levanta sérias preocupações sobre um longo historial de corrupção financeira» ao mais alto nível da procuradoria.
As
sanções e a campanha contra o TPI surgem como resposta à autorização dada em
Março último pelo tribunal, com sede em Haia (Países Baixos), para avançar com
uma investigação sobre alegados crimes de guerra e contra a humanidade
cometidos no Afeganistão, desde Maio de 2003, pelos talibãs, soldados afegãos e
tropas e agentes da inteligência norte-americanos.