sábado, 28 de novembro de 2020

Angola | UNITA PARA LAMENTAR

Martinho Júnior, Luanda

O azoto do etno-nacionalismo está a ser garantido pela botija do império da hegemonia unipolar por via dos seus enredos de democracia representativa que, em relação a Angola, constata-se ser uma contínua armadilha!...

Todas as instituições do estado estão reféns desse inquinado processo e com isso, estão reféns todos os angolanos desejosos de paz e desenvolvimento sustentável em benefício do presente e das futuras gerações!

De entre esses enredos “coloridamente democráticos” o recurso a doutrinas de laboratório que estão à disposição, como as de George Soros, Leo Strauss e Gene Sharp, chocam já contra o estado angolano, subvertem a Constituição e são um obstáculo permanente a qualquer política que procure encontrar soluções de desenvolvimento sustentável, particularmente quando os riscos que pendem sobre Angola deixam “providencialmente” de ser considerados!

Se com Savimbi a UNITA esteve de cócoras perante Salazar e Marcelo Caetano, de cócoras face aos Botha, de cócoras sob a égide refractária de Mobutu, de cócoras na filiação de Ronald Reagan, de cócoras perante o Director da CIA e Presidente dos Estados Unidos de nome George W. Bush (pai)…

Com a actual direcção a UNITA apresta-se a estar de cócoras face à eclosão de Joe Biden…

O estado angolano e os angolanos, só devem esperar enredos azotados nos tempos mais próximos e se vamos ter uma UNITA para lamentar… por que razão ela, ao colocar a Constituição tantas vezes em causa, tem mais assento no Parlamento e não passa definitivamente para a rua? 

Martinho Júnior -- Luanda, 23 de Novembro de 2020

Imagem a condizer

Angola | Ameaça de greve geral no setor petrolífero

Desde o início da epidemia da Covid-19 em março deste ano, as indústrias petrolíferas em Angola já despediram mais de cinco mil trabalhadores. Em contravenção aberta da lei.

Desde que Angola mergulhou na crise financeira e cambial em 2014, a situação social dos trabalhadores das empresas do ramo petrolífero piora exponencialmente.

O Sindicato das Indústrias Petro-Químicas e Metalúrgica de Angola (SIPEQMA) acusa as empresas de despedimentos injustos e de se furtarem a pagar os salários devidos. Os salários base no setor, indexados ao dólar norte-americano, não têm vindo a ser ajustados à taxa de câmbio.

Os funcionários, que alegam estar a perder poder de compra significativo todos os meses, há anos que tentam pressionar o patronato através de diálogos e greves. Várias empresas passaram a despedir os reivindicadores, incluindo membros da comissão sindical.

Greve geral sem alternativa

O SIPEQMA condena os despedimentos e considera que as companhias estão a violar lei. Por isso ameaça promover uma greve geral nos próximos dias em todo o país.

O secretário-geral do SIPEQMA, Luís Manuel, diz que os funcionários não têm alternativa. "As empresas, no aproveitamento desleal, estão a despedir o pessoal nesta fase da pandemia. O trabalhador vai querer refutar este despedimento ilegal reivindicando e a reivindicação desemboca em greve.”

Sindicalistas despedidos à revelia da lei

O responsável reconhece o risco dos trabalhadores em greve serem acusados de desrespeitar a biosegurança e o distanciamento social. "Mas o Estado está a permitir os despedimentos. Algumas dessas empresas, como a Halliburton e a Schlumberger, suspenderam as negociações por causa da pandemia. Mas enquanto isso, a Halliburton despediu mais de 500 trabalhadores, todos os representantes da comissão sindical”, disse Luís Manuel.

Segundo o sindicalista, as suas empresas despediram trabalhadores sem terem cumprido com as suas obrigações, o de pagar subsídios de acordo com a taxa de câmbio.

Cabinda | Governo provincial não autoriza marcha prevista para este sábado

Na sexta-feira, Governo provincial anunciou não ter autorizado a realização da marcha. Entretanto, organizadores mantiveram o convite para a manifestação prevista para este sábado.

A marcha convocada por um grupo de ativistas defensores dos direitos humanos e membros da sociedade civil da província angolana de Cabinda não foi autorizada pelo Governo da província, na sexta-feira (27.11), dada a atual situação da pandemia de Covid-19.

"Dada a situação da pandemia da Covid-19 consubstanciado com o decreto presidencial vigente, não autorizamos a referida marcha", dá conta um ofício do gabinete do governador de Cabinda, a que a agência Lusa teve acesso.

Mas os organizadores mantiveram o convite para a manifestação deste sábado (28.11) "por ser um direito consagrado na Constituição, não podendo existir uma desigualdade ou discriminação para Cabinda".

A marcha tem por objetivo contestar a "degradação social, económica" e da saúde pública "sem precedente" e está prevista para iniciar pelo largo Primeiro de Maio, em Cabinda. 

O movimento pretende percorrer a avenida Duque de Chiazi e terminar junto do pavilhão multiúsos da cidade.

Novo filme de Welket Bungué retrata passado esclavagista na Guiné-Bissau

"Cacheu Cuntum" é o mais recente projeto do realizador guineense Welket Bungué, que mostra a região de Cacheu e o seu passado colonial ligado ao tráfico de escravos.

A cidade de Cacheu, situada nas margens do rio com o mesmo nome, foi, no passado longínquo, um entreposto de grande relevância para o escoamento de pessoas escravizadas. Elas eram capturadas e levadas de vários lugares da costa ocidental de África para serem vendidas às embarcações que ali se iam "reabastecer" de corpos expropriados ao continente africano. 

Esta é uma das vertentes de "Cacheu Cuntum", o novo projeto cinematográfico de Welket Bungué, que vai ao encontro do local marcado por um passado histórico recente, ainda no século XX, que o realizador guineense quer mostrar ao mundo. 

"Estive na Guiné-Bissau entre maio e junho de 2019 e fui filmando com o telemóvel os diversos lugares por onde passei. E isso resultou numa coletânea de imagens dispersas, de alguma maneira", conta Bungué.

"E a minha ida a Cacheu foi fundamental porque ao mesmo tempo que eu filmei as paisagens e também gravei um encontro que tive com o guia do Memorial para a Escravatura e Tráfico Negreiro."

Guiné-Bissau | Trabalhadores do aeroporto suspendem greve

Após acordo com administração, trabalhadores do aeroporto internacional decidiram suspender a paralisação. Serviços de Assistência Aeroportuária prometem começar a pagar já hoje seis meses de salários em atraso.

Os trabalhadores do aeroporto internacional da Guiné-Bissau suspenderam a greve iniciada esta sexta-feira (27.11), depois de terem chegado a acordo com a administração. A informação foi avançada pela vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Serviços de Assistência Aeroportuária.

Segundo Miriam Pereira, a greve foi suspensa após negociações entre o sindicato e a administração da empresa pública de Serviços de Assistência Aeroportuária.

A dirigente sindical informou que a reunião permitiu um acordo que passa pelo pagamento de dois meses de salários em atraso já esta sexta-feira, outro na segunda-feira e três a 21 de dezembro.

"Cansados de promessas"

Os trabalhadores deram hoje início a uma greve para reivindicar o pagamento de seis meses de salários em atraso, depois de no passado dia 12 terem já interrompido uma paralisação, quando a administração da empresa pagou um dos sete meses de salários atrasados. "Prometeram que iam pagar na semana seguinte outros quatro meses de salários, mas chega de promessas não cumpridas, por isso decidimos utilizar a última arma que a lei nos dá que é a greve", observou Miriam Pereira, esta manhã.

Entretanto, depois de novo acordo com a administração, a dirigente sindical garante que as novas condições "satisfazem as exigências dos trabalhadores e, por isso, decidiram levantar a greve".

A vice-presidente do sindicato disse também que o voo da Asky, que liga Bissau a Dacar, Senegal, e que deveria ter saído às 06h00 locais já estava a receber assistência.

Deutsche Welle | Lusa

O tempo é hoje fator crítico

Manuel Carvalho Da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Os impactos da pandemia que vivemos, o contexto político, social e económico em que eles se manifestam, as relações de forças que se afirmam à escala nacional, europeia e mundial estão a tornar o tempo - que vai passando - em crescente fator crítico para a esmagadora maioria dos trabalhadores e dos cidadãos.

Em Portugal, o tempo passa e, até agora, para além de medidas pontuais de mitigação de situações mais delicadas, não surgem políticas de alcance estratégico para colmatar vazios e rombos que, no plano social e económico, se vão aprofundando e gerando desigualdades, desemprego, insegurança e pobreza.

A União Europeia assumiu nesta crise, no plano económico, uma narrativa aparentemente mais equilibrada que a da crise anterior, mas o arrastamento inadmissível da sua implementação e a incerteza quanto ao seu real volume e condicionalismos, descredibilizam o anúncio repetido ao longo dos últimos meses. Os países, cada um por si, vão dando respostas mais ou menos robustas de acordo com os sistemas de proteção social de que dispõem e das suas condições financeiras. O nosso país, como outros "periféricos", já estava depauperado pelo austeritarismo da última crise. Conforme o tempo vai avançando e não surgem "recursos de exceção", acrescentam-se bloqueios, agrava-se a crise atual.

As pessoas estão cada vez mais aprisionadas e atrofiadas nos seus projetos de vida face à persistência de medos que resultam da persistência do vírus, mas mais ainda das limitações de direitos e de condicionalismos impostos em nome de situações de exceção e emergência, que se prolongam no tempo carregadas de contradições.

A Direita está interessada em: i) chapinhar nessas contradições para desgastar o Governo; ii) evitar discussão política sobre o futuro, pois a possível aliança com a extrema-direita só pode ter êxito com programa escondido; iii) prolongar a ausência de direitos plenos no mundo laboral, e no plano social, para criar tensões e desesperos que alimentem o populismo.

O Partido Socialista e o Governo não mostram vontade de pensar e agir para além dos condicionamentos impostos pela UE, por mais que o cenário europeu se vá esboroando. Os partidos à sua Esquerda, em condições diferenciadas, surgem presos entre o assumir de compromissos amplos que impeçam o assalto da Direita ao poder, e terem programas consistentes em que o povo se reveja e em torno dos quais se mobilize.

A pandemia expôs disfunções nos nossos sistemas de emprego e da segurança social, mostrou "profissões essenciais" desvalorizadas e trabalhadores precários a serem despachados sem dó nem piedade, evidenciou quão desprotegidos estão profissionais cujas atividades são marcadas pelo individual, por sazonalidades ou por outras incertezas como é o caso no amplo setor da cultura. O tempo que aí vem perspetiva mais desemprego e reforço das condições para a imposição unilateral (pelo poder patronal) de relações de trabalho. Há urgência no reforço dos alertas e na mobilização social e política que trave esta subjugação crescente.

Temos, sem dúvida, de lidar com urgências, situações de emergência e de exceção, mas não se permita que elas se tornem num dramático novo normal. É preciso acelerar a discussão e implementação de políticas estratégicas de resposta aos nossos défices crónicos.

*Investigador e professor universitário

Covid-19 | Portugal regista mais 87 mortes e 4.868 contágios em 24 horas

O país aproxima-se do total de 300 mil infeções. Número de casos ativos desceu, mas mantém-se acima dos 80 mil.

O boletim epidemiológico deste sábado já foi divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), e deu conta de 4.868 novos casos de Covid-19 (uma variação de 1,70% face ao número de contágios divulgado ontem) e 87 óbitos nas últimas 24 horas (uma variação de 2,03%). No total, Portugal contabiliza 290.706 casos de infeção e 4.363 óbitos.

Os dados da autoridade de saúde mostram que Portugal ultrapassou a marca dos 200 mil recuperados. Segundo a DGS, 6.829 pessoas recuperaram da Covid-19 desde ontem, o que eleva o total de recuperações para 206.275. 

Verificou-se uma diminuição no número de casos ativos, que se fixam agora 80.068. 

Também houve uma redução no número de internamentos (menos 53 pessoas internadas face ao dia anterior), embora o número de pessoas hospitalizadas com Covid-19 continue a ser elevado - 3.155. 

Por outro lado, foram admitidos mais três pacientes nas unidades de cuidados intensivos. Nesta altura, há 529 pessoas internadas nas UCI em Portugal, o que representa um novo máximo.

O Norte foi a região que voltou a notificar um maior número de novos contágios, 2.496. É, aliás. a região portuguesa mais afetada pela pandemia de coronavírus com um número acumulado de 152.200 infetados e um total de 2.066 vítimas mortais. 

Segue-se Lisboa e Vale do Tejo com 96.705 casos confirmados (mais 1.313 em 24 horas) e 1.562 óbitos. 

A região Centro perfaz um total de 28.825 casos desde o início da pandemia. Já morreram 556 pessoas com Covid-19 nesta zona do país. 

O Alentejo totaliza 5.926 casos positivos e 112 vítimas mortais. Já o Algarve soma 5.220 testes positivos ao coronavírus e 48 mortes. 

A região autónoma dos Açores contabiliza 953 casos de infeção e 39 vítimas mortais. Por sua vez, a região autónoma da Madeira acumula 877 casos de contágio e duas mortes. 

Notícias ao Minuto

Portugal | Marcelo acusado de usar "estruturas do poder" para promoção

O dirigente comunista João Frazão acusou hoje Marcelo Rebelo de Sousa de usar as "estruturas do poder" na pré-campanha das presidenciais e avisou que a candidatura de João Ferreira não abdicará do contacto direto com os eleitores.

Estas posições transmitidas por João Frazão sobre as eleições para a Presidência da República, em 24 de janeiro, mereceram depois um forte aplauso por parte dos delegados presentes no XXI Congresso do PCP, em Loures, distrito de Lisboa, motivando também uma manifestação de apoio ao candidato comunista João Ferreira.

"João avança com toda a confiança", gritou-se, de pé e de punho direito erguido, no final da intervenção do membro da Comissão Política do PCP.

João Frazão fez uma intervenção totalmente dedicada à questão das próximas eleições para Presidente da República, criticou o chefe de Estado, embora sem nunca citar o nome de Marcelo Rebelo de Sousa, e atacou a comunicação social.

Os crimes de guerra de Bush e Blair - Afeganistão e Iraque

#Publicado em português do Brasil

Rod Driver* | Global Research, 27 de novembro de 2020

“A invasão do Iraque foi um ato de bandido, um ato de terrorismo de estado flagrante, demonstrando absoluto desprezo pelo conceito de direito internacional ... Trouxemos tortura, bombas coletivas, urânio empobrecido, inúmeros atos de assassinato aleatório, miséria, degradação e morte para o povo iraquiano e chamá-lo de 'trazer liberdade e democracia ao Oriente Médio'. ” (Harold Pinter, Prêmio Nobel de Discurso de Literatura, 2005) 

Após os ataques terroristas às Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova York, em 11 de setembro de 2001 (conhecido como 11 de setembro), os Estados Unidos declararam uma guerra global contra o terrorismo. Desde então, destruiu o Afeganistão, o Iraque e a Líbia. Apoiou a destruição do Iêmen e a tentativa de destruição da Síria. (Líbia, Síria e Iêmen serão discutidos em uma postagem posterior).

Afeganistão 

Por muitos anos, o Afeganistão foi visto como uma área-chave no que é conhecido como 'O Grande Tabuleiro de Xadrez' - é importante para o controle de imensos recursos energéticos (petróleo e gás) na Ásia Central. Até 1989, o governo dos EUA não tinha conseguido assumir o controle da região devido à proximidade da União Soviética. O colapso da União Soviética em 1989 mudou isso. Imensos depósitos de petróleo e gás na região agora estão acessíveis às corporações ocidentais. O Afeganistão não apenas tem seus próprios depósitos de gás natural, mas é a escolha óbvia para várias rotas de gasodutos. (1)

Os EUA e seus aliados invadiram o Afeganistão em outubro de 2001. As explicações dadas para a invasão incluíam lidar com a rede terrorista Al Qaeda, liderada por Osama Bin Laden, e substituir o governo extremamente repressivo do Taleban por um melhor por razões humanitárias. Assim como as justificativas para outras guerras, esses motivos foram repetidos pela mídia com poucos questionamentos. No entanto, a maioria dos terroristas do 11 de setembro veio da Arábia Saudita. Era amplamente reconhecido que a maior parte da rede da Al Qaeda teria se dispersado antes dos ataques, e a tentativa de remoção do Taleban deixou senhores da guerra igualmente violentos no poder em muitas partes do país. Os EUA vinham negociando com o Taleban sobre a construção de oleodutos no final da década de 1990, mas o Taleban não cooperou o suficiente. Os Estados Unidos decidiram, portanto, “enterrar você [o Talibã] sob um tapete de bombas” pouco antes dos ataques de 11 de setembro. (2) Os Estados Unidos foram em frente e lançaram muitas bombas, mas isso não diminuiu o terrorismo na região. Previsivelmente,

A guerra no Afeganistão não recebe tanta cobertura da mídia quanto a guerra do Iraque, mas milhares de cidadãos afegãos ainda são mortos todos os anos. (4) O Wikileaks divulgou arquivos que mostram que os militares dos EUA estão cientes de que mataram centenas de milhares de pessoas no Afeganistão. (5) O país está no caos há quase 20 anos.

O FUTURO DOS EUA É O FASCISMO LIBERAL...

#Publicado em português do Brasil

O futuro da América é o fascismo liberal vestindo uma camisa sorridente e armado com uma seringa

Robert Bridge

27 de novembro de 2020

Os globalistas responsáveis ​​pela engenharia de uma tirania médica em grande parte do mundo ocidental têm algo valioso para ensinar nacionalistas de direita e aspirantes a fascistas, e isso é que você não vende seu produto danificado do cano de uma metralhadora, mas em vez de pingar da ponta de uma seringa que promete acabar com toda dor e miséria.

Patrick Henry, um dos fundadores mais francos da América, observou a famosa frase “dê-me liberdade ou dê-me a morte” quando a vida de sua nação estava em jogo. Hoje, o famoso grito de guerra da América foi substituído por um suspiro mascarado e abafado que aconselha, sem esperança de uma segunda opinião, "dê-me bloqueios e mantenha-me seguro". Tão apavorado está o público americano de pegar um vírus que vem com uma taxa de sobrevivência de 99 por cento que está disposto a renunciar ao Dia de Ação de Graças, o grande feriado nacional que comemora - sem perda de ironia - a coragem coletiva de seus ancestrais peregrinos para superar a natureza selvagem e hostil condições de sua nova terra.

Deve-se dizer que nenhum partido fascista jamais foi tão hábil quando se trata de selar o destino coletivo de seu povo a um inimigo comum. Isso porque a ameaça que a humanidade enfrenta hoje, ou assim nos dizem, não é uma ideologia nefasta, como o comunismo, ou mesmo uma organização terrorista contra a qual as massas podem se reunir. Em vez disso, a ameaça é um contágio microscópico capaz de invadir todos os cantos e recantos de nossas vidas. A era dos apertos de mão viris já acabou, substituída por uma maioria castrada, enquanto toda uma geração de jovens agora vê seus semelhantes como fábricas de germes infernais.

E ao contrário de um inimigo tradicional que pode ser visto, atacado e eventualmente derrotado, o coronavírus - nós fomos estranhamente avisados ​​- vai fazer landfall de novo e de novo, enquanto regularmente se transforma com habilidades de quadrinhos em um vilão cada vez mais mortal. Nesta batalha sem terra, apenas as autoridades médicas são condecoradas como heróis, enquanto o povo, sem as credenciais profissionais, é forçado a ser um espectador passivo e indefeso, com sua liberdade de movimento severamente restringida. Mais importante, as forças do nacionalismo se tornaram irrelevantes; apenas uma resposta globalista de uma ordem mundial pode derrotar esta pandemia.

Há boas razões para suspeitar, entretanto, que ou a ciência em tudo isso está incompleta ou nós, o povo, estamos sendo intencionalmente enganados em grande escala. Na verdade, provavelmente é um pouco dos dois. Em primeiro lugar, confiando em nada mais do que evidência empírica, não parece irracional sugerir que não há emergência existencial enfrentando a humanidade. Se houvesse, esperaríamos ver corpos em decomposição se amontoando nas ruas, como na época medieval durante a Peste Negra. Esse seria especialmente o caso da população de rua, que certamente não pratica a etiqueta de distanciamento social ao passar contêineres abertos nas esquinas.

Nem parece haver filas massivas nos hospitais para tratamento de emergência. Na verdade, já em abril, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse ao presidente Trump que o navio-hospital da Marinha USNS Comfort implantado em Nova York pelo governo federal para ajudar a combater o surto de coronavírus "não era mais necessário". Cuomo disse que a necessidade do navio de apoio “não atingiu os níveis projetados”. E certamente não sou o único que percebeu que os casos da Covid parecem flutuar curiosamente com o clima político.

Desemprego no Brasil nunca foi tão grande: mais de 14 milhões

#Publicado em português do Brasil

A pandemia de Covid-19 causou profundos danos no mercado de trabalho, que costuma ser o último a se recuperar de crises, com a taxa de desemprego chegando a 14,6% nos três meses até setembro, de 13,3% no segundo trimestre.

O Brasil tinha 14,1 milhões de desempregados ao final do terceiro trimestre, com a taxa de desemprego em nova máxima recorde, reflexo do constante aumento da procura por trabalho após a flexibilização das medidas de contenção ao coronavírus. A pandemia de Covid-19 causou profundos danos no mercado de trabalho, que costuma ser o último a se recuperar de crises, com a taxa de desemprego chegando a 14,6% nos três meses até setembro, de 13,3% no segundo trimestre.

O dado divulgado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) nesta sexta-feira renovou o recorde da série iniciada em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

— O cenário deste ano é muito complicado por conta do impacto da pandemia. Acho pouco provável se esperar que de um trimestre para o outro vai zerar tudo que se perdeu nos dois primeiros trimestre de 2020. A perda de empregados foi tão grande na pandemia que precisamos de muito tempo pela frente — afirmou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Atuação de Carlos Bolsonaro com ‘gabinete do ódio’ era comentada por ministros

Segundo O Globo, declaração consta em depoimento no âmbito do inquérito sobre atos antidemocráticos

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro afirmou que ouviu de ministros do Palácio do Planalto que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, está envolvido com o “gabinete do ódio”. A declaração consta em depoimento à Polícia Federal, segundo reportou o jornal O Globo nesta sexta-feira 27.

Moro prestou depoimento em 12 de novembro, no âmbito das investigações que apuram atos antidemocráticos. O inquérito foi aberto em 21 de abril, pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), para tratar de protestos ocorridos no dia 19 daquele mês.

No depoimento, Moro disse que a ligação de Carlos Bolsonaro com o “gabinete do ódio” é tema de comentários por ministros do Palácio do Planalto. No entanto, o ex-juiz da Lava Jato não citou quais são esses ministros.

O “gabinete do ódio” é composto por um grupo de assessores que atuam nas redes sociais para atacar críticos ao presidente da República. Segundo O Globo, Moro disse não ter conhecimento se servidores públicos são usados nas atividades da organização.

O ex-ministro da Justiça também declarou que foi alvo de ataques do grupo nas redes sociais, após deixar o governo federal em 24 de abril.

Carta Capital | Imagem: Canal Leda Nagle

Brasil | Segundo turno testa novas forças da esquerda

#Publicado em português do Brasil

Boulos aparece atrás de Covas em São Paulo, mas conquista protagonismo inédito para o Psol. Em Porto Alegre, Manuela D'Ávila tenta capitalizar vitrine de 2018. Disputa no Recife divide esquerda.

Após o avanço de velhos partidos de centro e direita e o fracasso das candidaturas bolsonaristas no primeiro turno, os olhos se voltam no segundo turno para o desempenho de candidatos que podem representar uma nova cara para a esquerda: mais jovem e não ligada necessariamente ao PT.

O principal nome em evidência é o de Guilherme Boulos (Psol), de 38 anos, que disputa o segundo turno com Bruno Covas (PSDB) em São Paulo. A última pesquisa Datafolha aponta que Boulos permanece atrás de Covas, com 46% dos votos válidos, contra 54% do tucano. No entanto, o psolista conseguiu diminuir a desvantagem pela metade nas últimas duas semanas, acendendo alertas na campanha do PSDB.

Em Porto Alegre, Manuela D'Ávila (PCdoB), de 39 anos, disputa o segundo turno com Sebastião Melo (MDB). Ele aparece à frente, com 54% dos votos válidos, segundo pesquisa Ibope. Manuela tem 46%.

No Recife, há um caso chamativo de disputa dentro do próprio campo da esquerda e de um mesmo clã político, com Marília Arraes (PT) e o deputado federal João Campos (PSB), que são primos. Marília, de 36 anos e neta do ex-governador Miguel Arraes, aparece com 52% dos votos válidos, segundo o Datafolha. Já Campos, de 27 anos e filho do ex-governador Eduardo Campos e bisneto de Arraes, aparece com 48%. A disputa tem sido acirrada, com Campos apostando no antipetismo para derrotar Marília.

Em Fortaleza, a disputa envolve um candidato do clã Gomes, Sarto (PDT), que tem 60% das intenções de votos válidos segundo o Ibope, e Capitão Wagner (PROS), que tem 40% e é um dos poucos candidatos alinhados com o bolsonarismo na disputa do segundo turno nas capitais.

Em Belém, o Psol tenta conquistar a prefeitura com Edmilson Rodrigues, que soma 52% das intenções de votos válidos, segundo o Ibope, contra o Delegado Federal Eguchi (Patriota), outro candidato bolsonarista.

Boulos tenta virada e solidificar ascensão do Psol

São Paulo volta a ser palco neste ano de mais uma disputa acirrada entre forças de direita ou centro e a esquerda. Mas pela primeira vez tal disputa não contou com um candidato competitivo do PT desde a volta das eleições diretas para prefeito em 1985. O petista Jilmar Tatto terminou o primeiro turno com 8,65% dos votos sem nunca ter decolado nas pesquisas. O papel de um candidato forte de esquerda acabou sendo assumido pelo psolista Guilherme Boulos, líder do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST).

A tomada do protagonismo pelo Psol em São Paulo também é vista como um teste para determinar o potencial de forças de esquerda não petistas em 2022 e contrapor o desgaste sofrido pelo PT nos últimos anos.

Em números, o Psol ainda é nanico em comparação com o PT, mas registrou uma trajetória ascendente no primeiro turno, ao contrário do "irmão mais velho". Enquanto a presença de petistas nos legislativos municipais caiu de 2.815 vereadores para 2.665, o Psol aumentou a presença de 56 para 89. O PT ainda ganhou 179 prefeituras no primeiro turno, contra 254 em 2016. O Psol passou de duas para quatro.

O resultado do segundo turno neste domingo deve demonstrar qual é o potencial de Boulos. Nos últimos dez dias, sua desvantagem contra Bruno Covas, atual prefeito da cidade, caiu pela metade, passando de 16 para oito pontos percentuais. Ele ainda conseguiu formar uma frente de apoio com o PT, PDT, PCdoB, Rede Sustentabilidade, PCB e Unidade Popular (UP), no que foi classificado por um deputado petista como uma "semente" para a disputa presidencial de 2022.

Apesar dos números em ascensão, o histórico das eleições paulistas não é favorável. Desde 1988, quando as eleições municipais passaram a contar com dois turnos, só um candidato conseguiu uma virada em relação aos resultados do primeiro turno: Fernando Haddad (PT) em 2012, que havia ficado pouco atrás de José Serra (PSDB).

Mas neste ano atípico de pandemia, outros fatores podem desempenhar um papel decisivo. Com sua vantagem diminuindo, a campanha de Covas vem acendendo o alerta para o risco de alta abstenção. No primeiro turno, ela já havia sido alta na capital paulista, com 29,3% dos eleitores não comparecendo, seja por fatores como desinteresse ou a pandemia.

Covas tem uma vantagem ampla justamente sobre os eleitores mais velhos, que pertencem ao grupo de risco da covid-19. Segundo o Datafolha, o tucano conta com 61% das intenções de voto entre aqueles que têm mais de 60 anos. Já Boulos tem 61% nos eleitores entre 16 e 24 anos.

Nos últimos dias, a campanha paulistana também tem sido marcada por acusações, conforme o segundo turno se aproxima. A campanha de Covas foi acusada de compra de votos após aliados do prefeito terem sido filmados distribuindo cestas básicas em São Paulo, ao mesmo tempo em que um caminhão de som tocava um jingle da campanha tucana. Boulos também concentrou ataques no vice de Covas, Ricardo Nunes (MDB), que já foi acusado pela mulher de violência doméstica. 

Venezuela: duas novidades no cenário político


#Publicado em português do Brasil

Oposição rachou: parte dela já não sabotará as eleições parlamentares de 6/12. Esquerda, também. Além do PSUV, governista, irá as urnas a Aliança Popular Revolucionária, para quem Maduro desviou-se do programa de Chávez

Michele de Mello, no Brasil de Fato | em Outras Palavras

Faltam duas semanas para as eleições legislativas da Venezuela e, além das duas chapas majoritárias do campo governista e opositor, outros dois grupos disputam a preferência de 20,7 milhões de venezuelanos. 

O campo chavista, pela primeira vez em 21 anos, sairá dividido entre o Grande Polo Patriótico e a nova Aliança Popular Revolucionária, promovida pelo Partido Comunista e outras três organizações: Luta de Classes, Esquerda Unida e um setor do Partido Pátria Para Todos.

Já pelo setor de oposição, além da Aliança Democrática, outra parte do chamado G4, grupo dos quatro maiores partidos de oposição, distanciou-se da figura de Juan Guaidó, que insiste em convocar abstenção, e formou a Aliança Venezuela Unida.

Reconfiguração da direita

O atual presidente da Assembleia Nacional, deputado Luis Parra, foi um dos primeiros a denunciar a falta de democracia dentro do seu antigo partido, Primeiro Justiça (PJ). Ele e outros parlamentares de estados do interior do país, rebelaram-se contra suas direções e entraram com uma ação no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para expressar que a maioria da legenda queria participar das eleições de 6 de dezembro. 

O PJ é a organização de figuras como Henrique Capriles, Júlio Borges e foi o berço político de Leopoldo López. Parra, assim como outros deputados que entraram com a ação no TSJ foi expulso da organização e criou o partido Primeiro Venezuela, que encabeça a aliança minoritária de mesmo nome.

O partido de Juan Guaidó, Vontade Popular também rachou. No entanto, os deputados que desejam participar poderão usar a legenda do partido, mas durante a campanha estão aglutinados na Aliança Venezuela Unida. 

Entre as propostas, está o fim da confrontação política entre os poderes Executivo e Legislativo, além de maior atenção à população no interior do país. Procurados pela reportagem para comentar suas propostas, os candidatos da chapa Venezuela Primeiro não responderam.

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