David Dinis faz a apresentação do Curto de hoje. Refere o plano conta gotas sobre o desconfinar confinando. Panaceias com veneno à mistura. David refere ainda outras desgraças.
Por xemplo: os bancários vão aos montes para o desemprego, os banqueiros, esses, vão continuar a mamar nas tetas das vacas do costume e a aplicar-se superiormente nas tretas e nos golpes… Nas engenharias dos saques aos papalvos que somos. O costume.
Muito nos diz Dinis… Sem pensar que nos está a estragar o fim-de-semana de confinamento, fechados em casa, furibundos… Oh, mas os plebeus já se estão nas tintas. Provando isso mesmo ao saírem aos magotes para as ruas, para as beiras-mares. Oficialmente estamos desconfinados confinados por via da banha da cobra a conta-gotas.
Leia, a seguir. Por sua conta e risco. Respire fundo por todo o fim de semana (sem hifens e com hifens).
Redação PG
Um plano de saída, um plano de travagem, um plano de risco (eis a edição do Expresso desta semana)
David Dinis | Expresso
Bom dia,
já suspirava boas notícias? Eis o copo meio cheio:
ao fim de dois meses, António Costa anunciou o desconfinamento do país.
Aqui tem o plano por
datas, e aqui por
setores, para perceber como vai ser a nossa vida até maio. Na verdade, António
Costa assumiu a reabertura sozinho. O plano vai mais longe do que definiram
peritos e Marcelo. Se vir o que está a acontecer no nosso Algarve
à beira da catástrofe, terá uma pista económica para perceber porquê.
No Expresso de hoje há algumas mais.
Agora o copo meio vazio: será tudo assim se o desconfinamento não correr mal,
porque António Costa tem a mão no travão: linhas vermelhas rigorosas, fins
de semana cortados a meio até ao fim do horizonte, como
ficou explícito aqui. E tudo isto enquanto falta
vacinar 500 mil pessoas em maior risco - e com o Governo a decidir a
vacinação dos professores contrariando
a recomendação da comissão técnica, como explica a nossa manchete de hoje.
Reconheçamos: a política não é ciência. Mas quando assume uma decisão sozinha,
a política assume o risco.
Na Europa, entretanto, o copo meio cheio é o
aval da Agência Europeia do Medicamento à vacina da Johnson & Johnson,
que tem a vantagem, face às demais, de ser de toma única. Quanto ao copo meio
vazio, é que é provável que ela também chegue devagar - acrescentando-se a isto
que a vacina da AstraZeneca está a ser suspensa
em vários países, depois de uma enfermeira ter morrido na Áustria após a
toma da primeira dose.
A nossa edição de hoje começa por aqui. Mas passa também pela cientista
de pés na terra e Fernando Pessoa na alma (sim, é Elvira Fortunato,
que acaba de ganhar o Prémio Pessoa). E mais tudo isto:
Na Política:
O
medo de Marcelo: presidir a 10 anos perdidos.
O
segredo dos Açores: se o Chega ameaçar o Governo, o PAN segura-o.
O
desafio ao PCP: investigadores querem acesso ao arquivo secreto comunista.
Na Sociedade:
Parceiros
sociais vão ter manual para dialogar de forma ‘neutra’ (se chegarem a
acordo).
Polícias
estão na mira dos serviços secretos (por causa dos extremistas).
No Internacional:
10
anos de guerra na Síria: “Portugal é o mundo que nos calhou” (contam
os nossos refugiados);
Lula
quer mesmo voltar? (a pergunta que ditará a polarização total do
Brasil).
Pegue agora no caderno de
Economia, começando pela manchete:
Os
bancos preparam a saída de centenas de pessoas em 2021. Não é mais do
mesmo: o corte de pessoal pode ser superior ao de 2020, quando eliminou 1621
postos de trabalho. Quer saber quem terá redução maior?
E mais um problema para resolver: a Groundforce
espera salvação do Estado sob ameaça de insolvência. Atenção: tudo é
possível, inclusive a falência.
E pelo caminho uma dúvida: O
mundo vive maior vaga de estímulos em 100 anos. O que pode acontecer?. E
uma "never ending story": o Leilão
do 5G continua sem fim à vista.
No mundo das grandes empresas, trazemos-lhe uma novidade. É que João
Talone regressa à EDP como presidente não executivo, anos depois da sua
saída (pela mão de Mexia).
E já agora deixo-lhe esta notícia, que tem uma pitada de sal político: o salário
de Mário Centeno foi definido sem reunião da Comissão de Vencimentos. E
este trabalho com pimenta mediática: Dos
cruzeiros às tintas se fazem os novos donos dos media.
Na Revista E,
a capa faz-se da história da empresa criada por um português, em Portugal,
que lidera a próxima revolução tecnológica e já vale mais do que a Sonae, Galp
ou Jerónimo Martins - OutSystems:
um fantástico unicórnio português.
Falando em revolução tecnológica, eis o outro lado do espelho. Este ensaio
olha para esta sociedade vigiada e os seus modos de intoxicação, depois para os
construtores deste mundo-prisão. Este ensaio é sobre O
novo mundo dos mandarins das redes sociais. E coloca uma pergunta: teremos
alternativa?
Mas, agora que entramos em território de desconfinamento, aconselho vivamente outro
ensaio, de Yuval Noah Harrari. Chama-se Lições
de um ano de covid, e conta-nos como as
epidemias já não são forças incontroláveis da Natureza.
E voltamos ao copo meio vazio, agora numa entrevista de David
Marçal: “A pandemia revelou o perigo de ter ignorantes no poder”. A ciência
não é de um cientista, diz-nos ele. É de todos e para todos.
Ora aí está, uma bela maneira de começar um desconfinamento. E um fim de semana
também.
Boas leituras para si. E até à próxima semana.
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