''Eu quero todo mundo armado! Que o povo armado jamais será escravizado.'' - JMB
#Publicado em português do Brasil
O tenente Bolsonaro, dando vazão
a mais uma de suas obsessões, ampliou de quatro para seis o número de armas que
cada pessoa pode ter. Algumas categorias, como agentes das Forças Armadas,
policiais, magistrados e membros do Ministério Público, entre outras, podem ter
até oito armas.
Com a inclusão destas duas últimas categoria o aumento do número de armamento
em poder dos civis aumentou 65% em apenas dois anos. Segundo informação do
jornal O Globo, civis agora podem comprar fuzis cujo uso era restrito às forças
de segurança. O derrame entre a população nesse período foi de cerca de um
milhão de armas e estas podem ser compradas pela internet para uso,
teoricamente, em tiro esportivo e caça.
Mas a liberalização não para por aí. Sempre através de decretos que
descaracterizam a Lei do Desarmamento, o laudo de capacidade técnica foi
substituído por um simples "atestado de habitualidade" que pode ser
emitido por clubes de tiro.
A situação é tão grave que as organizações Instituto Igarapé, Instituto Sou da
Paz e Conectas Direitos Humanos se uniram para fazer uma denúncia, na última
sexta-feira, 19 de março, junto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em
Genebra, na Suíça: “Apesar dos altos índices de violência armada, o governo
brasileiro ampliou o acesso a armas e munições e reduziu a capacidade do Estado
de controlar esses arsenais”.
Daniel Pereira Santos, comerciante de 24 anos, cuja família tem um supermercado em Itapema, cidade situada no litoral do norte de Santa Catarina, foi morto a tiros, no dia 22 de março, por um cliente. Motivo: ter se negado a atender três pessoas, entre as quais o assassino. Estes queriam entrar no supermercado sem máscara de proteção. O rapaz pediu também que se retirassem da porta do estabelecimento pois estavam provocando uma aglomeração. O caso ainda está sendo investigado para que se chegue à autoria.
Bolsonaro, com sua boçalidade, seu negacionismo científico e ético, sua amoralidade cada vez mais vicejante, está disseminando pelo país, de forma consciente e deliberada, armamento para quem, como ele, sofre de uma deficiência que só se satisfaz através das armas.
Lygia Jobim | Carta Maior
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