sábado, 11 de julho de 2020

Portugal | Estrangeiro rico, estrangeiro pobre


Inês Cardoso | Jornal de Notícias | opinião

O turismo valeu, em 2018, 14,6% da economia nacional. Portugal é, na Europa, o quinto país mais dependente deste setor e a pandemia tem efeitos devastadores, bastando olhar para a taxa de desemprego no Algarve para perceber a dimensão do tombo.

Por mais receios sanitários que a movimentação de pessoas provoque, a economia precisa de turistas como de pão para a boca. Literalmente.

Como estamos dependentes do mercado externo, queremos que os estrangeiros venham. Incluindo de países que viveram, ou ainda vivem, cenários epidemiológicos com elevadas taxas de prevalência de covid-19. Os estrangeiros podem entrar, desde que tenham dinheiro para ajudar a reanimar a atividade económica. O caso muda de figura quando se trata dos estrangeiros residentes no país e associados a comunidades desfavorecidas.

Os indicadores apresentados esta semana na reunião de especialistas e responsáveis políticos, no Infarmed, mostram que um quarto dos novos infetados em Lisboa é imigrante. Um certo discurso alimentado nas últimas semanas em torno das medidas restritivas e das ações de policiamento nas freguesias mais afetadas contribui, contudo, para estigmatizar estes cidadãos. O estrangeiro pobre, quando adoece, não é vítima, é responsabilizado pelo comportamento que o levou a adoecer.

Acicatados pelo medo, muitos dos sentimentos de discriminação e de desconfiança em relação ao outro agravaram-se nos últimos meses. O pior é quando as próprias autoridades e entidades que deveriam proteger os valores essenciais em democracia contribuem para alimentar preconceitos. Como o Ministério Público de Faro que, ao divulgar a detenção de um jovem que tinha violado o confinamento obrigatório e foi acusado de desobediência agravada - a primeira acusação do género conhecida publicamente -, fez questão de escrever no comunicado que se trata de um homem de "nacionalidade estrangeira".

Os estigmas não ajudam no combate à doença. Nem os perigos se dominam fechando portas a cadeado. Teremos de aprender a conviver com a doença, sem deixar que outros vírus de intolerância e medo ganhem igualmente tamanho.

*Diretora-adjunta

Portugal | Ricardo Salgado será acusado de liderar organização criminosa


Jornal "Público" diz que o Ministério Público se "inclina" para a tese de que Ricardo Salgado liderou uma associação criminosa enquanto líder do Grupo Espírito Santo.

Ricardo Salgado poderá ser acusado de liderar uma associação criminosa dentro do Grupo Espírito Santo. Essa é, segundo o jornal Público, a tese para a qual o Ministério Público se está a inclinar, a poucos dias do prazo para que seja divulgado o despacho de acusação, a próxima quarta-feira.

Segundo o jornal, a tese do Ministério Público é que foi criada uma estrutura fraudulenta dentro do banco, centralizada no Departamento Financeiro e de Mercados – que tinha tutela direta de Amílcar Morais Pires, antigo diretor financeiro do banco, e que era gerida por Isabel Ferreira.

O Ministério Público está convencido de que essa foi uma estrutura criada dentro do banco e que escapava ao conhecimento da maioria da equipa de gestão e das entidades de fiscalização do banco, incluindo o Banco de Portugal.

Os delitos cometidos por essa estrutura incluíam, segundo o Público, fazer pagamentos ocultos, cometer fraude no comércio internacional e desviar fundos de centenas de milhões de euros para corrupção. Era uma entidade que, envolvendo o banco, sustentava as necessidades financeiras do Grupo Espírito Santo.

Edgar Caetano | Observador | Imagem: Paulo Cunha / Lusa

Portugal | Pico da pandemia no Outono? Abertura das escolas? Pico da irresponsabilidade?


Expresso. Sábado, Curto por David Dinis. Curta. Abre com aumento exponencial de pico pandémico com alerta para o Outono que aí vem. Declarado por especialista (naturalmente). 

Entretanto, apesar disso, prevê-se a abertura do funcionamento das escolas com milhares de crianças em aulas "normais". Quem serão os pais e encarregados de educação que vão alinhar nessa “ordem” dos ministeriáveis “sabões” (que sabem de tudo) e outros do mesmo jaez que dirigem este país? E os “sabões” da DGS também alinham na imposição de abrir escolas e pôr em risco milhares de crianças e adolescentes? De pôr em risco os agregados familiares desses alunos, principalmente os mais vulneráveis?

Fiquemos sentados a ver onde esta crise vai desembocar, assim como o grau de irresponsabilidade do governo e dos que dirigem a saúde que se espera seja constatada. Que há pais e encarregados de educação que já se pronunciam com um vigoroso NÃO, com nada de “misturas” nas escolas… Espera-se que sejam ouvidos e respeitados. Compete-lhes garantir a segurança dos seus. Porque aos ministros e agentes de más decisões a solução depois de causarem a desgraça dos outros resume-se a lamentarem os enganos e a apresentarem desculpas que não devolvem a saúde a ninguém nem a vida dos que são vítimas dessas mesmas más decisões. Portanto, por isso, pela falta evidente de segurança na abertura das escolas, resta declarar um sonoro NÃO!

É tempo de continuarem com as aulas via internet e via televisão. “Eles” que se deixem de ser tão convencidos a armarem-se em “sabões” bramindo os canudos que falta saber se não foram comprados ou por via das “cunhas” e/ou outras manigâncias. NÃO! Leram bem? Ouviram bem? Tomaram nota?

Saliente-se: não estão reunidas as condições para confiarmos nesses senhores e nessas senhoras que afinal são a elite da governação, da DGS, da Saúde na generalidade, das escolas (educação) e similares das áreas que decidem, decretam e tramam o “mexilhão”, os povos, os plebeus.

Do Curto deste sábado há mais. Interessante. Quer dizer: com interesse. Estão convidados. É só clicar em baixo para lá chegarem.

Bom dia. O melhor fim-de-semana possível.

MM | PG

Dia Mundial da População | Retrato de Portugal mais envelhecido e com menos pessoas


O número de pessoas a viver em Portugal diminuiu em quase 300 mil entre 2009 e 2019, apesar do aumento da população idosa e do saldo migratório positivo, segundo um retrato do país divulgado hoje pela Pordata.

Em 2019, viviam em Portugal cerca de 10,3 milhões de pessoas, menos 282 mil pessoas, comparativamente a 2009, de acordo com os dados divulgados no dia em que se assinala o Dia Mundial da População.

Em termos percentuais, a maior quebra verificou-se, sobretudo, entre os mais jovens até aos 15 anos, que eram no ano passado menos 222 mil do que em 2009, o que representa um decréscimo de cerca de 14%.

Em contrapartida, o número de idosos aumentou em cerca de 18% e, em 2019, havia quase mais 350 mil pessoas com 65 ou mais anos em Portugal do que há 10 anos.

Portugal | Parlamento chumba corte nas subvenções públicas dos partidos


O diploma do PCP, que previa a redução em 40% das subvenções públicas aos partidos, foi rejeitado com os votos contra de PS e PSD, e a abstenção de BE, CDS-PP e PAN.

«Os partidos políticos devem ser responsáveis pela recolha dos meios financeiros de que necessitam para desenvolver a sua actividade, devendo esse financiamento assentar essencialmente nas contribuições dos seus militantes e apoiantes», lia-se no preâmbulo da iniciativa comunista, chumbada esta sexta-feira.

Os comunistas contestam a Lei n.º 19/2003, aprovada em 2003 pela maioria PSD/CDS então existente, que «aumentou muito significativamente o montante das subvenções públicas aos partidos políticos, quer no financiamento corrente, quer no financiamento das campanhas eleitorais».

Por outro lado, frisam que também os limites de despesas eleitorais sofreram «um enorme aumento», elevando a possibilidade de gastos para «níveis inaceitáveis face às dificuldades que o povo português já na altura atravessava», e que «em nada contribuem para o esclarecimento das diversas opções eleitorais ou para a apresentação de propostas alternativas, distorcendo uma suposta igualdade democrática de candidaturas».

No projecto chumbado com os votos contra do PS e do PSD, e a abstenção de BE, CDS-PP e PAN, o PCP propunha ainda a redução a metade das «subvenções às campanhas eleitorais para a Assembleia da República, Presidência da República e Parlamento Europeu», e em 75% às campanhas «para as assembleias legislativas das regiões autónomas».

AbrilAbril | Lusa | Imagem: José Sena Goulão / Lusa

Covid-19 (II) – A Europa


No auge do tsunami que dizimava o Norte de Itália com milhares de mortos, a «Europa» rica, logo ali ao lado, fez-se de morta, e o ansiado socorro acabou por chegar da tão distante e caluniada... China!

Jorge Seabra | AbrilAbril | opinião

No segundo da pequena série de artigos sobre o desenvolvimento da primeira fase da Covid-19, recordamos que, como foi referido no primeiro (O Início), a Organização Mundial de Saúde (OMS/WHO) e a comunidade científica internacional reconheceram a rapidez e eficácia da resposta chinesa ao surgimento e propagação do novo coronavírus.

Repetindo as palavras do Prof. James Le Duc, Director do Galveston National Laboratory da Universidade do Texas, nos USA, «de forma rápida, as autoridades sanitárias chinesas reconheceram o aparecimento de uma nova doença, isolaram de imediato os infectados e instituíram medidas impressionantes para limitarem a disseminação da doença e caracterizar o novo agente patogénico…».1.

Contudo, segundo a empresa de Inteligência Artificial BlueDot, de Toronto, dirigida pelo infecciologista Dr. Kanram Kahn, no dia em que a OMS foi alertada (31 de Dezembro), quando ainda só havia 27 doentes infectados, teriam saído cerca de 800 mil pessoas de Wuhan, algumas por via área, espalhando a pandemia pelo mundo.2.

A reacção dos países europeus foi significativamente diferente da da China, quando, em fins de Fevereiro, surgiram os primeiros casos de Covid 19 em Itália.

Excluindo alguns sectores ligados a áreas da Saúde, a ameaça pandémica foi inicialmente olhada, pela opinião pública europeia, como distante e confinada a regiões mais ou menos exóticas da China e do Extremo Oriente.

Mesmo depois do aparecimento do primeiro caso europeu, em Bérgamo, a 27 de Fevereiro de 2020, e da rápida expansão da doença nessa região industrializada do Norte de Itália com fortes ligações comerciais com a China, os velhos preconceitos paternalistas e xenófobos foram explorados pelos media, com referência aos hábitos primitivos dos comedores de morcegos e a métodos ditatoriais só possíveis nesse país, afinal manifestações do seu «total desprezo pelos direitos humanos».

Foi essa marca de retrógrado maniqueísmo com uma pincelada de anticomunismo que aflorou na comunicação social dominante, antes dos países democráticos do «Ocidente» (Itália, Espanha, França, Bélgica…) começarem a tomar algumas das medidas «ditatoriais» de confinamento que antes apontavam à China.

EUA registam 65.305 casos em 24 horas, um novo máximo diário


Os Estados Unidos registaram 65.305 casos da covid-19 nas últimas 24 horas, um novo máximo diário no país que é de longe o que tem mais infeções no mundo, de acordo com um balanço da Universidade Johns Hopkins.

Desde quarta-feira que o país tem vindo a registar recordes diários de infeções.

Nas últimas 24 horas o país registou ainda 863 mortes.

O país contabiliza 133.969 óbitos e 3.173.446 casos confirmados desde o início da pandemia, segundo o balanço realizado às 20:00 de sexta-feira (01:00 de hoje em Lisboa), pela agência de notícias Efe.

Os Estados Unidos são o país no mundo com mais mortos e mais casos de infeção confirmados.

Covid-19: Brasil reporta mais 1.214 mortes e ultrapassa os 70 mil óbitos


País contabiliza mais de 1,8 milhões de casos confirmados

O Brasil ultrapassou esta sexta-feira a barreira das 70 mil vítimas mortais, depois de terem sido reportadas 1.214 mortes nas últimas 24 horas. No total, o país contabiliza 70.398 vítimas mortais, divulga o Ministério da Saúde.

A mortalidade da Covid-19 no país é de 33,5 e a taxa de letalidade é de 3,9%.

Em termos de casos, foram registados 45.048 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o novo coronavírus já infetou 1.800.827 pessoas no Brasil.

Os dados do Ministério da Saúde dão conta ainda de 1.078.763 recuperados e de 651.666 pessoas em acompanhamento.

As autoridades investigam ainda uma eventual relação de 4.000 óbitos com a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Segundo o executivo, 369 das 1.214 mortes ocorreram nos últimos três dias, mas foram incluídas nos dados de hoje.

São Paulo, o estado mais rico e populoso do Brasil, com cerca de 45 milhões de pessoas, mas também o mais afetado pela atual pandemia, tem hoje 359.110 casos de infeção e 17.442 óbitos.

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou hoje a renovação da quarentena no estado até 30 de julho e uma flexibilização nas restrições das regiões do litoral e interior. Agora, apenas 17% da população do estado está em áreas com restrição severa, que permite apenas serviços fundamentais.

Na lista dos estados mais afetados segue-se o Ceará, que concentra oficialmente 133.546 pessoas diagnosticadas e 6.777 mortos, e o Rio de Janeiro, com 129.443 infetados e 11.280 vítimas mortais devido ao novo coronavírus.

Sílvia Abreu com Lusa | Notícias ao Minuto

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