O dirigente comunista João Frazão acusou hoje Marcelo Rebelo de Sousa de usar as "estruturas do poder" na pré-campanha das presidenciais e avisou que a candidatura de João Ferreira não abdicará do contacto direto com os eleitores.
Estas posições transmitidas por João Frazão sobre as eleições para a Presidência da República, em 24 de janeiro, mereceram depois um forte aplauso por parte dos delegados presentes no XXI Congresso do PCP, em Loures, distrito de Lisboa, motivando também uma manifestação de apoio ao candidato comunista João Ferreira.
"João avança com toda a confiança", gritou-se, de pé e de punho direito erguido, no final da intervenção do membro da Comissão Política do PCP.
João Frazão fez uma intervenção totalmente dedicada à questão das próximas eleições para Presidente da República, criticou o chefe de Estado, embora sem nunca citar o nome de Marcelo Rebelo de Sousa, e atacou a comunicação social.
O membro da Comissão Política do PCP alertou os delegados do seu partido que, a pretexto da epidemia de covid-19 em Portugal, se pretende "promover o medo, a resignação e a desistência, apontando o dedo a quem queira contactar as pessoas".
"É uma espécie de tempestade perfeita para promover os mesmos de sempre, os que beneficiam dos favores da comunicação social e dos grupos económicos. Aí os vemos, os que dizem não ser ainda candidatos e que, se forem, dizem que farão uma campanha muito frugal a usar as estruturas do poder para se promoverem todos os dias", acusou, numa alusão a Marcelo Rebelo de Sousa.
João Frazão atacou em seguida "os que alimentam projetos reacionários ao serviço do grande capital, aparecendo por tudo o por nada a gritar contra o sistema, sendo alimentados por aqueles que são o suporte desse mesmo sistema".
"João Ferreira tem andado pelo país, dando voz aos trabalhadores, às populações, à juventude, aos micro e pequenos empresários, aos agricultores e às mulheres em defesa do Serviço Nacional de Saúde, dos serviços públicos e da produção nacional, as forças e agentes de segurança, o direito à cultura e às liberdades. Mas, camaradas, qual a razão para não ter aparecido na comunicação social?", questionou.
De acordo com o dirigente comunista, "aqueles que choram lágrimas de crocodilo pela falta de participação tudo fazem para garantir que os trabalhadores e o povo não conheçam a candidatura de João Ferreira".
"Os contactos nesta campanha vão realizar-se em condições especiais, seja porque o ambiente da opinião publicada é o da contestação às ações presenciais, seja porque muitas empresas têm alterações no funcionamento, ou, ainda, pelas previstas limitações à circulação, o que obrigará a apostar mais nos meios digitais nas redes sociais. Mas não podemos prescindir desse património único de, olhos nos olhos, ouvindo e esclarecendo, contactar diretamente" o eleitores, defendeu o membro da Comissão Política do PCP.
Ou seja, de acordo com João Frazão, João Ferreira "não vai abdicar de ir às empresas, indo onde estiveram as pessoas, aos bairros, às localidades, às aldeias".
"Uma campanha que se fará garantindo todas as condições de segurança sanitária que a situação exige", acrescentou.
Notícias ao Minuto | Lusa
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