quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Primeiro-Ministro de Israel acusado de envolvimento na explosão em Beirute

O plano de ataque a Beirute foi anunciado em 2018 na ONU
M. Azancot de Menezes | Tornado | opinião

No dia da violenta explosão em Beirute tive a impressão pelo formato de cogumelo no ar que poderia ter havido a explosão de um engenho nuclear e que Israel poderia estar envolvido. Segundo o jornalista Thierry Meyssan, está agora provado, o ataque a Beirute foi ordenado pelo primeiro-ministro de Israel.

A bomba utilizada na destruição de um depósito de armas do Hezbollah em Beirute é nova e já tinha sido testada primeiro numa planície da Síria e depois nas águas do Golfo Pérsico.

O ataque violento a Beirute ordenado pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu provocou danos tremendos a edifícios numa extensa área, tendo provocado a morte a pelo menos 100 pessoas e ferido milhares de pessoas.

Na minha conta do Facebook já tinha comentado sobre a possibilidade do envolvimento de Netanyahu e cheguei a afirmar “Não me admira nada que haja dedo de Israel”. Portanto, estando agora comprovado, torna-se difícil para Israel desmentir o que está evidente até para os (habituais) mais cépticos.

Esta acusação foi muito bem fundamentada por Thierry Meyssan, um jornalista e activista político francês que ficou muito conhecido por ter realizado diversas pesquisas sobre grupos de extrema-direita.


Ataque foi anunciado em 2018 na sede da ONU – Impunidade total de Israel

Thierry Meyssan até utilizou prova documental para demonstrar que Benjamin Netanyahu, em 27 de Setembro de 2018, já tinha anunciado na Assembleia Geral das Nações Unidas que o armazém de armas de Beirute seria destruído no dia 4 de Agosto de 2020.

A verdade é que o anunciado aconteceu, contudo, não se sabe se Benny Gantz, o segundo primeiro-ministro, deu o seu aval.

No dia do rebentamento da bomba em Beirute, uma das primeiras preocupações de Israel foi espalhar pela comunicação social que tinha havido a explosão acidental de uma armazém de fertilizantes e que nada tinha a ver com o sucedido portanto a tentativa de esconder mais um crime hediondo, a somar a outros tantos da sua responsabilidade.


Não esquecer a luta do Povo da Palestina

O ataque de Israel a Beirute não espantou o observador menos atento, até pela longa história que envolve este país na violação sistemática dos direitos humanos contra o povo indefeso da Palestina.

Israel, aliado estratégico dos EUA e de Donald Trump, conforme se vai constatando, é um país que age sem olhar a meios para atingir os seus objectivos, mesmo se para tal for necessário torturar, prender e aniquilar vidas de milhares de civis.

Desde 1948, apesar de haver diversas resoluções das Nações Unidas (Resolução 194 de 1948 e 242 de 1967, entre tantas outras) os sionitas torturam e matam palestinianos para consumarem a anexação total dos territórios da Cisjordânia e de Jerusalém.

Focos regionais de covid-19 elevam taxas de infecção na Europa


O número de novos casos da doença está aumentando no continente. Autoridade europeia vê risco elevado de uma nova escalada da pandemia em países cuja população não se atém mais às regras de distanciamento e higiene.

Na Bruxelas metropolitana, desde a manhã desta quarta-feira (12/08) é obrigatório o uso de máscara protetora em toda hora e local para seus 1,2 milhão de habitantes, exceto quando estejam praticando esportes. Além disso, como no resto da Bélgica, apenas cinco pessoas podem se encontrar em particular, e só se pode ir às compras sozinho.

Assim, Bruxelas é a capital europeia com as diretrizes anti-covid-19 mais severas. Juntamente com a região da Antuérpia, no norte do país, a cidade pertence às áreas com as taxas de contágio mais altas do continente, segundo as mais recentes estatísticas compiladas semanalmente pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), em Estocolmo.

Entretanto o número de novas infecções ainda está longe do visto na primeira onda da pandemia, em março e abril, quando vigoravam restrições de circulação em quase toda a Europa. O ECDC conclui que os contágios por coronavírus aumentam em todo o âmbito europeu, porém ainda é possível distinguir focos regionais, sobretudo em Luxemburgo, na Bélgica, em algumas regiões do nordeste da Espanha, nas cercanias de Lisboa, em partes da Romênia e da Bulgária, e em Malta.

As cifras do ECDC descrevem a situação de aproximadamente 14 dias atrás. O Instituto Robert Koch (RKI), que define as zonas de risco para a Alemanha, considera a capital Madri perigosa, pois nos últimos sete dias apresentou 80 infecções para cada 100 mil habitantes. A instituição alemã define 50 como limite.

Outra tendência acusada pelo centro de enfermidades ECDC é que o número de óbitos por covid-19 não sobe na proporção que o volume de novas infecções faria supor. Também o número de pacientes em cuidados intensivos nos hospitais não cresce tão rápido quanto o de enfermos. Virologistas supõem que isso se deva ao fato de os novos contagiados serem mais jovens, e portanto não apresentarem quadros clínicos tão graves.

Presidente do Parlamento Europeu exorta Lukashenko a travar repressão


David Sassoli diz estar "profundamente preocupado" com a situação vivida na Bielorrússia após as eleições.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, exortou esta quinta-feira o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, a pôr fim à violência das autoridades contra as pessoas que "pacificamente manifestam o seu desejo de mudança" no país.

Numa declaração divulgada quatro dias depois das eleições presidenciais de domingo passado na Bielorrússia, marcadas por suspeitas de fraude, Sassoli afirma-se "profundamente preocupado com a violência empregue pelas autoridades estatais" para dispersar as manifestações que têm ocorrido um pouco por todo o país, que provocou já dois mortos, além de um número indefinido de detenções.

"Os bielorrussos têm o direito de protestar e expressar a sua revolta contra os resultados contestados das eleições e do processo eleitoral, que não foi transparente e não cumpriu os requisitos internacionais mínimos", aponta o presidente da assembleia europeia.

Exortando Lukashenko a "travar a repressão" e a "libertar imediatamente" os manifestantes detidos ao longo dos últimos dias, Sassoli defende que "o uso de força brutal pelos serviços de manutenção da ordem contra o seu próprio povo, do qual resultam mortos e feridos, deve ter consequências à luz da lei internacional, incluindo sanções dirigidas".

A eventual instauração de sanções contra o regime de Lukashenko vai estar sobre a mesa dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, numa reunião extraordinária por videoconferência convocada pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, para sexta-feira.

Ao que chegámos no delírio bélico da administração norte-americana


António Abreu | AbrilAbril | opinião

A verdadeira questão que preocupa Washington é a capacidade da Huawei e do TikTok fazerem frente à hegemonia americana. Se isto é segurança nacional, então a segurança nacional dos EUA é ser hegemónico em tudo.

No passado dia 7 de Agosto, sucederam-se episódios deste delírio…

Preso por ter cão, preso por não o ter

O director da contra-espionagem dos EUA, William Evanina, advertiu no passado dia 7 que todos os resultados das eleições podem sofrer a influência da Rússia, da China ou do Irão. Se o presidente Donald Trump for reeleito, é provável que seja por intromissão dos russos, mas se ele perder, será dos chineses ou dos iranianos, de acordo com um comunicado do Centro Nacional de Contra-espionagem e Segurança dos Estados Unidos. De acordo com a notícia avançada pela Reuters, o director do National Counterintelligence and Security Center, informou que os três países estavam a aproveitar-se da desinformação online e outros meios para tentar influenciar eleitores, agitar a desordem e minar a confiança dos eleitores americanos no processo democrático.

A teoria já tinha sido considerada por Donald Trump há umas semanas atrás.

No mesmo dia o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, afirmou que os políticos americanos, tal como Pompeo, têm repetidamente invocado a segurança nacional como desculpa para abusos de poder e para a supressão e contenção de empresas de alta tecnologia chinesas.

«As acções dos EUA carecem de prova, são maliciosas e visam propósitos políticos, o seu objectivo passa pela manutenção do monopólio da alta tecnologia, violação dos princípios de mercado e das regras comerciais internacionais, e ameaça à segurança das cadeias industriais globais [...] um comportamento intimidatório típico.»

Wang sublinhou que as empresas chinesas que estão a ser unilateralmente sancionadas pelos EUA são inocentes, sendo que suas tecnologias e produtos são seguros e que a situação nada tem a ver com o «incidente Snowden» ou com o Wikileaks.

Também, no que respeita a questões de segurança «não existe qualquer comportamento de monitorização de redes semelhante aos casos “PRISM”, “Equation Group”, e “Echelon”. Os EUA estão repletos de manchas no currículo, mas falam de “limpar a internet”, o que é ridículo.»

Instou ainda os EUA a corrigirem as suas práticas e a «criarem condições para as empresas de todos os países levarem a cabo a cooperação económica e comercial, restaurando um ciberespaço livre, aberto e seguro no mundo.»

O porta-voz disse que a China irá continuar a trabalhar com outros países do mundo para manter um ambiente de negócios justo, aberto e não discriminatório, para promover a o intercâmbio científico e tecnológico e permitir que «a tecnologia de informação segura, confiável e de alta qualidade desempenhe o seu papel na recuperação económica global, em benefício de todos.»

A China afirmou, a 6 de Agosto, que os Estados Unidos agiram contra as empresas chinesas de alta tecnologia através do abuso de poder do Estado, chamando as medidas relevantes de «um acto típico de bullying que visa manter o seu monopólio de alta tecnologia».

Justiça congela oito milhões em conta da Doyen após denúncia de Rui Pinto


Fundo de investimento ligado ao futebol e denunciado por Rui Pinto está a ser investigado por branqueamento de capitais em Portugal.

A Doyen Sports tem uma conta bancária com oito milhões de euros congelados por ordem das autoridades portuguesas. O fundo de investimento ligado ao futebol é alvo de uma investigação por suspeitas de fraude fiscal em Espanha e de branqueamento de capitais em Portugal.

Esta entidade com sede em Malta e escritório em Londres (Inglaterra) foi visada por Rui Pinto num caso de tentativa de extorsão de uma verba entre 500 mil e um milhão de euros. Aliás, foi este ilícito que sustentou, em fevereiro de 2019, a aplicação ao pirata informático da medida de coação de prisão preventiva e depois, em abril passado, obrigação de permanência na habitação, em instalações da PJ. O início deste julgamento está marcado para 4 de setembro, respondendo o arguido por 90 crimes, incluindo acesso indevido a sistemas informáticos.

Nuno Miguel Maia e Tiago Rodrigues Alves | Jornal de Notícias

Destruição de emprego à custa dos mais pobres. Salários mais altos cresceram 14%


Desapareceram 184 mil trabalhadores dos três escalões salariais mais baixos. Destes, 156 mil ganhavam 600 euros líquidos ou menos.

A destruição de emprego provocada pela pandemia, em Portugal, foi toda à custa dos trabalhadores por conta de outrem mais pobres, os que ganham salários inferiores a 600 euros líquidos mensais.

Em contrapartida, o número de empregados que auferem salários mais elevados até aumentou no segundo trimestre deste ano face a igual período de 2019.

Os dados de base para estas evidências vêm do Instituto Nacional de Estatística (INE); os cálculos são do JN/Dinheiro Vivo (DV).

Ironicamente, o facto de o emprego ter subido nos escalões salariais mais altos e de ter caído de forma significativa nos escalões mais baixos acabou por fazer subir o salário médio da economia no período em análise.

Na semana passada, o JN/DV noticiou que os jovens com menos de 35 anos, os contratos mais precários e os licenciados foram os que mais sofreram com o brutal ajustamento imposto pela crise pandémica. Toda a destruição de postos de trabalho ficou concentrada nos contratos a termo (a prazo, trabalho sazonal e ocasional) e nos recibos verdes.

Portugal | PR, governo e deputados assobiam para o lado


Há coisas demais que nos andam a atormentar...

Seremos rápidos e breves nesta abertura matinal e habitual que tantas vezes fazemos no Página Global. Saiba que os temas a tratar pelo autor de hoje, no Curto,  é Cadete… de nome. Já sabe que ele é a par de jornalista diretor-adjunto no Expresso. Bom dia.

A velhada vem novamente à baila. Cadete repuxa a triste cena, a frieza e o descaramento de uns quantos; por exemplo, da ordem dos advogados… Oh, mas não estamos nós, portugueses já tão habituados àqueles insignes advogados formados em hipocrisia e de cifrões abundantes nos globos oculares? Não por acaso são os da profissão mais representada na Assembleia da República, deputados, pois então. E na política em geral, talvez nos governos, como ministros e primeiros-ministros. E o que se diz dos políticos? Ah, pois, que “são uns aldrabões”… Daqui nos vamos, não sem antes referir que temos curiosidade em saber, se possível, como está representada na política a classe dos economistas-gestores e “coisas” dos dinheiros, orçamentos e correlativos, assim como negociatas… Ainda não são mais que os advogados, os senhores do direito (entortado para o lado deles), mas já devem estar muito mais próximo após terem descoberto a árvore das patacas que é o dinheiro público e as misturas com o privado e outras caldeiradas.

Prometemos ser breves e não estamos a cumprir. Desculpem. Garantidamente não somos advogados, nem gestores, nem deputados, nem nos movem interesses político-partidários siglosos, mas temos um ideal: que tudo seja de todos em vez de somente de alguns. E que não falte nada aos portugueses em direitos fundamentais… Isso, tudo que já bem sabem.

Uma coisa nos anda a atormentar. O fascismo avança, o racismo desfila pelas ruas e ameaça, o essencial da democracia está a ser atacado… O PR, o governo, os deputados, os responsáveis pelas instituições, as polícias e o povinho assobia para o lado, como se vivesse no melhor dos mundos… Todos esses dizem que são democratas. Como? Se na realidade não defendem como devem e se comprometeram a defender os valores constitucionais e realmente democráticos, etc., etc.

Afinal, coisas demais que nos andam a atormentar.

Vamos embora. A palavra ao Curto. A seguir.

MM | PG

Portugal | Talvez fosse melhor zerar o Novo Banco


Francisco Louçã | Expresso | opinião*

Agora, no mais fresco destes escândalos, descobre-se que a Comissão Europeia obrigou a venda de um dos ativos do banco, uma companhia seguradora, que o candidato escolhido foi um fundo gerido por um fulano acusado de crimes nos Estados Unidos, que afinal não foi o comprador, pois apareceu outro pelas artes da magia financeira, e no fim das contas quem paga o prejuízo é o contribuinte, são mais uns generosos milhões.

A explicação é tão embrulhada como sempre, os guionistas destas fábulas não carecem de imaginação, mas o que verificamos é o mesmo padrão de outras operações anteriores desta gigantesca lavandaria: como está assegurado que, qualquer que seja a dimensão do prejuízo, o dinheiro público vai tapar o buraco (fingindo-se que serão os outros bancos a pagar, apesar de nem tidos nem achados nesta tramoia), a pressa e a conveniência do negócio estão acima de qualquer consideração de eficiência ou rentabilidade. O que eram prédios valiosos e empresas prestáveis passa a ser classificado como sucata e é vendido ao deus dará, polvilhando o mundo financeiro de carinhosas vendas, algumas das quais nem esperam pela missa do sétimo dia para se espanejarem na praça pública, orelha e rabo para o matador.

Ao público que vai acompanhando a novela, isto cheira a esturro. São vezes de mais, dinheiro de mais, descaramento de mais. Este parece mesmo ser o caso em que o criminoso volta sempre ao local do crime e se sente protegido para o fazer, visto que as desculpas dos administradores, reguladores e outras autoridades sempre que se revela uma ponta do véu são demasiado parecidas, demasiado atabalhoadas, demasiado impossíveis.

Ora, como a corrida se está a acelerar, ainda falta a venda de mais de mil milhões em imobiliário e o prazo é só mais um ano para o Novo Banco esgotar a verba prometida no contrato e preparar a sua venda, conviria não perder mais tempo em encontrar uma solução. Como é evidente, a Deloitte, ao protelar a entrega da auditoria desde março, dá uma resposta a esta questão, que é ajudar a administração do banco a continuar a sua feira de garagem.

Não vejo outra escolha que não seja zerar este processo. Ou seja, parar todas as operações suspeitas, fazer a auditoria necessária sem depender do mercado interessado no seu resultado, antes promovendo o controlo das contas e estudando assim se há base jurídica para romper o contrato com a Lone Star, verificar a idoneidade e substituir os administradores que conduziram este descalabro, mandatar uma nova direção para o Fundo de Resolução e reforçá-lo com competências técnicas adequadas.

O outro caminho é deixar os mesmos a fazer o mesmo até ao fim do prazo. Suponho que quem lê estas linhas não terá a menor dúvida sobre qual o resultado alcançado se a estratégia de fechar os olhos e dançar a música da Lone Star continuar a conduzir a ação dos reguladores e ministros.

*Extraído de Estátua de Sal

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