Quase 7 mil pessoas estão em risco de fome em Tambara, no norte da província de Manica, devido ao insucesso da primeira época da campanha agrícola. Chuvas irregulares e inundações destruíram parcialmente as culturas.
Anita Gopane Sabão vive em
Tambara, em Manica, no centro de Moçambique, e admite estar a passar fome.
"Estamos a passar mal
As condições atmosféricas pouco abonatórias para a prática agrícola afetaram principalmente as culturas de milho e feijão. Dos 37 mil hectares de área semeada, cerca de 500 foram severamente afetados.
"Cerca de seis mil e setecentas [pessoas] poderão passar fome durante quatro meses, a partir de março até junho, devido à chuva irregular que afetou severamente as culturas de milho e feijão-nhemba, pois a cultura de milho nessa altura estava na fase de floração", adverte Fernando Kingston, diretor dos Serviços Distritais de Atividades Económicas (SDAE) de Tambara.
Uma solução?
Segundo Fernando Kingston, a população de Tambara ainda poderá compensar a falta de milho e feijão com a colheita de gergelim. Trata-se de uma cultura de rendimento, com mercado garantido, e da qual os produtores podem obter algum dinheiro.
Em relação à segunda época, o diretor do SDAE em Tambara frisa que tudo está a ser acautelado para melhorar a produção e garantir a segurança alimentar para os meses que se seguem.
"A população poderá recorrer à venda da produção para fazer face a esta seca. Também haverá a colheita da produção da segunda época uma vez que agora estamos a sensibilizar a população para a abertura ou aumento das áreas de cultivo na baixa e intensificar a irrigação através de motobombas", explica.
Apoio internacional
Devido à situação difícil das populações nesta região de Manica, o setor está a trabalhar junto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), no sentido de adquirir 40 toneladas de sementes diversas, com destaque para o milho, hortícolas diversas e o feijão vulgar.
Para a presente campanha agrária,
o distrito planificou produzir cerca de 8 mil toneladas de culturas diversas,
numa área de
Na primeira época da safra deste ano 2020/2021, foram semeados 37 mil hectares para uma produção de 58 mil toneladas de culturas diversas, contra uma produção da safra passada (2019/2020) de 72.020 toneladas de cultura diversa, numa área de 48 mil hectares.
Bernardo Jequete (Manica) | Deutsche Welle
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